Give Me Your Forever

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Mon ainda se encontrava entorpecida pelo choque, enquanto deixava o consultório, acompanhada de Sam.

A médica lhes tranquilizara, dizendo que provavelmente estava tudo bem e que queria o exame completar por medida de segurança. Porém, Mon não se sentia muito segura.

— Eu a seguirei em meu carro até em casa.

Sam disse, retirando o telefone celular do bolso.

— O quê? Estou bem.
— Não está. Telefonarei para Irene e lhe direi que não vou retornar. Ela se encarregará dos fornecedores pelo resto do dia.

Por mais que Mon quisesse a companhia dela, sentia uma profunda necessidade de ficar sozinha, para poder entender o que aquilo significava para ela.

— Estou bem. É verdade. Só quero ir para casa e descansar um pouco. Vá cuidar de seus negócios. Podemos conversar uma outra hora.
— Acho que não deveria ficar sozinha.

Mon forçou um sorriso. Tinha de ser forte, disse a si mesma. Até onde sabia, Sam estava planejando lhe dizer que nunca mais voltaria para casa.

— Não há nada que possamos fazer agora. Não podemos mudar o que está acontecendo com o bebê. Descobriremos quando saírem os resultados. Enquanto isso, acreditarei que está tudo bem e seguirei em frente. Pode voltar para o trabalho.
— Não pode estar falando sério.
— Claro que estou. Pode acreditar.

Embora não parecesse convencida, Sam guardou o telefone celular.

— Ainda assim, quero passar lá para conversarmos amanhã.
— Tudo bem. Estarei em casa à tarde.

Ela a acompanhou até o carro e lhe depositou um beijo no rosto.

— Se mudar de ideia, é só me ligar e logo estarei lá.
— Obrigada, mas não se preocupe. Vá.

Mon lhe deu um leve empurrão na direção em que ela havia estacionado o carro. Em seguida, escorregou para o banco do motorista.

Enquanto Sam se afastava, ela sentia o medo crescer em seu íntimo até só lhe restar forças para respirar e esperar.

Como poderia sobreviver àquelas três semanas na expectativa?

Sam voltou a girar na direção dela.

Mon exibiu um sorriso e acenou, imaginando em que momento havia se tornado uma mentirosa tão convincente.



(...)



Mon conseguiu transpor aquele dia sem muitos problemas, mas a noite foi diferente. Protelou a hora de se deitar, até se sentir exausta.

Porém, no segundo em que se estirou sobre os lençóis limpos, sentiu todo o corpo entrar em alerta.

O coração batia acelerado e a cabeça girava com um milhão de perguntas.

O medo a dominava, arrastando-se por seu corpo, ganhando vida, roubando-lhe o ar, a esperança e a determinação.

Sabia que tinha de lutar contra aquela sensação, que tinha de se
manter fortalecida e tentar relaxar, mas era impossível. E se alguma coisa estivesse errada com o bebê?

Tinha certeza de que seria capaz
de suportar qualquer coisa, menos perdê-lo. Problemas de saúde poderiam ser contornados.

Outros tipos de problema poderiam ser enfrentados, mas não ter o bebê era uma ideia insuportável.

Mon deitou-se de lado e se enroscou o máximo que pôde, como se quisesse utilizar todo o restante do corpo para proteger aquela vida que estava se desenvolvendo dentro dela.

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