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Lizzie M. | 12:00 |

Se passou várias horas desde minha última crise, eu me acalmei graças a Bea e Lily que resolveram ir atrás de mim e felizmente.. ou infelizmente me acharam. Não fiquei ali para esperar meu pai ir embora, simplesmente liguei o carro e fui para casa de Tom.

— Não vai comer? — Liv me perguntou.

Respirei fundo e olhei para o prato que tinha em minha frente. — Vou.— Não eu não iria, nem posso. — Tá gostoso, Bea? —

— Ótimo! — Vi a garota beber um gole de seu suco. — Come, Liz. —

Eu não quero, sinto que vou colocar tudo para fora a qualquer momento, e a comida.. ela não me faz bem ultimamente, eu me sinto culpada quando como.. qualquer coisa mínima.

De manhã, depois de comer.. eu vomitei, meu corpo não aceitou a comida, e eu me sinto como se estivesse fazendo algo errado quando chego a comer qualquer coisa mínima..

— Fizzy? — Escutei Tom me chamar.

— Hã? — Olhei para o garoto que estava sentado em minha frente. — O que? —

— Você não vai comer mesmo? — Ele olhou em meus olhos e eu olhei para a comida.

— Estou cheia, acho que me fiz de desfeita, desculpa. — Me levantei e levei meu prato até a pia e o lavei.

Senti as mãos de Tom em minha cintura me dando calafrios e me deixando com repugna e tristeza. — Não.. — Tirei as mãos do garoto de meu corpo, sai da cozinha e fui para o quarto do garoto.

Logo me sentei na cama do mesmo e escorei minha cabeça na cabeceira.

Eu sou nojenta? pois eu me sinto nojenta, eu me sinto suja, como se nenhum banho fosse tirar isso, nada, nem ninguém. Eu vejo as outras garotas e eu só queria ser limpa como elas, ter a sorte delas, é como se algo me impedisse de me sentir eu mesma ou livre.

Eu me sinto presa, mas não tem correntes me prendendo, e sim pensamentos, os meus.

Encolhi minhas pernas e apoiei minha testa em meus joelhos, logo abracei minhas pernas e senti meu coração parar aos poucos, a cada segundo ele parecia ficar mais agitado, mas tão lento.. como se cada batida fraca fosse um tipo de facada de dentro para fora. Lágrimas. Lágrimas, pude as sentir descer pelo meu rosto, mas assim que levantei minha cabeça, vi meu joelho manchado de sangue e meus olhos ardendo.

Puta merda, eu sou tão inútil.

Meus olhos ardiam, mas não paravam de descer lágrimas, minha tristeza só aumentava a cada segundo, e virava raiva ao mesmo tempo, meu pai. Meu pai, ele poderia ter sido igual aos dos outros, se importar comigo.. era tão difícil? me tratar como filha, era algo impossível?! Ter o mínimo de amor por mim e me respeitar como pessoa.. foi tão complicado para ele?

Ele poderia ter sido igual aos outros, ou pelo menos ter feito o mínimo.

Aquele monstro que errou, mas porque eu que me sinto culpada, minhas roupas nunca foram um convite, nenhuma é. Mas.. por que não me sinto confortável ao mostrar minhas pernas, meus braços e até.. meu pescoço? posso sentir meu corpo coberto de sujeira.. mas eu acabei de tomar banho.

Meu peso, ele nunca foi um problema, mas agora, eu me vejo diante de algumas modelos e eu só desejo ser como elas, angelical, magra..

Mãos, pude sentir mãos nas minhas, que estavam arranhando minhas pernas com tanta força. Eu não as senti naquele momento, minha dor emocional era maior.

— O que você tem? — Tom tentava me segurar enquanto eu me debatia e escondia meu rosto que estava baixo junto de sangue.

— Me deixa, Tom.. — Tentei me soltar, mas falhei.

— LIZZIE. — Ele gritou e me fez ficar imprensada contra a parede. 

— ME DEIXA! — Afirme em voz alta e virei em voz alta e olhei nos olhos do mesmo que tinha seu olhar tomado por pavor. — Só me deixa. —

Vi o mesmo colocar as mãos em sua boca e lágrimas pingarem em sua blusa branca, o mesmo olhou para minha camisa que estava totalmente manchada de sangue e se assustou mais ainda. Aquilo, aquele olhar dele, eu não queria.

— Você.. — Ele tentou falar, mas parou e foi até a porta a fechando e logo voltando e ficando em minha frente. — Me fala, o que você tá sentindo. —

Eu não consigo. Minhas pernas travaram, me senti muda e com meu corpo inteiro paralisado.

— E.. — Tentei falar, mas minha voz ficou entalada.

— LIZZIE! — Ele abriu minhas pernas e passou pelo meio das duas, suas mãos foram até minha nuca e puxaram meu rosto para perto do dele, fazendo nossas testas se encostarem e ele voltou a chorar. — Por favor.. —

Não dá.. eu não..

— Me conta! — Senti os lábios de Tom deixando um beijo em minha bochecha, minha testa e na ponta de meu nariz. — Lizzie.. —

— Para.. por favor, Tom. — Senti lágrimas do garoto em meu rosto e o dele machado de sangue, meu sangue.

Ele afastou seu rosto de perto do meu e olhou em meus olhos. — Parar? — Não faça isso.. não.. — COMO VOCÊ QUER QUE EU PARE LIZZIE?! —

— PARA, CARALHO! — Empurrei o mesmo para longe e me levantei.

— COMO VOCÊ QUER QUE EU PARE? MINHA NAMORADA TÁ SURTANDO FAZ DIAS E NÃO COMPARTILHA ISSO COMIGO EM MOMENTO ALGUM! — Afirmou o garoto me deixando totalmente angustiada.

Egoísmo? porra.

— EU NÃO QUERIA TE PREOCUPAR COM ISSO, SIMPLES! — Dei um sorriso em meio às lágrimas e o mesmo soltou uma risada nasal.

— Não queria me preocupar? mas o Bill sim, não é? você falou primeiro com ele. — Tom jogou na minha cara.

Ele não tá aqui pra me apoiar.

— É serio isso? — Caralho. — Você tá com ciúmes do seu irmão?! —

— Eu não tô com ciúmes, mas você deu prioridade para ele Lizzie! — Suas palavras pareciam facas em mim.

Dei uma risada e tentei limpar meu rosto com as lágrimas que desciam fortemente. — Seu egoísta do caralho! se não fosse a porra do teu irmão me aconselhando todo dia na merda daquela viagem, eu não sei se estaria agora para você falar que tem uma namorada. —

— O que? — Ele disse parecendo arrependido pelo o que havia dito antes.

— Eu vou pra casa. — Abri a porta do quarto do garoto e passei pela mesma enquanto sentia meu corpo tremer. — Não conta o que aconteceu para Liv. —

— Lizzie, fica aqui. — Ele insistiu enquanto me seguia.

Peguei minha bolsa que estava em seu quarto e olhei pela janela vendo todos na piscina.

— Já sabe, se falar algo, perde minha confiança! — Sai do quarto do garoto que estava em minha frente. — De novo. —

𝐓𝐡𝐞 𝐅𝐮𝐜𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐒𝐦𝐢𝐥𝐞 | 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳Onde histórias criam vida. Descubra agora