CAPÍTULO 7

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CAVEIRA

Estou entrando no morro quando vejo a movimentação dos meus vapores, paro para perguntar qual é do cao, mas minha mente viaja quando vejo a morena que tá descendo o morro, linda, vestida de branco, com certeza a nova enfermeira do posto.

A mina é gata e pelo visto não chamou somente minha atenção, mas também dos meus vapores que pararam com o burburinho para vê a pretinha passar, ouvi o boa noite com a voz doce e logo em seguida a voz dos meus vapores que falam em uma só voz.

Caveira: Qual é desse falatório aí?- pergunto vendo que eles voltaram a falar.

Dedé: porra patrão, não viu a deusa que desceu esse morro agora?- encaro ele.

Caveira: te pago para fazer a segurança da minha barreira, não para secar rabo de saia.- falo rispido.

Dedé: qual é patrão, sabe como é né a enfermeira é gostosa pow.- fala olhando os outros nitidamente sem graça.

Caveira: Sabe quais são as consequências para quem comete assédio no meu morro.- digo sério e arranco com minha moto.

Sou um dono de morro sério, ja bati muito cabeça sendo a porra de um muleque irresponsável, mas depois que a Ana Alice nasceu, tudo ficou diferente, Ana Alice é minha irmãzinha de 10 anos nasceu, a menina foi minha luz, sem ela eu não seria o que sou hoje, a presença de um menina que precisava dos meus cuidados na minha vida fez total diferença.

Aqui na rocinha é o certo pelo certo, sou um cara justo, segue minhas regras e eu não mexo contigo, mas não entra no meu caminho não, namoral.

Lice: irmão.- abraça meu corpo assim que entro na casa.

Caveira: cadê a Sabrina?- procuro na sala e não a vejo.

Lice: na varanda fumando.- aponta para a parte de trás da casa.

Caminho até lá e vejo Sabrina, é uma amiga responsa que toma conta da Ana Alice para mim.

Caveira: Achei que ia te encontrar fumando maconha na minha casa denovo.- ela rir debochada e nega.

Sabrina: já aprendi a lição, nada de drogas perto da menina.- ela rir e levanta a mão em forma de rendição.

Caveira: já pode ir, ok?- aviso saindo dali e indo até a parte de cima da casa.

Entro no quarto e vou até o banheiro, tiro minhas roupas e os pensamentos começam me atorduar, lembro de tudo o que passei para chegar até aqui, sinto falta do meu coroa, ele foi um pai foda, até aquele canalha tirar ele de mim, eu tinha uma vida boa, meu pai era dono da rocinha, minha mãe vivia com ele super bem.

Lembro da notícia chegando aos meus ouvidos, meu tio chegando e dizendo que o Sansão havia degolado meu pai, o filho da puta não teve pena nenhuma dele, nem dele, nem de mim que ficaria no mundo sem um pai.

Lágrimas descem dos meus olhos fazendo eu lembrar de quanta dor ele me causou, e eu jurei a mim mesmo que iria causar dor nele, atacando em algo único na vida dele, a filha menina, hoje provavelmente uma mulher, a qual eu não desisti de procurar.

Deveria pensar na minha irmã? Sim, mas o ódio foi alimentado por anos, e eu não vou o livrar disso, esse cara tem que pagar pelo o que fez com o meu pai e comigo.

Saio do banheiro e olho o porta retrato ao lado do criado mudo, a foto dela, dona Ana Lúcia, outra coisa que o Sansão me levou, no dia em que matou o meu pai, minha mãe virou outra pessoa, uma viciada em drogas, não consegui livra-la disso, uns anos depois ela apareceu grávida e no parto acabou morrendo e me deixando a Ana.

Lice: Thalys?- chama do lado de fora do quarto.

Caveira: entra Princesa.- ela abre a porta e me olha.

Lice: tô com fome.- fala aparentemente irritada.

Caveira: já vou botar sua janta.- a Sabrina costuma deixar pronta, e eu só do a menina quando ela quer comer.

Descemos as escadas e logo entramos na cozinha, ela se senta na cadeira e logo a entrego o prato de comida.

Ponho a minha e me sento ao lado dela.

Caveira: como foi na escola?- ela me olha animada.

Lice: foi ótimo.-ela sorrir.

Caveira: que bom, e as notas?- ela sorrir,minha bichinha é muito inteligente.

Lice: 10 na última prova de matemática.- diz toda animada.

Caveira: bate.- levanto a mão para ela bater.- agora cama.- levanto pegando os pratos para lavar.

Depois que ela foi para o quarto passei por lá para vê se estava tudo certinho e logo fui para o meu, abri a porta que da na sacada e  me sentei na cadeira que tem ali.

Acendi o baseado que estava no meu bolso e comecei a marolar na onda.

[•••]

Acordei no dia seguinte vendo que já estava na hora de ir para a boca, precisava receber uma carga de drogas.

Entro no banheiro indo fazer minha higienes matinais, depois de arrumado com uma bermuda branca e uma blusa preta da Lacoste resolvo descer as escadas.

Lice: cheiroso, parece até que toma banho.- diz assim que me vê descer.

Caveira: teu irmão só anda assim pow.- ela da risada.

Lice: discordo.- implica.

Caveira: As novinhas gostam.- falo rindo e vejo a ciumenta fechar a cara.- já tomou café? - ela nega.- então vamos comer na padaria, estamos atrasado baixinha.- bato na cabeça dela e ela sai resmungando.

Lice: vai bagunçar meu cabelo.- fala estressada.

Caveira: Vai querer o que?- pergunto quando já estamos na padaria.

Lice: misto quente.- diz sentando em uma das mesas com a mochila rosa no colo.

Caveira: Dois mistos, um pão com ovo, Nescau e café.- a menina do caixa anota e eu me sento com a encrenquinha.

Lice: posso ir para a praça de tarde?- me encara.- a Sabrina diz sempre que você não deixa.- na verdade a filha da puta é uma preguiçosa e inventa caô para a garota.

Caveira: pode.- falo simples.

Mas também não sou muito fã de deixar ela zanzando pelo morro sem mim, ainda mais com a tapada da Sabrina.

Caveira: Boa aula.- me despeço dela na frente da escola.

Lice: te amo.- manda beijo entrando.

⭐⭐⭐⭐⭐

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