(Pov: Bill)
Desde a volta do hospital eu mantinha o espaço da S/n. Eu sabia que era necessário ela passar por essa dor e por mais que eu também quisesse um consolo, a prioridade era ver ela melhor.
Dia após dia eu via ela fechando a porta do quarto quando eu batia, eu via ela virando de costas quando eu entrava e se alimentando pouco. Tinha dias que eu ficava sentado do lado da cama dela conversando mas sem nenhuma resposta, eu sabia que ela estava sofrendo e queria que ela melhorasse.
Depois de umas duas semanas Amber conseguiu fazer ela sair do quarto e mais que imediatamente ela foi direto para o Tom. Aquilo me surpreendeu, por que desde que me lembro eu sempre sou a primeira escolha dela.
Não que ela me ame mais, longe disso. Só que desde crianças fomos muito unidos. Meu primeiro pedaço de bolo era dela e o dela era meu. Dividíamos segredos, o primeiro beijo de ambos foi junto, perdemos numa aposta quando tínhamos nove anos. Mas combinamos de manter isso em segredo.
Eu lembro quando ela se apaixonou por um idiota a primeira vez, ela foi correndo pra minha casa para contar. E quando ele a decepcionou, eu fui o primeiro a saber também.
Eu estava acostumado a minha vida toda ela vindo até mim, a sempre segurar a minha mão, a sempre me abraçar primeiro. Não por me amar mais, mas por que sempre foi assim.
Como num passe de mágica ela teve a ideia do plano e nem me perguntou o que eu achava. Pois era eu que iria estar nas fofocas com ela, eu que iria sair como errado e por mais que todos nós soubéssemos que aquilo era mentira, era decepcionante meu nome estar do lado da palavra traição.
Em menos de três dias todos os lugares já estavam sabendo de tudo, eu fui proibido de sair com ela e Tom, sempre precisava estar separado deles, eu andava no shopping e via coisas que ela iria gostar mas não podia comprar com risco de alguém ver.
Ver as publicações deles almoçando fora, indo em entrevistas e até os vídeos que eles postavam me mostravam o quanto eles eram um casal bonito.
Ela sorria como se fosse aquela mesma adolescente de antes de eu me declarar, ali eu sentia que ela tinha sido feita para Tom e que talvez eu estivesse atrapalhando.
Eu só conseguia lembrar dela pedir para ele que queria ter novamente uma vida normal, talvez se eu me retirasse ela poderia ter a vida normal que ela queria.
Um casamento normal, uma família normal, encontros normais. Tudo o que eu e a minha presença não poderíamos manter para ela.
Quando eles começaram a gravar a live eu pude ver a sintonia dos dois, das respostas engraçadas, de como ela advertia ele e eu queria ver ela assim mais vezes, mesmo que pra isso eu precisasse me ausentar.
Quando a live acabou eu estava transbordando de ciúmes e tristeza, por que não se quer uma única vez desde que ela voltou do hospital ela me procurou para saber como eu estava.
Na piscina eu brincando com o Pumba, eu sentia o vento bater e tinha a esperança que ele pudesse tirar de mim todos aqueles pensamentos. Eu escutava a voz do Tom de fundo me chamando, mas eu não queria encarar nenhum dos dois nesse momento.
Até que ele se senta do meu lado e começa a falar, ele falava dela com tanto carinho que eu me senti um idiota por ter pensado tudo o que pensei.
Me senti um idiota de achar que ela poderia ser mais feliz sem mim. Por que realmente não existe nada que eu não seria capaz de fazer por ela.
Quando entramos depois da Amber nos chamar eu via os seus olhos vidrados em mim e eu sei que ela procurava uma resposta para saber se estava tudo bem. E única forma de responder isso naquele momento foi me aproximando dela. Dou dois toques no ombro dela, é uma coisa que fazíamos desde criança depois de uma briga, ela se levanta e eu me sento puxando ela para o meu colo.
Eu estava com saudade de sentir o cheiro da pele dela, estava com saudade de sentir o calor do corpo dela. Mesmo que as únicas coisas que separassem a gente fossem peças de roupas, parecia que era uma parede e eu não fazia ideia de como quebrar aquilo.
Então simplesmente decidi entrar no jogo dela, confiar no plano dela. Quanto mais rápido isso acabasse, mais rápido eu poderia voltar a ter ela pra mim. Poderia gritar novamente para o mundo o quanto eu amava aquela mulher e era louco por ela.
Depois que todos foram embora eu subi para o meu quarto deixando S/n e Tom a sós. Eu ainda não sabia o que dizer e não queria acabar dizendo besteiras.
– Toc toc. – S/n brinca abrindo a porta do meu quarto.
Eu encaro ela na porta.
– Posso entrar? – ela fala já entrando.
Eu concordo com a cabeça e ele vem até a minha cama e deita do meu lado.
– Faz tempo que a gente não conversa né? – ela puxa assunto.
– Faz um tempinho. – eu respondo.
– Como você está?
– Eu tô normal...
– A verdade Billi. – ela puxa a minha mão.
Eu respiro fundo. – Eu tô mal, perdi um bebê que nem sabia que tínhamos por que decidi sair e eles me pegaram desprevenidos. Você voltou e mal falou comigo, não sei se você me culpa mas eu me culpo...
Ela só encara enquanto eu falo.
– E então na primeira oportunidade eu vejo você indo pro Tom e aquilo parecia que meu coração estava sendo arrancado do meu peito. Por que eu queria ser o seu conforto nesse momento. E então vem esse plano louco que você nem se quer me perguntou o que eu achava.
– Billi...
– E nesse tempo vendo você e Tom juntos eu sinto que não posso te dar a vida normal que você pediu no hospital, mas se ficasse só você e Tom talvez...
– Nunca mais repita isso Kaulitz. – ela me interrompia. – Eu não passei tudo o que passei para agora você me dizer que seria melhor eu ficar apenas com o Tom.
Ela senta no meu colo ficando de frente pra mim. – você disse que faríamos qualquer coisa para deter eles, então achei que esse plano também entrava no qualquer coisa. E eu não sabia como falar com você...
– Como assim?
– Você se culpa por ter saído e ter sido pego por eles, eu me culpo por ter fugido e não ter deixado você me contar que foi drogado, talvez... – ela abaixa a cabeça e eu sabia que ela iria chorar.
– Acho que não foi culpa de ninguém. – eu a abraço e ela me abraça tão forte que parecia que os nossos corpos iriam grudar.
– Eu não quero ter a sensação que vou te perder novamente, isso acaba comigo. – ela fala no meu ouvido.
– você nunca vai me perder. – eu respondo e nesse momento eu sinto que aquela parede que estava entre a gente foi quebrada de uma única vez.
Ela então me beija, era um beijo calmo mas que continha saudade, não posso dizer que era um beijo doce pois ele estava repleto de lágrimas dela.
– Talvez se a gente for devagar... – ela respondia entre os beijos.
– O médico ainda não te liberou e eu não quero te machucar. – eu respondia beijando ela.
– Só um pouco. – ela insistia.
– Não posso, estamos brigados lembra? – falo entro beijos.
– Você é cruel Billi.
E eu ali vi a sorte que eu tinha de ter ela do meu lado.
***
Notinhas da autora:
vai ter Pov do meu protegido sim e se reclamar eu separo ela do Tom. Falem duvido...
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A GAROTA DO TOKIO HOTEL [cancelada]
FanfictionS/N como você quiser Tom Kaulitz como Tom Kaulitz Bill Kaulitz como Bill Kaulitz ~Todo o enredo acontece como se Tokio Hotel não tivesse conseguido a fama ainda. ~