Until I Found You

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Noah gemeu.

— Por favor, não se beijem. Eu imploro. É nojento.

Uma de suas amigas cutucou-a no ombro.
— Não é nojento, é romântico. Gostaria que meus pais ainda se beijassem.

Noah emitiu sons de engasgos.

O pai olhou para ela.

— Talvez você queira ser a próxima.

Noah suspirou pesadamente.
Em seguida, ergueu-se e discorreu sobre um livro que havia lido, que constava de sua lista de leitura de verão e que, embora, não estivesse com a mínima vontade de lê-lo, acabara por achá-lo bastante interessante.

Agora sabia que talvez devesse dar uma chance a alguns livros, antes de decidir que eram estúpidos.

E assim continuou. Até mesmo as amigas das irmãs se levantaram e falaram sobre algo inesperado que acontecera naquela semana.

Algumas falavam de modo ansioso e Sam desejou saber se aquele era o único lugar onde recebiam alguma atenção positiva dos adultos.

Quando chegou a vez de Mon, Sam ficou curiosa para saber o que ela iria dizer. Mon se ergueu e sorriu para ela.

— Minha chefe me chamou em seu escritório esta semana. Já lhes falei sobre Irene antes. Ela é ótima. Amo trabalhar para ela. Bem, ela sabia que eu e Sam, hã... estamos namorando.

Sam esperava ser a única a perceber a hesitação na voz dela antes de Mon proferir o “n” da palavra.

Havia contado sobre o envolvimento para Irene, que não se mostrara surpresa. Ela se perguntou se Irene havia descoberto a verdade.

— Irene me disse que às vezes as coisas acontecem de maneiras diferentes do que esperávamos e que devemos estar abertas a isso. Então falou que Sam é uma mulher boa e que eu tinha sorte de tê-la em minha vida.

Todos os olhares se voltaram para ela. Sam olhou para Mon, intrigada por Irene ter conversado com Mon e por Mon ter escolhido aquele assunto, como sua história.

— Eu já sabia que você era uma boa pessoa. Mas foi bom ouvir essa confirmação de uma fonte externa.

Todos riram. A próxima pessoa falou, mas Sam manteve a atenção focada em Mon. Havia uma profundidade nela que havia esperado. Até então, todas as descobertas foram positivas.

Se tivessem se conhecido em circunstâncias diferentes, mas isso não
acontecera. Além do mais, Mon era do tipo que acreditava em felizes para sempre e ela não acreditava no amor. Fora testemunha do que o “amor” fizera à sua mãe. O amor a matara.

— É sua vez.

Disse Ste poucos minutos depois. Sam se ergueu.

— Mon me falou sobre a família em termos elogiosos. Pensei que se tratava apenas de... conversa. Mas agora que os conheci, vejo que ela foi modesta. Vocês são uma família verdadeira, e passar o dia com vocês me deu uma ideia do que quero para a minha própria família um dia.

Sam não planejara o que ia dizer e revelou mais do que gostaria. Ainda assim, era verdade. Podia não acreditar no amor entre duas pessoas, mas acreditava na família.

Talvez porque a sua nunca fora o que queria. Viu Ste e Phon trocarem um olhar satisfeito, em seguida olharem para Mon. Por certo, lhe aprovavam para a filha. Seu peito apertou.

Até aquele momento, não havia considerado que fazer a coisa certa significava enganar duas pessoas decentes. Que consequências Mon teria que enfrentar mais tarde? Ainda assim, não havia como voltar atrás.

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