CAPÍTULO 2

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NICOLI

Sexta feira chegou rápido demais, olho minha mala, não vou levar muita coisa somente coisas que eu preciso, lá eu compro o que eu precisar.

Sâme: Vamos?- assinto e saio do quarto puxando a mala rosa de rodinhas.

Letícia: Se cuidem, tomam cuidado, não faça o que eu não faria.- logo direciona os olhos para mim.- não enfrenta a sua mãe, conversem, ok?- eu assinto e logo depois de nos despedirmos dela, fomos embora dali.

Chegamos no aeroporto faltavam 1h para o voo, fizemos alguns procedimentos, e ficamos esperando.

Recebo outra mensagem da minha mãe " Você não pode me evitar para sempre, eu só quero o seu bem".

Reviro os olhos e não a respondo.

O avião decolou e aí não tinha mais como voltar atrás, eu iria de qualquer jeito, logo eu estarei lá, com as pessoas que eu amo, no lugar que eu deveria está.

16h horas depois, o avião chegou no Rio de janeiro, eram 17h da tarde, a Sâme parece nervosa assim como eu, pelo visto a marra de segunda esvaiu de mim hoje, minha mãe vai me bater, eu não duvido.

Na frente do aeroporto pegamos um táxi, disse que gostaria de ir para o vidigal e o moço assentiu.

Durante o caminho eu admirava a cidade, que eu só conhecia por fotos, era linda, o moço para em uma esquina e logo me avisa.

Tx: só posso ir até aqui senhorita.- assinto, tirando o dinheiro do bolso e dando em sua mão.

Parece que quanto mais perto chega, mas a barriga embola, estou bem nervosa.

Pegamos nossas malas no porta malas e fomos andando até a entrada do morro.

Olho uns meninos com fuzis atravessados, minha mãe costumava dizer sobre as coisas do morro, mas olhando de perto vendo a realidade é diferente.

Vou subindo na barreira quando um menino me para.

Xx: ou ou, onde as gatinhas tão pensando que vão.- encaro ele com o cenho franzido.

Nick: subir?- fala como se não fosse óbvio.

Xx: por que? A mando de quem? Autorizada por quem?- reviro os olhos e poupo palavras, embora eu seja a filha e irmã dos donos, quem tem um fuzil aqui é ele.

Nick: gostaria de falar com o Dono do morro.- falo e ele gargalha como se eu tivesse contado uma piada.

Xx: tá achando que o chefe tá a disposição de puta o tempo todo?- olho desacreditada com o que ele diz.

Vejo um menino se aproximar e eu logo o reconheço, minha mãe sempre me mostrou fotos, ou postava em dias de festa deles onde eu nunca estive presente.

Pitete: Qual o problema aí Rd?- pergunta ele quando tá passando montado em uma moto.

RD: as dondocas estão tentando subir o morro e falar com o chefe, vê se pode.- meu primo que até então, não havia me olhado antes agora presta atenção em mim.

Pitete: Puta que pariu.- os olhos estão arregalados e ele parece não acreditar.

Sâme: quem é esse?- pergunta baixo perto do meu ouvido.

Nick: Cássio.-falo baixo só para ela ouvir, e logo encaro o garoto que desmonta da moto e logo anda até mim.

Pitete: O que tu tá fazendo aqui? Sansão sabe?- nego encarando,que pega o radinho e fala algo.- mano, brota na barreira, temos um problema.

Logo ouço um ronco de motor e de longe vejo meu irmão, o Miguel, vindo na minha direção com cara de mal, um porte atlético, um negão lindo desses.

Nick: surpresa.- saio da frente do pitete para que meu irmão possa me olhar.

Um sorriso se abre nos lábios dele e logo eu corro para abraça-lo.

Ele me pega no colo e me gira no ar.

Black: quanta saudades.- sinto ele beijar meu rosto e logo me botar no chão como se tivesse caído em sim.- o que você tá fazendo aqui?- encaro ele fazendo carinha de triste.

Nick: nem um, te amo, que surpresa boa.- ele tenta suavizar a expressão que parece preocupada.

Black: vamos sair daqui.- olha para os lados como se procurasse por algo.- pitete, traz a Sâme.- ele assente.

Pitete: RD, vigia as malas, logo mando alguém buscar.

Observo toda a favela que eu tenho pouquíssimas memórias, logo a moto é estacionada no portão branco, que eu por sinal tenho uma foto, quando tinha uns três aninhos.

Meus olhos embaçam, mas eu logo limpo a lágrima que se formou.

Black: Eu preciso que se acalme, mas sua visita não terá uma recepção muito atrativa.- antes que eu absorva as palavras e o responda, ele me puxa entrando portão a dentro.

O pouco que eu vejo da entrada está exatamente da mesma forma em que eue lembro, as plantas no pequeno jardim da frente.

A porta é aberta pelo meu irmão, e a gente entra chamando atenção da única pessoa na sala, o Nico.

Nick: Surpresa.- falo fazendo jesto com a mão e ele corre para me abraçar, me enchendo de beijos, o que parece ter chamado atenção dos outros que estavam na casa.

Sansão: que bagun...- olho para o meu pai ainda nos braços do Nico, ele está paralisado, parece pensar se me abraça ou me dá uma bronca.

Sem deixar que ele pense eu pulo no colo dele, e as lágrimas logo se escorrem pelo meu rosto, eu amo meu pai, eu sempre fui sua princesinha, ele sempre me mimou, até de longe, mandava presentes e ligava assim que sabia que o prensete me foi entregue, sendo datas comemorativas ou não, depois dos meus 15 anos, até no dia dos namorados eu ganhava presentes dele, segundo ele, eu não precisava de um namorado, se ele podia me dá o que eu quisesse.

Naná: o que você está fazendo aqui Nicoli?- minha mãe me olha parecendo nervosa e só aí, parece fazer os outros a voltarem para a realidade.

Nick:vim para casa.- digo como se fosse o óbvio.

Naná: e quem permitiu?- eu do uma risada amarga e a encaro.

Nick: a Lei, quando diz que acima de 18 anos, eu me mando.- ela me olha debochada.

Nana: Se manda não é mesmo, também trabalha e banca seus próprios luxos.

Sansão: parou as duas, antes que isso passe dos limites.- encara nós duas.- Nick, você precisa voltar para a Suiça.- encaro meu pai com tristeza.

Nick: mas pai...- tento falar algo, mas sou cortada por um dos meus irmãos.

Digato: não seria mais fácil contar a ela?

⭐⭐⭐⭐⭐⭐

PATROA 2Onde histórias criam vida. Descubra agora