CAPÍTULO 26

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NICOLI

Ouço os barulhos dos tiros, e um mal pressentimento invade meu peito, olho pela janela e por está quase no pico do morro tenho uma boa visão da confusão que está lá fora.

Digato entra no quarto nervoso o que me assusta.

Digato: vem.- me pega pelo braço e entra na porta ao lado do meu quarto.- fica aqui.- aponta para o cofre na parede do escritório.- só abre por dentro, então só saia daqui se o papai, eu ou o Black chamar.- assinto nervosa sentindo meu corpo tremer.

Meu irmão sai e aí percebo as coisas que tem no tal cofre, algumas armas estão penduradas na parede, em uma Mini mala tem uns radinho, pego um deles e ponho a bateria que tem ali, ligo o negócio e dá para ouvir algum dos meninos falando.

" Tem um bonde subindo pela 6" ouço um dos caras falar, " tô descendo com o Sansão, tem um carro blindado parado na praça", "Black, o carro na praça, parece que o Caveira está dentro", " tem muito dos deles na praça"

Ouço falarem e aquilo acelera meu coração.

CAVEIRA

Caveira: deixam eles se aproximar, fiquem apenas preparados.- falo no rádio para meu pessoal que estava perto do carro.

Vejo o Sansão, Black e digato aproximar com a tropa deles, conheço cada um deles, investiguei a vida deles por bom tempo, a única que eu só tinha uma foto e bem pequena era da Filha do cara, nem o nome da criança eu tinha acesso.

Saio do carro com o fuzil nas costas e a pistola na mão.

Sansão: duas vezes em um dia? O que tá pretendendo no meu morro, sabe que minha filha não está aqui.- grita.

Caveira: minha questão aqui é outra.- falo alto, sabendo que podem me ouvir.- cadê a nicoli?- o olhar do Sansão mudou de raiva para espanto.- eu quero vê a piranha que entrou no meu morro para tirar informações e trazer para o namoradinho.

Sansão: do que você está falando?- pergunta aparentemente nervoso.

Caveira: cadê a piranha da Nicoli?- grito levantando a arma e logo os homens que estavam atrás de mim levantam, fazendo com que os homens dele também levantasse.

Nick: Caveira?- ouço a voz que antes era minha calmaria e agora o motivo de todo o meu ódio.- eu, posso explicar.- fala entrando no meio do fogo cruzado.

Black: O que está fazendo aqui?- pergunta nervoso.- volta para casa.- o menino parece nervoso e o pai totalmente espantado.

Caveira: veio salvar a pele do corno?- falo estressado.- ainda bem que você chegou, posso matar você bem na frente dele.- ela se aproxima, como se não tivesse nem um pouco de medo.- ele sabe? Ele sabia que você além de ir pegar informações você sentava horrores para mim?- pergunta e os olhos dela arregalam, o homem que está logo atrás se ingasga com a própria saliva.

Nick: Caveira.- tenta falar e eu interrompo.

Caveira: talvez agora não só eu esteja afim de te matar, dando para dois donos de morro e de facções rivais.- grito em alto e bom som.- piranha.- aponto a arma na sua cabeça e os três tentam se aproximar.

Nick: não sou mulher do Black.- fala baixo depois de levantar a mão para os outros parar.- sou irmã, eu sou quem você passou tanto tempo procurando. - ouvir que ela não tinha nada com o Black foi como um alívio, mas ali ainda tinha um problema, eu estava com a filha do cara que matou meu pai, ela era exatamente que eu procurei para matar durante todos esses anos.

Nossos momentos juntos passeavam na minha mente, os beijos, o sexo, os carinhos, as trocas de afeto, tudo aquilo era com alguém que eu tanto desejei usar como forma de vingança.

Eu estava o tempo todo com ela, a filha do Sansão.

Caveira: você.-tento falar algo mais nada sai da minha boa, as mãos que estavam levantada agora estão na arma apontando no meio da testa.

Nick: atira.- fala calma.- foi o que você sempre quis, então atira.

Caveira: ele matou meu pai, eu deveria te matar, você me enganou, entrou no meu morro, na minha vida.- minhas mãos tremiam enquanto da minha boca só saiam sussurros.

Nick: eu não sabia.- fala com lágrima saindo do rosto. Lágrimas de mentiras? Como todos esses dias? Só mentiras.

Caveira: eu tenho que te matar.- falava em sussurros.- ele matou meu pai.- apenas sussurros.- eu tenho que atirar.- as palavras eram mais pra mim do que para ela.

Com os olhos focados no dela, ouço um tiro, espero sentir a dor, Mas apenas vejo seu corpo caindo, seguro seu corpo magro encarando seus olhos molhados de lágrimas.

Nick: me desculpa.- ela gemia fechado os olhos.

Ouvia tiros por todas as partes, meu corpo é arrancado de perto dela, uma porrada é acertada na minha cabeça e logo tudo fica escuro.

SANSÃO

Sansão: minha filha, alguém ajuda a minha filha.- grito entrando no posto de saúde do morro.

Temos uma rede de médicos bons, que eu mesmo pago.

Enfermeiros vem até mim, pegam ela botando em uma maca e a carregando para dentro de uma sala.

Faço a ficha médica dela e logo fico ali parado totalmente deseperado, os tiros foram acalmando e logo os rádios apitam dizendo que já foram embora.

Doca: o caveira tá na salinha.- diz no rádio.

Na verdade eu não entendi nada do que aconteceu, a intimidade dos dois, a forma em que ele gritava que ela tinha algo com ele e com o Black, minha cabeça está confusa, tudo está confuso.

Mas agora a saúde dela é que está em jogo.

Encaro a porta do posto onde está entrando minha esposa, ela já chora e apressadamente me abraça.

Naná: o que ele fez com ela?- pergunta chorando.

Sansão: tá aí o problema, ele não fez nada com ela.- digo sem entender.- o tiro veio de outro lado, ele não fez exatamente nada com ela.- fito a parede enquanto acaricio os cabelos negros da minha esposa.

Ouço o barulho de salto batendo no chão, olho em direção a porta e uma senhora de no máximo 40 anos se aproxima vestida em um jaleco branco.

Dr: acompanhantes da paciente Nicoli.- fala quando se aproxima.

Sansão: aqui.- ela nos encara e a postura muda sabendo que está lidando com o dono do morro.

Dr: bom senhor Sansão, a paciente está bem, o tiro não foi profundo, ela já está consciente e já pode receber visita.- diz simpática e minha mulher suspira aliviada.

Nana: pode nos levar até ela?- concorda e nós a seguimos.

NICOLI

Acordo encarando o teto branco, o cheiro de hospital que eu conheço bem está presente, sinto dor no ombro onde foi o tiro, está enfaixado.

Dr: olá Nicoli, sou a doutora Petra.- a moça loira de aproximadamente 40 anos fala.- como está se sentindo?- pergunta.

Nick: tonta.- falo como um sussurro.

Dr: bom o tiro não foi nada muito grave, o desmaio foi por causa do bebê.- encaro ela sem entender.- você está grávida, não sabia?

⭐⭐⭐⭐⭐⭐

PATROA 2Onde histórias criam vida. Descubra agora