24, Recomeços.

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Tom ainda dormia, eu improvisava alguma coisa pro almoço, mesmo sabendo que ele não comeria. Eu não tinha dormido absolutamente nada essa noite, já que a cada movimento do garoto, eu abria os olhos, preocupada com ele.

Já era meio dia, e antes de eu pensar em acorda-lo, ele já descia as escadas, usando um conjunto de moletom branco. Ele estava pessimo.

Tom se sentou na mesa, enquanto me olhava cozinhar. Seu rosto era neutro, como se não tivesse pensando em nada. Mas eu conheço Tom, e sei que a única coisa que ele está fazendo agora, é pensar demais.

— Por que ainda me ajuda? — Pergunta, me fazendo suspirar.

— Eu não sei. — Paro de mexer a panela, indo até o armário e pegando dois pratos — Eu só não quero que você acabe com a sua vida.

Sirvo a comida em ambos pratos, logo me sentando depois. Tom fez uma careta enojada quando olhou para a comida, mas não o julgo, seu estômago deve estar horrível.

— Tenta comer. — Murmuro levando o garfo até a minha boca.

— Vou tentar fumar só maconha. — Suspirou, pegando o talher.

— É melhor do que essas merdas que você usa. — Dou de ombros.

— Bill disse que você encontrou Sid.

— É, ele me deu algumas coisas antes de Bill socar a cara dele. — Eu não queria prolongar esse assunto — Quando sua mãe chega de viagem?

— Depois de amanhã. — Tom pensou um pouco — Amber, sobre ontem...

— Não, Tom. — O interrompi— Você já disse tudo o que queria, e obviamente não me quer por perto. Estou aqui agora porque eu quero te ajudar, e estou amassando meu orgulho. Eu queria muito poder ficar com você, mas isso não parte só de mim.

— Eu acho que a razão pela qual eu não consigo dizer as três palavras, é a consequência da verdade.

— E qual é?

— Nós dois sabemos que no momento em que eu disser, não seria o começo de algo, e sim o final. — Mexia a comida com o garfo — Pensa bem... Tom e Amber indo ao cinema, Tom e Amber de mãos dadas...

— Nós não precisaríamos fazer essas coisas. Poderíamos fazer o que nós gostamos.

— E do que nós gostamos?

— De jogar.

— Sem isso não sei o quanto duraríamos. Seria só uma questão de tempo até estragarmos tudo.

Tom tinha razão, nossa relação era a base de joguinhos, e nós amávamos isso, e era isso que sustentava nosso relacionamento e nos fazia sentirmos vivos Sem isso, não existiria um "a gente".

— Minha mãe vai convidar você pra jantar amanhã, como ela sempre faz.

— Eu amo a comida dela. — Sorrio.

Eu passei boa parte cuidando de Tom. A cada intervalo de 5 minutos ele vomitava. Não era a primeira vez que isso acontecia, mas sempre que acontecia, era entristecedor. Fiquei com Tom até ele se sentir melhor e acabar adormecendo.

Depois disso, fui embora para casa. Bill me deu carona, mas antes de me deixar em casa, passamos em um fast food. Estávamos comendo no carro, conversando sobre diversas coisas.

— Lembra de quando alugamos uma máquina de margaritas no dia da unidade alemã? — Bill gargalhou.

— Ai meu Deus, sim! — Rio alto — Você correu pela casa pelado enquanto a tia Simone corria furiosa atrás de você!

HOLINESS, Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora