NICOLI
Ouço os barulhos dos tiros, e um mal pressentimento invade meu peito, olho pela janela e por está quase no pico do morro tenho uma boa visão da confusão que está lá fora.
Digato entra no quarto nervoso o que me assusta.
Digato: vem.- me pega pelo braço e entra na porta ao lado do meu quarto.- fica aqui.- aponta para o cofre na parede do escritório.- só abre por dentro, então só saia daqui se o papai, eu ou o Black chamar.- assinto nervosa sentindo meu corpo tremer.
Meu irmão sai e aí percebo as coisas que tem no tal cofre, algumas armas estão penduradas na parede, em uma Mini mala tem uns radinho, pego um deles e ponho a bateria que tem ali, ligo o negócio e dá para ouvir algum dos meninos falando.
" Tem um bonde subindo pela 6" ouço um dos caras falar, " tô descendo com o Sansão, tem um carro blindado parado na praça", "Black, o carro na praça, parece que o Caveira está dentro", " tem muito dos deles na praça"
Ouço falarem e aquilo acelera meu coração.
CAVEIRA
Caveira: deixam eles se aproximar, fiquem apenas preparados.- falo no rádio para meu pessoal que estava perto do carro.
Vejo o Sansão, Black e digato aproximar com a tropa deles, conheço cada um deles, investiguei a vida deles por bom tempo, a única que eu só tinha uma foto e bem pequena era da Filha do cara, nem o nome da criança eu tinha acesso.
Saio do carro com o fuzil nas costas e a pistola na mão.
Sansão: duas vezes em um dia? O que tá pretendendo no meu morro, sabe que minha filha não está aqui.- grita.
Caveira: minha questão aqui é outra.- falo alto, sabendo que podem me ouvir.- cadê a nicoli?- o olhar do Sansão mudou de raiva para espanto.- eu quero vê a piranha que entrou no meu morro para tirar informações e trazer para o namoradinho.
Sansão: do que você está falando?- pergunta aparentemente nervoso.
Caveira: cadê a piranha da Nicoli?- grito levantando a arma e logo os homens que estavam atrás de mim levantam, fazendo com que os homens dele também levantasse.
Nick: Caveira?- ouço a voz que antes era minha calmaria e agora o motivo de todo o meu ódio.- eu, posso explicar.- fala entrando no meio do fogo cruzado.
Black: O que está fazendo aqui?- pergunta nervoso.- volta para casa.- o menino parece nervoso e o pai totalmente espantado.
Caveira: veio salvar a pele do corno?- falo estressado.- ainda bem que você chegou, posso matar você bem na frente dele.- ela se aproxima, como se não tivesse nem um pouco de medo.- ele sabe? Ele sabia que você além de ir pegar informações você sentava horrores para mim?- pergunta e os olhos dela arregalam, o homem que está logo atrás se ingasga com a própria saliva.
Nick: Caveira.- tenta falar e eu interrompo.
Caveira: talvez agora não só eu esteja afim de te matar, dando para dois donos de morro e de facções rivais.- grito em alto e bom som.- piranha.- aponto a arma na sua cabeça e os três tentam se aproximar.
Nick: não sou mulher do Black.- fala baixo depois de levantar a mão para os outros parar.- sou irmã, eu sou quem você passou tanto tempo procurando. - ouvir que ela não tinha nada com o Black foi como um alívio, mas ali ainda tinha um problema, eu estava com a filha do cara que matou meu pai, ela era exatamente que eu procurei para matar durante todos esses anos.
Nossos momentos juntos passeavam na minha mente, os beijos, o sexo, os carinhos, as trocas de afeto, tudo aquilo era com alguém que eu tanto desejei usar como forma de vingança.
Eu estava o tempo todo com ela, a filha do Sansão.
Caveira: você.-tento falar algo mais nada sai da minha boa, as mãos que estavam levantada agora estão na arma apontando no meio da testa.
Nick: atira.- fala calma.- foi o que você sempre quis, então atira.
Caveira: ele matou meu pai, eu deveria te matar, você me enganou, entrou no meu morro, na minha vida.- minhas mãos tremiam enquanto da minha boca só saiam sussurros.
Nick: eu não sabia.- fala com lágrima saindo do rosto. Lágrimas de mentiras? Como todos esses dias? Só mentiras.
Caveira: eu tenho que te matar.- falava em sussurros.- ele matou meu pai.- apenas sussurros.- eu tenho que atirar.- as palavras eram mais pra mim do que para ela.
Com os olhos focados no dela, ouço um tiro, espero sentir a dor, Mas apenas vejo seu corpo caindo, seguro seu corpo magro encarando seus olhos molhados de lágrimas.
Nick: me desculpa.- ela gemia fechado os olhos.
Ouvia tiros por todas as partes, meu corpo é arrancado de perto dela, uma porrada é acertada na minha cabeça e logo tudo fica escuro.
SANSÃO
Sansão: minha filha, alguém ajuda a minha filha.- grito entrando no posto de saúde do morro.
Temos uma rede de médicos bons, que eu mesmo pago.
Enfermeiros vem até mim, pegam ela botando em uma maca e a carregando para dentro de uma sala.
Faço a ficha médica dela e logo fico ali parado totalmente deseperado, os tiros foram acalmando e logo os rádios apitam dizendo que já foram embora.
Doca: o caveira tá na salinha.- diz no rádio.
Na verdade eu não entendi nada do que aconteceu, a intimidade dos dois, a forma em que ele gritava que ela tinha algo com ele e com o Black, minha cabeça está confusa, tudo está confuso.
Mas agora a saúde dela é que está em jogo.
Encaro a porta do posto onde está entrando minha esposa, ela já chora e apressadamente me abraça.
Naná: o que ele fez com ela?- pergunta chorando.
Sansão: tá aí o problema, ele não fez nada com ela.- digo sem entender.- o tiro veio de outro lado, ele não fez exatamente nada com ela.- fito a parede enquanto acaricio os cabelos negros da minha esposa.
Ouço o barulho de salto batendo no chão, olho em direção a porta e uma senhora de no máximo 40 anos se aproxima vestida em um jaleco branco.
Dr: acompanhantes da paciente Nicoli.- fala quando se aproxima.
Sansão: aqui.- ela nos encara e a postura muda sabendo que está lidando com o dono do morro.
Dr: bom senhor Sansão, a paciente está bem, o tiro não foi profundo, ela já está consciente e já pode receber visita.- diz simpática e minha mulher suspira aliviada.
Nana: pode nos levar até ela?- concorda e nós a seguimos.
NICOLI
Acordo encarando o teto branco, o cheiro de hospital que eu conheço bem está presente, sinto dor no ombro onde foi o tiro, está enfaixado.
Dr: olá Nicoli, sou a doutora Petra.- a moça loira de aproximadamente 40 anos fala.- como está se sentindo?- pergunta.
Nick: tonta.- falo como um sussurro.
Dr: bom o tiro não foi nada muito grave, o desmaio foi por causa do bebê.- encaro ela sem entender.- você está grávida, não sabia?
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PATROA 2
Fanfiction- Nicoli filha da Naná e do Sansão, foi mandada pelos pais para a Suiça para fugir de um dos inimigos do seu pai, antigo dono do Vidigal, mas aos 20 anos, cansada das "desculpas" da sua mãe, fazendo faculdade de enfermagem, ela volta para o Rio de J...