28, Solos.

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— Você está errando o ritmo! — Bill resmunga para Tom.

Era a quarta vez em que os garotos ensaiavam essa música. Eu já tinha decorado cada nota, e Tom não parava de errar. Bill xingou Tom tantas vezes, que acho que até criou novos palavreados.

Georg e Gustav estavam exaustos, e suados. Eu nunca tinha ficado tanto tempo no ensaio deles. Confesso estar um pouco preocupada com Tom. Não era normal ele errar tanto assim, já que o rapaz era uma lenda na guitarra.

Tom permanecia distante, e enquanto isso, ele se aproximava de Anelise. Não pareciam ter algo sério, até porque eu os vi com outras pessoas também.

Não tenho nada contra Anelise, e nem acho que há motivos. Ela é simpática e educada comigo, então não me importo com o que ela faz ou fez. A relação dela e Tom não me interessa. Eu acho.

Eu definitivamente não vou odiar uma garota legal só por causa de um garoto.

— Pelo amor de Deus, Tom! — Georg encostou o baixo no chão.

— Eu preciso de uma pausa. — Tom disse deixando sua guitarra em cima de uma mesa, se sentando no sofá logo depois.

— Está tudo bem? — Murmuro, o observando sentar ao meu lado.

— Eu não sei. — Sussurra colocando suas mãos sobre seu rosto, o escondendo — Acho que é abstinência.

— Faz quanto tempo que não usa?

— Duas semanas. Estou prestes a enlouquecer. — Suspira.

— Anelise tem te ajudado nisso? — Pergunto, com uma pontada de medo da resposta.

— Ela tenta. — Sinto um farfalhar em sua voz — Mas eu não sei. Com você era diferente, entende? Eu lutava muito contra essa vontade. Acho que sou um caso perdido, Amber.

— Não diga isso. — Toco sua coxa — Você consegue, Tom, eu sei que consegue.

— Amber... posso fumar? — disse baixo, desviando o olhar.

— Pode. — dei de ombros. — Eu prefiro que você fume do que use outras coisas.

Tom sorriu, indo até una mesa e abrindo uma caixinha, voltando com seda, o dichavador e mais algumas coisas que eu não tinha ideia pra que servia.

Ele começou a rodar um objeto preto e logo depois colocou na seda, enrolando e passando a língua pela a extensão do papel. Eu fixei meus olhos nos movimentos do garoto.

— Petrova... para de me comer com os olhos.

—Idiota. Eu não estava fazendo isso. — Revirei os olhos, dando uma risada.

— Sabe tocar guitarra, não é? — Se encosta no sofá, com o baseado entre seus lábios.

— Uhum. — Murmuro — Mas faz um tempo que eu não toco.

— Pega a minha guitarra. Quero te ver tocar.

— Eu nem me lembro mais como toca, Tom.

— Qual é, Amber. — Me encara, tragando o cigarro — Toca.

Me levantei, pegando sua guitarra depois de muitos anos sem tocá-la. Senti um misto de emoções, desde a ansiedade de não lembrar mais como tocar, até a empolgação de reviver meus dias de música.

Comecei a afinar a guitarra e, aos poucos, as notas começaram a sair. No início, eram hesitantes e desafinadas, mas com o tempo fui me lembrando das técnicas e dos acordes que costumava tocar.

Ao me sentir mais confiante, comecei a tocar algumas músicas que costumava tocar antigamente. Eu senti uma onda de nostalgia ao relembrar os tempos em que tocava com os amigos e me apresentava em show's e festas.

Apesar de algumas notas ainda saírem erradas, eu me divertiu muito e me senti feliz por ter voltado a tocar.

Percebi que a música ainda fazia parte de minha vida e que tocar guitarra era uma forma de expressar minha criatividade e emoções.

— Isso foi incrível, Amber! — Bill sorriu animado, entrando no cômodo acompanhado de Georg e Gustav.

— Cuidado, Tom, logo logo a Amber rouba seu posto.  — Georg brinca, fazendo o grupo dar uma gargalhada.

— Não sei se é muito precipitado, mas já pensou em participar de alguma banda? — Bill disse com cautela.

— Eu não sei, Bill... — Encaro os outros integrantes, principalmente Tom, que mantém uma feição neutra.

Eu nunca pensei em algo assim. E nem sei se seria o ideal pra mim agora.

— Então faz o seguinte. — Caminha até um armário, tirando uma guitarra branca de dentro — É uma guitarra do Tom. Ensaia com a gente, e depois você pensa se quer entrar ou não.

[...]

Tom começa a tocar a introdução da música e eu acompanho com acordes suaves.

Conforme a música avança, Tom e eu nos complementamos perfeitamente. Trocamos solos e riffs, mostrando nossas habilidades como guitarristas.

Nós continuamos tocando, e a música flui naturalmente. Me sinto cada vez mais confiante e relaxada, e meus dedos se movem com facilidade pelas cordas da guitarra.

Amber está no palco, com sua guitarra em mãos, pronta para fazer um solo incrível. Ela está nervosa, mas ao mesmo tempo animada e determinada a dar o seu melhor.

A banda começa a tocar a música de fundo, preparando o terreno para o meu solo. Eu começo a tocar a introdução, com acordes suaves e lentos, preparando o público para o que está por vir.

Quando chega a hora do solo, Eu começo a tocar com mais intensidade. Meus dedos se movem rapidamente pelas cordas da guitarra, criando uma melodia poderosa e envolvente.

Conforme o solo avança, me solto mais e mais, deixando a música fluir naturalmente. Eu fecho os olhos, sentindo cada nota que toco e mostrando minha paixão pela música através do som que produzo.

O público começa a aplaudir, animado com o meu desempenho. Continuo tocando, agora com mais confiança e ousadia.

Finalmente, o solo chega ao fim e eu retorna à melodia principal da música.

Eu me sentia realizada, sabendo que acabou de fazer um dos melhores solos que já fiz. Eu sei que nunca vou me esquecer daquele momento e que a música sempre será uma parte importante de minha vida.


Amber entra ou não na banda?

Gostei? Não.
Mas é o que consegui escrever.

Beijinhos, amo vocês💚

HOLINESS, Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora