CAPÍTULO 14

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NICOLI

O Uber me deixa na barreira da rocinha, passo pelos meninos e do um boa tarde simpático, mesmo que hoje eu esteja super estressada.

Sabe quando o dia não é o nosso melhor dia? Tudo que pode dá errado da? Então, esse dia é hoje.

Acordei e simplesmente minha alergia estava atacada, tomei um antialérgico e até essa porra fazer efeito eu fiquei com a cara coçando, agora já melhorou, mas só isso já me estressou.

Logo a Sâme resolveu aceitar que o Pitete dormisse lá em casa quase todas as noites e o desgramado comeu meus morangos, que ódio.

Então eu fui para a faculdade, pensando " aqui as coisas vão ser boas", adivinha só, tirei 7,0 em uma das provas.

Viro a rua do posto e ouço uma moto se aproximar.

Caveira: EAI.- fala quando para a moto.

Nick: ah, oi.- digo simples.

Caveira: que cara é essa aí?- encaro ele ja sem paciência.

Nick: a minha.- Digo seca.

Caveira: nossa, ainda são meio dia, já está com esse tanto de pedras na mão?- suspiro.

Nick: só estou tentando chegar no meu trabalho.- ele olha o relógio e me encara.

Caveira: ainda são 12h, tu só pega 13h.

Nick: sai mais cedo da faculdade.- ele assente.

Caveira: almoçou?- nego.- vamos lá comer algo?- esse cara não ia sair do Meu pé depois que me comesse?

Nick: não obrigada, tenho um biscoito aqui.- ele me olha incrédulo.

Caveira: bora sobe aí, vai comer biscoito o caralho.

Nick: não quero, obrigada.- falo me virando para continuar andando, mas ele me segura.

Caveira: anda logo porra, sobe na moto.- suspiro irritada, mas subo, o cara tem uma arma.

Ele arranca com a moto subindo o morro até chegar na praça, onde tem alguns comércios.

Entramos em uma pensão e eu o segui até uma das mesas, algumas pessoas ali nos olhavam e até cochichavam, me fazendo lembrar que eu não deveria está ali.

Caveira: tu família tem dinheiro né?- ignoro as pessoas e encaro ele.

Nick: um pouco.- respondo sem entender.

Caveira: e por qual motivo tu não tem um carro ou uma moto ? Fica gastando grana com Uber.- intrometido que só ele.

Nick: fiquei um tempo fora do Rio, cuidando dos meus estudos, a escola era próxima, a faculdade era próxima, não havia necessidade de aprender.- ele assente e a senhora da pensão traz a comida que eu nem havia pedido.

Caveira: pedi carne assada para tu também.- assinto dando de ombro.- posso te ensinar.- encaro ele sem entender.- dirigir e pilotar.- levanto as sobrancelhas.

Nick: não precisa, já paguei a auto escola, só não consegui ir em alguma aula ainda.- ele me olha.

Caveira: todo dia, depois do seu plantão.- diz mandão.- e pelo sua cara, você está só tentando me enrolar, pagou porra nenhuma.- reviro os olhos lembrando da Jamily dizer que essa porra ia largar do meu pé.

Nick: 1h.- ele me olha.- vai ter 1h para me ensinar.- ele assente com um sorrisinho sacana e logo leva o garfo na boca.

Um silêncio reina entre nós enquanto terminamos de comer, sinto que ele me observa a todo tempo.

PATROA 2Onde histórias criam vida. Descubra agora