Capítulo 22

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Draco se mexeu ao acordar para encontrar olhos chocolate sonolentos nele. Um sorriso surgiu em seus lábios quando ele apertou seu aperto sobre ela, enterrando o rosto no travesseiro.

- Bom dia - Hermione se aninhou um pouco mais perto de seu peito, seus olhos se fechando mais uma vez.

- Bonjour, mademoiselle - ele respirou, buscando seus lábios com um beijo. Ele podia sentir a curva ascendente de sua boca enquanto ela se afundava no contato, sua língua lançando-se para provocar a dele. - Como você está se sentindo?

Ela se retirou, as pálpebras se abrindo lentamente mais uma vez.

- Tudo bem, eu acho - passando a mão ao longo de seu lado, ela ficou séria. - Você compartilhou muito comigo ontem à noite. Você está bem?

Draco sentiu um súbito ataque de vergonha passar por ele, dissipando o calor e o conforto que sentira ao acordar com ela em seus braços. Escovando um beijo em sua mandíbula, ele desviou o olhar.

- Acho que sim. Aquelas coisas que compartilhei ontem à noite... quero que você saiba que eu não... isso não é...

- Eu sei - ela sussurrou.

Ele rolou de costas, puxando-a com ele enquanto olhava para o teto.

- Tenho dificuldade em me abrir com as pessoas.

Ela deitou o rosto no peito dele, vagarosamente traçando a trilha de tecido cicatrizado que descia pelo abdômen; Draco forçou a engolir enquanto seu corpo acordava com o toque suave.

- Eu notei isso também. Mas eu espero que você saiba que pode falar comigo.

Distraído, Draco brincou com os cachos soltos espalhados em seu peito, rindo quando seus dedos se prenderam no cabelo dela. Ela lançou lhe um olhar.

- Eu sei - ele suspirou finalmente. - Pelo menos, espero poder. Há tantas coisas no meu passado que, olhando para trás, não consigo me reconciliar com a pessoa que tentei me tornar. Coisas em que acreditei, implicitamente, sem questionar.

Por um momento, Hermione permaneceu em silêncio, seus dedos ainda vagando pelas cicatrizes dele, gentis e distraídos. Sua atenção ao assunto em questão vacilou com o toque dela, e sua mente voltou para a conversa que eles tiveram várias noites antes. Ele não queria pressionar, ou forçar as coisas muito cedo quando toda a situação entre eles parecia tão incerta e tumultuada.

Mas desde que eles tocaram no assunto, Draco não conseguia parar de pensar nisso. Sua pele macia, exposta ao seu olhar e mãos. A sensação dela quando ele...

- Eu não sei se algum dia quero conhecer seu pai - ela admitiu, as palavras agindo como um balde de água fria quando o calor começou a correr em suas veias com o pensamento.

- Eu não quero que você conheça meu pai - Draco zombou, sentindo um rubor em suas bochechas. - Mas com a investigação em andamento, você provavelmente nunca precisará.

- O que vai acontecer com ele?

Ele soltou um longo suspiro.

- Ele está sendo julgado para o Beijo do Dementador. Não é... nada agradável. Dementadores são fantasmas que se alimentam de emoções positivas e se banqueteiam com almas humanas.

- Almas?

Draco fez uma careta, percebendo o quão bárbaro deve ter soado sem qualquer contexto. Inferno, mesmo com o contexto era bárbaro.

- Certo. Então, se ele for considerado culpado, e as evidências provavelmente levarão nessa direção, ele perderá sua alma. Essencialmente, ele seria apenas uma casca de quem ele já foi - explicar o processo deixou-o clínico o suficiente para que ele pudesse fazer o possível para ignorar o súbito nó na garganta.

À Deriva - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora