Capítulo 9

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Merlin, a culpa ia comê-lo vivo.

Uma coisa era admirar Granger de longe e considerar coisas como a ideia de ela retribuir o interesse dele, ela o beijando, mas agora que isso acontecera, ele não conseguia lidar com o modo como cada pensamento dela o levava a um caminho que ele não se importava.

Se tivesse alguma chance de mantê-la em sua vida, precisava saber que ela estava tão ciente da situação quanto ele.

Draco não havia pensado o suficiente na ideia.

E porque ele pensou que algo poderia dar certo entre eles, quando o tempo todo ele sabia mais sobre ela do que ela, especialmente considerando a dinâmica que existia entre eles, ele não sabia mais.

Mas, definitivamente, se Draco queria dar uma chance real à pequena e crescente faísca entre eles, e Merlin sabia que ele queria, ele precisava limpar o ar.

Mesmo que isso significasse perdê-la. Porque se ela soubesse a verdade e ele a perdesse, pelo menos ele poderia aceitar isso. Se ele continuasse a enganá-la sem pelo menos tentar, ele só estaria criando problemas para os dois.

Ele deveria ter admitido a verdade para Potter semanas atrás, ou pelo menos antes de ele ir e convidá-la para sair uma semana atrás. Antes que ele sentisse o calor abrasador de seus beijos correndo por suas veias.

Porque agora Draco ansiava por mais, mas ele não sabia se isso era possível.

Ele nem sempre teve consciência, e alguns dias ele desejava que ainda não tivesse, mas mesmo assim.

Juntando os trabalhos completos de sua pesquisa sobre Hermione Granger, Draco apertou sua mandíbula contra a resistência dentro dele, respirou fundo para criar coragem e jogou o arquivo na mesa de Potter.

O olhar do homem se ergueu; ele levantou uma sobrancelha.

- Apenas leia - Draco resmungou. - Sem um milhão de perguntas, por favor. Não sei como explicar isso sem que você veja por si mesmo, mas há as informações básicas que já reuni - quando Potter abriu o arquivo, franzindo a testa com preocupação, Draco acrescentou. - E não me mate por não ter te contado antes.

A confusão estava claramente no rosto de Potter enquanto ele folheava as páginas de pesquisa que forneciam pouco contexto.

- Quem é Melody Simon?

- Como eu disse, - Draco falou lentamente. - você precisa ver por si mesmo.

- Malfoy, você está com problemas?

Ele considerou a pergunta com uma careta.

- Honestamente, mais ou menos, sim. Mas isso está ligado a um caso, então assim que você tiver algum tempo...

- Eu tenho tempo - a mandíbula de Potter se apertou em uma linha dura, e enquanto não era hostil, o olhar em seu rosto fez os nervos de Draco formigar. Um arrepio percorreu sua espinha.

Merlin o ajudaria se Potter ficasse furioso.

- Certo - Draco passou a mão pelo braço de Potter enquanto se levantava da escrivaninha, e antes que pudesse se permitir pensar na situação, aparatou-os no beco vários prédios abaixo da casa de chá. Ele já sabia que ela estava trabalhando hoje, e o medo se instalou dentro dele, visceral e chocante. Se algo desse errado e ele arruinasse suas chances com Granger, Draco nunca se perdoaria.

Mas ele nunca deveria ter tido uma chance em primeiro lugar.

Ele se virou para encarar Potter antes que eles emergissem na estrada, e a confusão do homem só aumentou.

À Deriva - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora