Capítulo 17

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Draco acordou assustado com uma batida abafada, piscando várias vezes em rápida sucessão antes de pegar sua varinha e pular da cama apenas com suas calças de dormir. O relógio em sua mesa de cabeceira marcava pouco mais de sete da manhã.

Cuidadosamente, ele tropeçou pelo apartamento, esfregando o sono de um olho antes de chegar à porta. Sua mente ainda estava confusa por causa do sono, mas ele abriu a porta, a varinha pronta de um lado, mas escondida fora da vista imediata.

Ele semicerrou os olhos ao ver Hermione Granger, completamente vestida e preparada para o dia, mordendo incessantemente o lábio inferior.

- Oi - Draco murmurou, fechando os olhos brevemente; ele passou a mão pelo cabelo desgrenhado pelo sono enquanto o alarme soava no fundo de sua mente. - Algo está errado?

Quando ele olhou mais de perto, os olhos dela estavam injetados e cercados por sombras escuras, e ele se perguntou se ela tinha dormido.

- Não, - ela disse baixinho. - quero dizer sim. Quero dizer, nada urgente, mas... - ela balançou a cabeça, os olhos se demorando por um momento em seu peito nu antes de desviar o olhar.

- Entre - Draco murmurou, saindo da entrada para que ela pudesse entrar.

Ela o seguiu, de olhos arregalados e apologética.

- Eu não queria te acordar - não havia como negar que sim, então Draco apenas deu de ombros e se arrastou até a cozinha para colocar a chaleira no fogo. Foi então que ele percebeu a impropriedade da situação e entrou em seu quarto para vestir uma camiseta.

Quando ele voltou, Granger ainda estava na cozinha e esfregou os olhos.

- Desculpe por isso. Qual é o problema?

A situação em si era surpreendente quando Draco nem teve a chance de se perguntar se ele a veria ou ouviria falar dela novamente ou se ela desapareceria por semanas como antes.

Mas Hermione simplesmente desabou na cadeira da mesa da cozinha onde ela havia se sentado doze horas antes e colocou o livro que ele havia emprestado a ela no meio da mesa. Ele não ficou surpreso ao saber que ela já havia lido tudo.

- Você é mágico.

Ele olhou para ela por um momento, não totalmente capaz de avaliar seu humor. Mas sua mente ainda estava presa na névoa do sono; ele não sabia se tinha conseguido pegar quatro horas.

- Você também - seus lábios se curvaram com uma sugestão de sorriso. - Por favor, não me diga que você atravessou Londres às sete da manhã para me dizer isso.

Quando ela bufou de exasperação, soando tão parecida com o que era antes, ele não pôde evitar o riso abafado que se soltou. Ele remexeu desajeitadamente em busca de um serviço de chá antes de sacar sua varinha e simplesmente usar magia. Então serviu duas xícaras e se deixou cair na outra cadeira.

Granger apenas o encarou enquanto mexia um pouco de leite em seu copo. Por fim, ela sussurrou:

- Eu nem sei por onde começar.

- Eu não sabia como te contar - Draco admitiu finalmente com um suspiro pesado. - Não quando fui advertido contra sobrecarregá-la com muito de uma vez. E a existência da magia; todas as suas facetas, quando você alegou que não acreditava em nada disso, certamente conta como sobrecarga.

Com uma respiração firme, ela assentiu.

- Eu entendo - ela o encarou por mais um longo momento como se ele fosse algo que valesse a pena examinar, e Draco não tinha certeza se gostou da sensação. - Acho que minha pergunta mais importante é esta: o que você sabe sobre minha perda de memória?

À Deriva - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora