55, Maldição.

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— Eu não me lembrava do quão bom cozinheiro você é! — Digo, arrancando uma risada de Bill.

— Tenho meu dom — Dá de ombros — E isso é só um bolo, Amber.

— Mas ainda é gostoso — Sorrio.

— Sei. — Ri — Vai correr hoje?

— Claro — Respondo como se fosse óbvio — Eu nunca perco uma corrida.

— Por que corre? — Questiona – Eu sei que não é por causa do dinheiro.

— Acho que é a adrenalina. — Suspiro — A adrenalina pura correndo no meu sangue, sabe? A serotonina e a dopamina tomando o controle. Essas coisas.

[...]

O som tocava alto pelo estacionamento, as garotas dançavam e exibiam suas melhores roupas nos seus corpos enquanto andavam.

Era um prédio abandonado, com um enorme estacionamento, mas não tinha tantos carros. As pessoas abriam espaço pra eu passar com o carro e até ficavam um pouco intrigadas com o modelo que estava dirigindo.

— Vem, vamos pegar bebidas!

Saio puxando Victoria pela multidão, parando  em frente a uma mesa improvisada cheia de bebidas. Vic pegou uma cerveja em garrafa e eu uma lata de energético, não beberia já que estava dirigindo.

— Quando me chamou para beber achei que a me acompanhar! — Disse alto, devido ao som.

— Eu vou dirigir, esqueceu? — Argumentei levantando a chave do carro.

Estávamos no meio da multidão balançando no ritmo da música alta, havia se passado algumas corridas, mas nenhuma de drift ainda. Senti meu corpo se colidir com algo e me virei para ver o que era.

— Bill! — Sorrio em animação.

— Já estava com saudades? — Debochou.

Entreguei o dinheiro ao moreno, que juntou a um bolo de dinheiro. Bill não corria, mas ajudava a organizar os eventos, e a conseguir apostadores.

— A corrida começa daqui a vinte minutos, o primeiro lugar ganha três mil dólares, o segundo mil e quinhentos e terceiro quinhentos – Informou colocando o dinheiro no bolso. — As regras você já sabe. Sem jogo sujo, pode jogar o corredor para fora da pista e tudo mais, só não vale sabotagem — Disse por fim, eram regras já conhecidas por mim, as mais básicas das corridas de rua.

Os vinte minutos haviam se passado, e eu  já estava em meu carro seguindo para a pista em que a corrida ocorreria. Ao todo eram cinco carros, todos lado a lado prontos para iniciar o racha.

Mas somente um me chamou atenção.

O famoso Mazda rx7

Rolo os olhos para o motorista, que faz meu coração palpitar. Seu olhar era de fúria, quase que sanguinário. Mantinha sua cabeça erguida, com postura, como se estivesse sempre em alerta.

Bill se aproximou do meu carro, erguendo seu tronco para ficar da altura da janela do carro.

— Por que não vai dar apoio ao seu irmão? — Pergunto, virando a cabeça para o lado contrário de Bill, vendo uma garota ao lado do carro — Ah, a namorada dele está ali.

— É a mais descendente entre as namoradas dele — Da de ombros — Sem pressão, Amber, mas geral está apostando em vocês.

— Porra, Bill! — Resmungo — Eu sei que foram anos longe, e que é normal as pessoas mudarem, mas desse jeito? — Encarei Tom, logo rolando os olhos para Bill — O que aconteceu com ele?

— Toda vez que alguém morre cheio de amor, nasce uma maldição. — Foi a última coisa que disse antes de sair de perto do carro.

Uma moça com uma saia curta, top tomara que caia e botas cano alto ficou no meio da pista, ela tinha uma bandeira na mão; ela quem daria a largada.

Antes da moça começar a contagem mais um carro chegou, ficando na ponta. Com os motores já ligados, era o som predominante no local, além das vozes das pessoas ansiosas pela corrida e a música num volume mais baixo.

Abaixei o freio de mão, você pisando no acelerador e freio ao mesmo tempo aquecendo o motor do Nissan; estava ansiosa para correr. Segurei firme o volante, respirou fundo e encarou a moça à sua frente.

— Preparados? — A mulher praticamente gritou.

Cinco.

Quatro.

Três.

Dois.

Meu pé foi de encontro ao acelerador e todo o local fora do carro transformou-se em vultos, às pessoas, o som alto. Tudo era insignificante naquele momento, a única coisa que importava era a corrida.

Na primeira curva daquele bloco do estacionamento, o carro de Tom junto do meu, deslizou em uma sincronia perfeita fazendo com que eu escutasse gritos e elogios da multidão. Eu não fui a única a escutar.

O veículo de nós dois correriam lado a lado por grande parte do estacionamento ao longo de metade da corrida. Mas por conta de um descuido bobo de desaceleramento por parte de Tom, bem próximo da escada espiral que dava acesso ao lado de fora do local, eu consegui o ultrapassar.

HOLINESS, Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora