CAPÍTULO 10

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CAVEIRA

Vejo de longe ela vindo toda posturada e dona de si, ela anda na rua com com o olhar completamente reto, passa pela barreira e da apenas um boa noite.

Ligo a moto e do uma acelerada chegando perto dela, vejo que ela resmunga alguma coisa, mas não entendo o que.

Caveira: De boa?- pergunto notando o estresse.

Nick: Ah oi, sim.- sorrir sem humor e volta a olhar o celular.

Caveira: falae, o que ta rolando?- pergunto curioso vendo que o app aberto no celular é do Uber.

Nick: nenhum motorista está aceitando a corrida, estou chamando a alguns minutos já.- fala encarando o celular.

Caveira: Deve ser por que tá rolando assunto aí de que os canas estão querendo invadir o morro.- só aí ela me encara.

Nick: como vou embora.- bufa e bate a mão na testa.- tem ponto de ônibus por aqui?- assinto.

Caveira: o mais perto é o da esquina, mas é possível que nem ônibus vá está passando.- ela suspira pesado.

Nick: que dia.- fala seria.

Caveira: Posso te levar se tu quiser.- ela abre um sorriso, mas logo o sorriso vira dúvida.

Nick: não é perigoso, melhor não, eu do meu jeito.- fala rápido e tenta sair mas eu seguro seu braço.

Caveira: calma ae novinha, eu te levo de boa.- chamo o pelinha que tá na barreira.- me empresta os capacetes aí.- grito e ele assente e logo traz para mim.

Nick: não precisa caveira, eu posso dá um jeito.- tenta falar mais eu nego botando o capacete na cabeça dela e fechando a presilha.

Caveira: sobe logo.- falo sério.- e segura.- sinto suas mãos tremendo, talvez ela tenha medo de andar de moto. Piloto para a praça 15 onde lembro ela dizer que morava, quando chego no local ela me ensina como chegar no prédio.

Nick: é aqui.- fala descendo apressada da moto.

Caveira: tá de boa?- ela assente claramente nervosa.

Nick: obrigada pela carona.- fala apressada.

Caveira: nada, até amanhã.- puxo seu braço fazendo seu corpo encostar o meu e beijo o canto da sua boca, fazendo ela se assustar com minha atitude, mas permaneceu quieta.

É óbvio que eu não ia deixar uma mina gata dessa passar batido da minha mão.

Então decidi que antes que outro do morro encoste nela, eu quem vou pegar primeiro.

Caveira: não vai entrar?

Nick: ah, claro.- vejo ela se afastar e entrar no prédio e logo eu dou partida.

NICOLI

Olho o senhor de idade que está na portaria me encarando, nunca tinha vindo aqui, aliás já deveria ter vindo, o apê é meu, meu pai deu um para cada filho.

Eu nunca nem vim vê, aliás eu nem aqui estava, então já que estou aqui por que não aproveitar para conhecer?

Nick: olá, boa noite.- falo simpática com o senhor de cabelos brancos, alto e com a barba rala.

Xxx: boa noite, está procurando alguém?- nego.

Nick: Sou a Nicoli, sou dona do apartamento 215, aqui está.- pego um comprovante que está na minha carteira, segundo meu pai o dia que tivesse invasão e eu estivesse fora do morro eu deveria vir para cá.

Xxx: Ah claro, me chama jorge.- aperta minha mão.- sorrindo.

Nick: prazer seu jorge.- sorrio de volta.- vou lá em cima da uma olhada.

Ele assente e eu vou até o elevador.

Aperto o botão do 2° andar e subo pensando na loucura que foi eu em cima da moto do dono do morro de outra facção.

Se alguém vê isso, fala uma coisa dessas para o meu pai, eu não sei o que seria de mim.

Fora a boa vontade de me trazer, o beijo no canto da boca, esse cara tá ficando louco?

Entro no corredor procurando pela porta e é a segunda do corredor.

Abro e vejo que é uma gracinha, é bem aconchegante e todo mobiliado, tem um sofá grande na cor bege, uma tv grande na parede de frente, na sala também tem uma mesa de 6 cadeiras, na parede alguns quadros que deixam o lugar elegante, vou até a cozinha e vejo que é toda planejada, tudo perfeitamente organizado, com certeza por minha mãe.

Na sala a três portas, abro uma vendo ser o banheiro, na outra um quarto grande, com um closet, na porta ao lado apenas um quarto de hóspedes.

Ouço meu celular tocar e vejo ser minha mãe.

Nick: oi mãe.- digo olhando as coisas.

Naná: oi filha, onde você está? não avisou que chegou.- pergunta preocupada.

Nick: na verdade mãe, estou naquele apê que você e o papai me deram, estava passando por perto e resolvi conhecer.

Naná: ah filha, que bom, espero que goste.

Nick: é lindo dona naná.- falo andando pelo lugar.

Naná: tá bom então. vem logo pro morro, não fica dando bobeira.- diz mandona.

Nick: tudo bem, já vou indo.- falo rindo e desligo a chamada.

Fico um tempo ali curtindo o lugar e logo resolvo ir embora.

Peço um Uber que agora finalmente aceita a corrida e vou para o vidigal.

Nick: Sâme.- grito minha amiga para saber se ela está em casa.

Sâme: no quarto.- grita de volta.

Nick: tô morta.- me jogo em cima dela.

Sâme: sai fedorenta.- me empurra brincando.- demorou por que?- começa o questionário e eu conto tudo a ela.- beijou? O canto da sua boca.- me olha assustada.- isso não é legal, se afasta desse cara.- fala seria.

Nick: eu sei vou me afastar.- ela me abraça.

Sâme: os meninos, vão vir jantar?- olho o relógio e vejo que tá tarde.

Nick: jantar que horas?- já são 21:45h.

Sâme: agora.- diz levantando assim que alguém grita no portão.

Fomos para a sala e logo entrou a cambada, meus irmãos e meus primos.

Nick: quanta gente feia.- implico.

Pitete: genética.- diz rindo

Lia: qual é do rango?- pergunta indo para a cozinha.

Nick: alguém põe o meu.- grito da sala.

Black: você não tem mão?- grita de volta.

Nick: tô tão cansada.- faço um drama.

Logo eles voltam para a sala se joga do cada um em um canto.

Digato: toma.- me estendo o prato e senta ao meu lado.

Nick: obrigada melhor irmão.- beijo o rosto dele que se gaba.

Black: mas foi eu quem botou, ele só trouxe.- diz sério e o Nico rir.

Ficamos ali na maior resenha até eu abandonar a todos e ir dormir, amanhã ainda é quinta...

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