05, Como nos velhos tempos.

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POINT OF VIEW
AMBER PETROVA

—Então eu dei um soco nele. — Bill diz, me fazendo sair do transe e o encarar assustada — Estou brincando, só queria ver se estava prestando atenção.

— Não estava, desculpa. — Admito, dando um sorriso.

— Tudo bem, estava dizendo que estou feliz por terem aceitado vir, não só pela saudade. Mas, essa manhã saiu uma manchete que nos deixou bem pra baixo. — Olhou para Tom, que mantinha seu olhar cabisbaixo. Franzi as sobrancelhas, como se pedisse para ele explicar — A gente tinha ido jantar com um repórter, e o Tom decidiu fazer algumas piadas, já que achávamos que seria só um jantar normal, sabe? Sem câmeras. Mas essa manhã a manchete saiu, dizendo que Tom fez sexo com 25 garotas.

Arregalei meus olhos assim que ouvi. Que tipo de pessoa faz isso? Simplesmente por mídia? Isso é tão desumano e desonesto. Não culpo Tom, de forma alguma! Ele só tem 15 anos, meu Deus!

— Meu Deus. — Digo ainda desacreditada — Vocês não entraram com nenhum processo ou algo assim?

— Não. De qualquer forma, isso não vai anular o constrangimento, Amber. — Bill suspirou — É triste, mas a mídia é cruel, e bom, depois de um tempo você acostuma. — Deu de ombros.

— Não deveria ser assim. — Murmuro.

— Vamos ter uma entrevista hoje a noite, poderiam vir. — Bill convidou.

— Por mim tudo bem — Victoria sorriu.

— Por mim também — Dou de ombros — Vou ao banheiro.

Me levanto da mesa, procurando o banheiro. Essa conversa realmente mexeu comigo. Assim que entro no banheiro, procuro apoio em uma pia dali.

Meu peito subia e descia por causa da minha respiração rápida. Apertei meus olhos com força, na tentativa de me acalmar. Talvez eu não devesse ficar tão mal com algo que não aconteceu comigo, ou devesse. Esse é o mal de sentir demais.

Meus pensamentos desapareceram quando ouvi a porta do banheiro ser aberta com cautela, tendo a visão de Tom. Ele de aproximava cada vez mais, e por algum motivo, eu não me preocupei em me afastar, ou tentar fugir. Eu apenas continuei parada, e meu corpo obedecia meus comandos.

Ele estremeceu quando toquei seu ombro, o puxando para um abraço. Mesmo com todo o ódio que eu sentia pelo Kaulitz, acima de tudo, eu sabia que ele precisava de apoio, o qual eu podia dar. Era como se todo o meu ódio se desvairasse de meu corpo.

Cuidadosamente, toquei em sua bochecha. Seu rosto estava tenso e doloroso. Seus olhos se encontram com os meus. Um choque de sensações me invade, tornando difícil até de respirar. E eu só conseguia o olhar, estudar seus traços.

Lentamente ele se inclina para trás, se desprendendo do abraço.

— Eu sinto muito, Tom. — Digo quase em um sussurro.

Tom não queria falar. Mas eu o entendi somente com o seu olhar agradecido.

[ FLASHBACK 10 DE SETEMBRO DE 2004 ]

Tom Kaulitz! — Gritei o vendo tentar entrar pela minha janela, mas me repreendi mentalmente ao ver seu estado.

Havia um corte em seu lábio e supercílio. Suas mãos estavam com cortes também. Abri a janela com cautela, o deixando entrar. Fiquei em silêncio, esperando que ele me desse uma resposta. Ao ver que ele não me daria qualquer resposta decente, fui até o banheiro buscar um kit de primeiros socorros.

— Tudo bem, não precisa me contar agora, mas saiba que vou cobrar uma explicação. — Me sentei ao seu lado.

Pego a caixinha, colocando na cama e abro. Nela tem, algodão, soro fisiológico, álcool, band-aid e alguns comprimidos
Coloco um pouco de álcool no algodão e ergo meu corpo pra colocar em cima dos ferimentos, o que é bastante difícil por causa da distância e o mal jeito que estamos sentados na cama me impedindo de chegar mais perto dele.

— Sobe no meu colo, vai ser mais fácil — Arqueio a sobrancelha — Não vou fazer nada, relaxa.

Coloco impulso no meu joelho e as mãos de Tom vão até a minha cintura me auxiliando para subir no seu colo.

— Só não se mexe muito — Solto uma risada

— Isso vai doer um pouco — Pressiono o algodão com o líquido no pequeno corte na sua boca ele faz uma careta.

Após limpar o sangue que estava lá vou para o outro corte no supercílio. Me mexo pra pegar mais algodão e álcool no banco e sinto Tom arfar.

Coloco o algodão onde está o corte fazendo limpar o sangue, pego um band-aid e coloco em cima do corte.

— Prontinho. — Ele ri.

— Obrigado, Amber. — Seus olhos encontram os meus. Fico envergonhada e me movo pra sair mas sua mão me impede — Porque você não fica?

- Tom... — Suas mãos se movem até a minha bunda me fazendo sorrir.

— É errado e você sabe disso. — Coloco força nas pernas fazendo meu íntimo pressionar o seu.

— Caralho, garota. — Sua voz é rouca.

[ ATUALMENTE ]

Como se tivéssemos compartilhado a mesma memória, Tom sorri, se desprendendo completamente do abraço.

— Obrigado, Petrova. — Murmura antes de deixar o comodo.

HOLINESS, Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora