58, Mentiras.

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— Obrigado. — Bill agradece pelo café, entregue pela garçonete — Eu sei o que teria acontecido entre você e Amber se eu não tivesse entrado na dispensa.

— Qualquer pessoa com um pouco de intelecto saberia o que teria acontecido. — Tom retrucou.

— Tudo bem, fique a vontade para usar seu sarcasmo pra se esquivar do assunto. — Bufa.

— Não tem assunto, não tem conversa, não aconteceu nada! Para de ver problema onde não há!

— Vocês tem um passado, e querendo ou não, são apegados a isso!

— Para de falar merda, Bill. — Murmura — Você me chamou aqui pra falar da Amber?

— Não. Só quero ter um momento com o meu irmão, é pedir muito?

Na tranquila atmosfera da cafeteria, Tom e Bill, dois irmãos inseparáveis, ocupavam uma mesa no canto. Tom, com seus cabelos trancados meticulosamente arrumados, destacava-se atrás de seus óculos escuros. Concentrado, ele mergulhava em seu mundo digital, dedos habilidosos dançando pelo teclado do seu laptop. Seu semblante sério e determinado revelava a importância do projeto em que estava imerso. Enquanto isso, Bill, exibia uma aura descontraída, sentado em frente a uma xícara de café fumegante.

De tempos em tempos, os olhares de Tom e Bill se cruzavam, e um sorriso cúmplice iluminava seus rostos. Eles trocavam breves palavras, compartilhando momentos de conexão e interesse genuíno um pelo outro. Essa sintonia fraternal era palpável, um elo invisível que os unia além das palavras.

Enquanto o aroma do café pairava no ar, a presença de Tom e Bill naquela cafeteria era um testemunho silencioso do laço familiar que os envolvia. Ali, naquele refúgio acolhedor, eles encontravam um momento de pausa na agitação do mundo, nutrindo sua relação fraternal enquanto exploravam suas próprias jornadas individuais.

[...]

Na casa dos Kaulitz, as luzes coloridas piscavam no ritmo da música pulsante, transformando a sala em um verdadeiro labirinto de cores. Jovens animados se moviam em meio à multidão, com risos e conversas animadas preenchendo o ar. Os alto-falantes vibravam com batidas eletrizantes, enquanto a pista de dança se tornava o epicentro da diversão.

Os trajes eram tão variados quanto as personalidades que os usavam. Alguns ostentavam roupas descoladas e modernas, enquanto outros preferiam o estilo retrô com jaquetas de couro e calças jeans rasgadas. Todos expressavam sua individualidade através de suas escolhas de moda.

A energia contagiante era palpável, à medida que os adolescentes dançavam, cantavam e se divertiam sem reservas. A cada momento, novos grupos se formavam, compartilhando histórias e risadas. A atmosfera era de liberdade e despreocupação, onde as preocupações do mundo exterior pareciam desaparecer.

A mesa de petiscos estava repleta de guloseimas tentadoras, desde salgadinhos crocantes até doces coloridos. As pessoas se deliciavam com essas tentações, recarregando suas energias para continuar a festa. A bebida fluía em copos descartáveis, enquanto os refrigerantes borbulhavam em meio a risadas e brindes improvisados.

No canto da sala, um grupo de amigos se reunia ao redor de um karaokê improvisado, soltando a voz com suas músicas favoritas. Risadas e aplausos ecoavam a cada performance, encorajando os cantores corajosos a se entregarem ainda mais à música.

Enquanto a noite avançava, a festa ganhava uma nova dimensão. Haviam pessoas usando drogas, ou até mesmo fumando um cigarro de maconha, entre eles, Tom. Os relacionamentos se formavam e se desfaziam, em meio a olhares furtivos e flertes sutis.

Tom se abaixou com o canudinho no nariz, indo do começo até o fim da carreirinha amarela que ele amassou o comprimido a alguns segundos atrás.

Ele definitivamente estava se odiando. Ele estava perdido em seus pensamentos, se sentia triste e arrependido por deixar-se sentir novamente.

Ele se perguntava o que poderia ter feito de diferente, o que poderia ter dito para mantê-la afastada. Tom se odiava por deixar Amber entrar em seu coração novamente, por ter deixado as chaves e sequer ter o trancado.

Ele fechou os olhos e balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos negativos. Mas a dor ainda estava presente, e ele se sentia como se estivesse se afogando em remorso e arrependimento.

Tom ergueu o quadril, tirando um pacote com pó branco de seu bolso. Ele se perguntava se Amber ainda pensava nele, se ainda se importava com ele.

Ele suspirou profundamente e se sentou de volta no sofá, com a cabeça nas mãos. Tom se odiava por não ser forte o suficiente pra combater o maldito vício.

Tom pegou sua carteira em seu bolso, tirando uma nota de cem dali. Se odiando ainda mais pelo o que iria fazer. Ele sabia que estava cavando sua cova, mas não se importava, não no momento. Provavelmente na manhã seguinte, ele iria se importar, e se culpar.

E de repente, tudo fica embaçado, sua respiração pesa, seu pulmão dói a cada tentativa de respirar. Seu corpo não reage mais ao seus comandos, seu coração palpitava cada vez com mais dificuldade.

Respirar se tornou uma dificuldade, mas enquanto ele estivesse chapado, isso não importaria.

[...]

Antes que pudesse entrar no quarto de Bill, ela pôde ouvir no quarto ao lado a voz de Tom e Bill em uma discussão, ela abriu a porta vendo os dois ainda discutindo, mal percebendo presença dela.

— E você quer que eu faço o que ? — Tom berrou irritado, Amber viu um vaso ser atirado no momento em que ela passou, que por sorte não a atingiu, seus lábios abriram em choque.

— Você é um inútil, Tom, isso o que você é. — Bill gritava irritado.

— Que porra vocês estão fazendo ? — Victoria  berrou para os dois, que finalmente olharam para a garota que estava com os olhos arregalados e brilhantes pelas lágrimas que começaram a se formar.

— Amber... — ela ouviu a voz de Tom.

— Conte a ela, seu merda. — Bill ainda continuava a berrar, o moreno a esse ponto sentia seu corpo ser torturado apenas com o olhar da garota. — Conte a ela o que fez!

A garota tirou as mãos de Victoria de seus ombros mas a mesma a puxou ao ver que a menina se aproximava de Tom, ela a abraçou por trás, e por uma estranha razão, ela sentiu seu coração se partindo com aquele ato.

Victoria sabia de algo.

— Amber, eu...

— Bill, por favor. — Victoria implorava chorosamente ao rapaz, ela apertou o corpo da garota mais ao seu tentando impedi-lo de algo, mas Bill parecia estar fora de si.

— Ele te traiu, Amber. — ele cuspiu as palavras em fúria, vendo que Tom não moveu um músculos com a acusação, vendo a lágrima nos olhos do garoto rolando em suas bochechas.

—  Eu pensei que ele pararia de usar drogas, esse foi o combinado, mas ele não parou.. e dei um ultimato, hoje foi meu limite, sabe que não suporto mentiras e traições. — Bill berrou irritado para Tom, que tentou não encolher, ela olhou para Bill quando ele se referiu a "mentiras e traição"

— Grande ironia você falar sobre isso, não é, Bill ? — ela perguntou um pouco debochada ao moreno que olhou para ela franzindo o cenho.

— Do que está falando? Eu nunca trai ninguém. — ele se defendeu vendo-a rir irônica com o comentário. — Victoria sabe disso, eu devia ter ouvido você, Victoria, eu devia ter terminado essa porcaria de relação.

A garota parou assustada, olhando para Victoria que ainda estava abraçada a ela, seu olhar era mortífero para Bill, quase que o acusando por ter falado algo que não devia.

— Você sabia Victoria? Você sabia esse tempo todo que o Tom me traiu ? — ela virou para Victoria que abaixou a cabeça, quase que confirmando, ela se afastou dela tirando os braços da garota de sua cintura vendo-a lançar uma expressão triste e sofrida. — Você não me contou.

— Eu mandei ela não contar, Amber. — Bill exclamou ainda mais irritado, passando a mão no rosto secando as lágrimas que teimavam em cair. — Ela é minha amiga também, pode ser sua amiguinha, mas ela sempre vai estar comigo.

HOLINESS, Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora