NICOLE
Os meses foram se passando, já estou de sete meses de gestação e conversando apenas por vídeo chamadas e mensagens com o pai dos bebês.
No começo optei por fazer um chá revelação, fiz as ultras e fui pedindo ao médico para não dizer, queria ter minha família nesse momento, mas os meses foram se passando, o Thales queria que eu aceitasse saber mesmo com eles longe, mas o tanto que eu estava chateada por não ter eles aqui fez eu apenas adiar.
E agora com sete meses eu ainda não quero saber o sexo, minha decisão agora é esperar até o parto, e sinceramente torcendo para que o Thales esteja comigo nesse momento.
Ando bem triste ultimamente, estou com saudades e nem mesmo sei como a situação está por lá, quando algum deles ligam, somente conversam sobre mim e os bebês e se eu pergunto por algo, mudam logo o assunto.
O médico me passou que talvez eu não leve a gravidez até o nono mês, pode ser que venham antes, mas que estão saudáveis e grandinhos.
Lia: vamos fazer um piquenique no parque?- pergunta entrando no meu quarto.
Nick: não estou no clima.- digo sem jeito.
Sâme: está, claro que está, levanta esse rabo daí agora Nicole.- já entra gritando.
Nick: eu não quero.- ela da uma risada sarcástica.
Sâme: eu não te perguntei.- diz rispida e me faz levantar da cama.- põe as sandálias.- posiciona na minha frente como se eu fosse uma criança.
Lia: eu tentei ser gentil, mas você prefere que seja na grosseria.- implica.
Entro no carro amarrando meus cabelos em um coque no alto da cabeça, o clima hoje está quente, e pode ser que um piquenique seja uma ótima ideia.
Alice: estão mexendo.- diz com as mãozinhas na minha barriga.
Nick: estão sim.- sorrio mexendo em seus cabelos.
Chegamos no tal parque que tinha um lugar reservado com algumas árvores, onde botamos uma grande toalha e nós sentamos, a Alice foi brincar nos brinquedos de madeira que tinham ali perto.
Sabrina: essa barriga tá tão linda.- passa a mão.
Nunca fui muito próxima da Sabrina, mas esse tempo morando juntas fez com que nos aproximamos, ela é uma grande amiga, e uma ótima companhia para a Jamily.
Lia: você anda tão estranha, o que tá rolando?- pergunta a Sâme que está a alguns dias muito inquieta.
Sâme: seu irmão.- fala baixo mas em um tom que possamos ouvir.- brigamos, ele anda estranho, acho que está me traindo.
Lia: oi?ele não seria capaz.- diz indignada.
Mily: mas por que acha isso?- pergunta tentando entender.
Sâme: ele tem conversado pouco comigo, quando conversa ou me liga, fala pouco e estranho, ele nunca foi assim, sempre fomos ótimos em conversar.- fico sem palavras, mas realmente eles sempre conversaram muito e sobre tudo.
Lia: relaxa as vezes é a pressão das coisas, a loucura que tudo tá acontecendo, mas não esquenta se ele teve essa coragem, eu mesmo boto ele no microondas. - a gente da risada com a maneira que ela fala.
Ficamos ali conversando e batendo altos papos.
Comemos algumas frutas, bolos e biscoitos que elas haviam levado.
Sabrina: ah, o Thales teria um infarto agora.- diz olhando para frente e eu encaro onde ela olha.
A Alice está no balanço e ao lado dela um menino pretinho lindo, todo arrumadinho e ela conversa com ele com um sorriso bobo.
Coisa de criança, sabe?!
Nick: ele teria.- do risada.
Fico observando eles, até mesmo vigiando ela, que é uma criança.
Lia: vamos fazer o que amanhã?- pergunta me encarando.
Nick: nada.- falo simples desviando o olhar.
Sâme: é seu aniversário.- diz incrédula.
mily: seu aniversário amanhã?- assinto.
Sabrina: então vamos fazer algo.- diz me encarando.
Elas se calam e apenas mudam o assunto.
Fico pensando no caos chamado minha vida e pensando o quanto tudo vai ser difícil se eu tiver esses bebês longe da minha família, longe do pai deles.
No fim da tarde voltamos para casa, hoje é sexta e é meu dia de fazer comida.
Vou direto para o banheiro tomar um banho fresco.
Estou bem cansada, mas é meu dia de fazer a bendita janta.
Lia: eu faço a comida hoje, você tá com os pés inchados, descansa um pouco.- diz entrando na cozinha.
Nick: não precisa.- tento questionar.
Lia: anda logo garota, vaza.- fala toda acelerada e eu do risada negando.
Nick: acha que as coisas lá estão tão complicadas? - pergunto e ela me olha sem jeito.
Lia: acho que estão todos fazendo o possível.- fala me dando um abraço.
CAVEIRA
Difícil? Eu não diria difícil, eu diria desafiador.
A cada dia, uma das favelas que nos aliaram, estão sendo invadidas, ou pelo CV ou pelos aDa.
Outros donos de morro que se dispuseram a nos ajudar de outros estados estão chegando a cada dia.
Estamos atrás dos chefes,se matarmos eles a guerra acaba de imediato, são obrigados a nos deixar em paz.
Pego meu celular e ligo para a Nick,sei que ela está triste e bem arrasada.
As coisas saíram do meu controle, mas logo vão retomar.
Nick: oi amor.- diz com uma voz cansada.
Caveira: está tudo bem?- pergunto encarnd seu rostinho pela chamada.
Nick: está sim, só estou um pouco cansada, passamos o dia fazendo piquenique em um parque por aqui perto.- assinto.
Caveira: que bom que saíram para fazer algo legal.
Nick: e aí, como vão as coisas?- suspiro.
Caveira: sobre controle, logo vou buscar vocês.- falo convicto.
Nick: não precisa prometer isso.- fala triste.
Caveira: amor, acredite em mim, eu vou e não vai demorar muito.- ela apenas assinte, no seu rosto não tem nem mais esperança.- já comprei o berço.- ela levanta o olhar voltando a olhar a câmera.
Nick: berço?- eu assinto .
Caveira: mandei pintar os quartos, vou fazer tudo neutro, já que não sabemos os sexo ainda.- vejo um pequeno sorriso brotar em seu rosto.
Nick: eu te amo Thales.- fala sorrindo.
Caveira: eu também amo você pequena.- falo sorrindo.
Nick: a Lia tá chamando para jantar.- fala depois de eu ouvir um grito.
Caveira: vai lá, depois nos falamos.- ela manda beijo e logo desliga.
Vejo uma mensagem chegar no meu whatsapp e um sorriso brota no meu rosto.
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PATROA 2
Fanfiction- Nicoli filha da Naná e do Sansão, foi mandada pelos pais para a Suiça para fugir de um dos inimigos do seu pai, antigo dono do Vidigal, mas aos 20 anos, cansada das "desculpas" da sua mãe, fazendo faculdade de enfermagem, ela volta para o Rio de J...