Capítulo 42

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Draco não conseguia se lembrar da última vez em que se sentiu tão desconfortável. Por quase uma hora, ele ficou preso de um lado de uma longa mesa, Hermione de um lado e George Weasley do outro. Se ele tivesse que escolher um Weasley, ele supunha que George era o melhor de todos. Mas Draco nunca gostou muito do clã, e ter meia dúzia deles olhando e avaliando-o, como se ele não fosse muito bem-vindo, mas ninguém quisesse dizer isso em voz alta, o deixou se sentindo mais estranho do que ele até esperava.

Com toda a justiça, ele conheceu George bem o suficiente através de interações no Beco Diagonal ao longo dos anos, desde que se tornaram conhecidos.

E Arthur Weasley estava se esforçando mais do que a maioria.

Mas ele percebeu pela expressão no rosto de Theo, do outro lado da mesa, que seu amigo estava tão desconfortável quanto ele, apesar de esconder bem isso.

Draco supôs que a situação não foi melhorada pelo fato de Potter e Hermione terem namorado Weasleys antes, ambos pareciam querer simplesmente ir embora. A mais crítica parecia ser a mãe deles, que esteve tensa e quieta durante toda a refeição, seu olhar estreito vagando entre Draco e Theo, como se ela não conseguisse entender nada disso.

Quando o jantar chegou ao fim, Draco sentiu como se fosse explodir.

Hermione e Potter tentaram manter o fluxo da conversa, mas Draco desistiu de qualquer esforço para falar, concentrando toda a sua energia em não olhar para o relógio.

Assim que o jantar terminou, Ginevra Weasley pulou da cadeira e desapareceu; Draco desejou poder fazer o mesmo.

Em vez disso, ele afundou no sofá ao lado de Hermione, chamando a atenção de Potter enquanto todos se acomodavam na sala de estar. Na cozinha, o som constante da louça sendo lavada interrompeu o silêncio abafado. Hermione mexia com as mãos no colo.

George parecia extremamente divertido com toda a situação.

Molly Weasley avaliou a sala, os lábios franzidos como se não soubesse o que pensar do grupo que estava reunido em sua sala de estar. Draco também não sabia de nada disso.

- Então - ela perguntou finalmente. Draco podia sentir os olhos dela voltados para ele. - Ronald me disse que você está trabalhando com Harry como auror - ela se virou para Theo, um leve sorriso se espalhando por seu rosto, mas Draco podia ler a falta de sinceridade em seu rosto. Ele cerrou o queixo em defesa de Theo.

Ele não se importava se a mulher tivesse algum problema com ele, mas definitivamente não aceitaria as críticas dela ao seu amigo mais próximo.

Não pela primeira vez, ele se perguntou por que todos haviam concordado com a farsa. Mas mesmo assim, ele era um convidado na casa deles e se importava o suficiente com Hermione para não querer causar uma cena.

- É verdade - Draco ofereceu, tão levianamente quanto conseguiu. - Potter e eu somos parceiros no departamento de aurores.

Como se ele não estivesse sentado na mesma sala, Molly virou-se para Potter com um sorriso consolador.

- Imagino que não tenha sido um ajuste fácil. Certamente o departamento permitiria que você...

- Na verdade, sra. Weasley, - Potter interrompeu, apertando a mão de Theo. - Draco e eu trabalhamos muito bem juntos. E não só isso, mas ele acabou de receber sua certificação completa de auror e contribuiu com informações vitais para resolver um caso importante no departamento.

Por um momento, a mente de Draco se prendeu ao fato de que Potter nunca usava seu nome sem o sobrenome, então ele percebeu que o homem o havia defendido. Ele sentiu o calor queimar seu rosto e bochechas, e uma onda de inquietação percorreu-o enquanto olhava fixamente para a parede oposta.

À Deriva - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora