23, De novo.

1.1K 144 72
                                    

— Abre a boca. — Manda.

Abro a boca, colocando a língua para fora, enquanto Sid tira um comprimido dentro de um saquinho.  O garoto cola a pílula na minha língua, que era amarga. Engulo fazendo careta.

Meu corpo se relaxou, eu senti uma paz tão grande dentro de mim, e meu caos simplesmente se desfez de mim. Toda a dor que eu sentia sumiu.

Senti a mão de Sid subir pela minha coxa, me causando calafrios, mas não eram bons. Seus dedos dedilhavam o local, me deixando desconfortável.

— Seu filho da puta! — Bill gritou, empurrando Sid para trás, o fazendo cair — Você já estragou a vida do meu irmão, não vai estragar a dela também! — Bill montou em cima de Sid, desferindo diversos socos no garoto.

Victoria correu até mim, me agarrando e me abraçando com força. Eu estava paralisada, não conseguia reagir a nada. E então, tudo o que era paz, voltou a ser angústia.

Tom tirou Bill de cima de Sid, que estava com o rosto cheio de sangue. Bill veio até mim, segurando meu rosto com as mãos, analisando meus olhos. Eu estava envergonhada. Bill não merecia isso, jamais! Mas eu fui fraca e tola.

[...]

Eu estava sentada em minha cama, com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Eu me sentia angustiada e triste, como se o mundo estivesse desabando ao meu redor. Olho em volta do quarto e tudo parece tão vazio e sem vida. Eu não conseguia encontrar a motivação para fazer nada, nem mesmo para levantar da cama.

Meu coração dói de uma maneira que eu nunca experimentei antes. Eu me sentia sozinha, mesmo estando cercada por pessoas que me amam. Eu me perguntava se alguém realmente se importa comigo e se sentiria falta se eu desaparecesse. Esses pensamentos só aumentam a minha tristeza e fazem com que eu me sinta ainda mais isolada.

Eu me sentia impotente e sem esperança. Eu não sabia como sair dessa escuridão que me envolvia. Eu queria desesperadamente me sentir melhor, mas não sabia por onde começar. Eu me sentia como se estivesse presa em uma prisão de tristeza e não sabia como escapar.

[...]

Uma semana havia se passado desde a festa. Meus dias continuaram tristes e melancólicos. Eu continuava conversando com Bill todos os dias por mensagens, o assunto parecia nunca acabar, essa era uma das poucas partes boas do meu dia. Por outro lado, eu vi Tom e aquela garota algumas vezes pelos sites de fofoca e quando reuníamos o grupo, mas Tom mal me olhou, algo que quebrou meu coração, se isso ainda era possível.

Bill e eu normalmente ficávamos muito tempo abraçados e até já chegamos a dormir na mesma cama, quando ele apareceu na minha casa bebado e triste. Mas não avançamos mais que isso e eu fiquei até um pouco feliz, não queria me precipitar com ele e gostava do jeito que estávamos.

Nós almoçávamos quase todos os dias juntos. Bill fazia questão de me dar carona todos os dias até minha casa, ele me buscava e me levava. Vic se sentiu um pouco trocada por isso, mas era só drama dela, ela não ligava de verdade, até ficava feliz por eu seguir em frente.

Pelo o que Bill e Georg me contaram, Tom estava dobrando o uso, e agora estava usando MDMA. Eu contei a Bill o que tinha acontecido entre a gente, e então ele me disse.

"— Tom nunca esteve assim antes, Amber. De alguma maneira, você o ajudava a se controlar. Depois daquele dia, ele está usando com muita mais frequência. "

Eu odiava isso. Odiava essa situação.

Eu não vi mais o Sid, e pelo o que Bill me contou, ele era a pessoa com quem usava. Sid nunca vendeu para Tom, ele apenas dava de presente. E até onde eu sei, a última droga que ele deu a Tom foi MDMA, que era um tipo de ecstasy.

Não era abstinência, mas eu sentia falta da droga, talvez eu só tivesse gostado da sensação, e gostaria de usar novamente.

Eu estava deitada na minha cama, assistindo uma série qualquer pra me distrair, quando Bill me ligou, parecia desesperado.

— Bill, se acalma e me conta o que aconteceu!

— O Tom. — Meu corpo se enrijeceu — Ele está passando mal aqui, por favor me ajuda!

Desliguei o telefone, indo direto ao meu guarda-roupa roupa e pegando uma calça. Coloquei apenas um casaco por cima e peguei minha chave.

Não tinha táxi disponível no momento, provavelmente por ser madrugada. Então fui andando. O vento gelado chicoteava meu rosto.

Quando cheguei na casa dos Kaulitz meu corpo gelou, extremamente eufórica pelo o que eu encontraria ali dentro.

— Ele está lá em cima. — Gustav disse, subindo as escadas na minha frente.

Quando cheguei no quarto de Tom, Georg e Bill estavam sentados na cama, desesperados. A porta do banheiro estava entreaberta, com a luz acesa. Bill apontou para o banheiro e então eu entrei.

— Eu disse pra não ligar pra ela, porra! - Disse rude, sentado ao lado da privada.

— Tom... — Me aproximei dele, agachando e ficando na sua frente.

— Para. Não venha me dar lição de moral, você não faz ideia do que eu estou passando, então não venha me xingar e dizer que eu sou um merda!

Me aproximo mais dele, o envolvendo em meus braços, acolhendo-te. Ele demora para retribuir o abraço, mas quando retribui, me abraçando forte, como se eu pudesse escapar a qualquer momento.

— Está tudo bem, Tom, você consegue passar por isso — Digo quase em um sussurro — Você é capaz de parar.

— Eu quero tanto parar de usar essas merdas, Amber. — Diz trêmulo.

Sinto algo molhar minha blusa. Tom estava chorando.






Novamente venho pedir para que não taquem hate na Amber. Ela é adolescente, e é ingênua!! Estou mostrando como ela entrou para esse mundo das drogas, então peço respeito e colaboração, pois há pessoas reais em situações reais assim. Infelizmente, muitos adolescentes entram muito novos nisso, e acabam se perdendo, então por favor, compreenda isso:))

Estou tentando voltar a ter o pique de escrever com frequência, mas ta difícil! Então, não desistam de mim por favor!!😭

Vou reforçar o que já falei aqui, provavelmente estareis publicando pouquíssimos capítulos durante a semana, mas em feriados ou finais de semana, postarei bem tchutchuco e detalhado.

Espero que tenham gostado, amo vocês!!!💚

HOLINESS, Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora