Capítulo 75

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Depois de todos os envolvidos no caso jurarem dizer a verdade diante daquele tribunal, deram início.

Anahi soltou o ar que nem percebeu segurar e olhou para suas testemunhas: Poncho e Dul. Ambos deram um meio sorriso para a loira. Do outro lado, as testemunhas contra ela, tinha um amigo pessoal do Velasco que também trabalhava com ele e uma antiga empregada da casa onde a loira havia morado com o ex marido por anos, os piores de sua vida.

-Vamos dar início. Peço agora que o promotor apresente o caso. -Pediu o Juiz e Anahi nunca sentiu um frio tão intenso na barriga.

O rapaz ficou de pé, devia ter uns quarenta e cinco anos e parecia bem confiante. Ele ajeitou sua gravata e então começou a discursar. Anahi sentiu um frio ainda maior que o anterior porque como seu advogado havia lhe explicado antes, ele faria o papel de ir contra Anahi, então agiria a favor de sua condenação.

-Bom dia a todos!. -Ele ajeitou novamente a gravata. -Como é de conhecimento de todos presentes aqui, o Sr. Manuel Velasco Coello foi morto por vários disparos de arma de fogo a mais ou menos um mês. Quem estava na posse do armamento, era a réu aqui presente, Anahi Giovanna Puente Portilla, sua ex esposa. Em minhas mãos... -Ele dissera pegando alguns papéis e entregando a todos as pessoas importantes daquele julgamento. -Tenho a prova da balística, onde consta que todas os projéteis que atingiram a vítima, e, consequentemente o mataram, vieram da arma de fogo que a réu disparou. -Dissera ele por fim. Ele agradeceu a palavra e voltou ao seu posto enquanto os outros analisavam os documentos que lhes foram entregues.

-Com a palavra agora, a defesa. -Autorizou o juiz. Era a vez do Advogado de Anahi falar.

Ele se levantou e também cumprimentou a todos antes de começar a discursar.

-De fato, minha cliente foi quem efetuou os disparos que acabou ocasionando na morte da vítima, porém, eu alego que ela agiu em legítima defesa. Minha cliente tem dois filhos pequenos, um deles ainda é amamentado por ela, sendo assim, ela teria agido diferente se tivesse outra escolha para defender sua própria vida.

-Protesto, meritíssimo. O advogado da reu está desenhando justificativas e tenta banalizar o crime. -Dissera o promotor.

-Protesto negado. Prossiga a defesa. -Autirizou o juiz.

-Meretíssimo, por ora, dou-me por satisfeito e voltarei a me  manifestar após ouvir a primeira testemunha. -Disse o advogado de Anahi, ele ainda tinha armas, mas pretendia usa-las no tempo certo.

-Com a palavra, excelentíssimo senhor promotor. -Dissera o juiz. -O acusado poderá replicar e a defesa poderá treplicar, sendo admitido a reinquirição da testemunha ja ouvida em plenário. O tempo destinado a acusação e a defesa será de uma hora e meia cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica. Durante o julgamento não será permitido a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com antecedência mínima de três dias úteis, dando-se ciência a outra parte. -Concluiu.

-Senhores, nada justifica um assassinato. Uma pessoa oprimida tem a vontade de eliminar seu opressor, mas não podemos ser coniventes com um crime, ainda mais nesses casos onde uma pessoa perdeu sua vida. Quantos "Manuel Velasco" há enterrados hoje em dia porque uma outra pessoa resolveu que tinha o direito de tirar sua vida?. -Perguntou o promotor.

-Protesto, meritíssimo. A acusação se vale de generalização. Precisamos levar em consideração que há casos e casos, todos devem ser tratados particularmente. Há crimes e há atenuantes. -Dissera o advogado de Anahi.

-Protesto negado. Prossiga a promotoria. -Dissera o juiz e o advogado de Anahi suspirou.

-A promotoria sabe que há atenuantes, a própria lei maior os prevê. No entanto, onde está previsto aquilo que atenua a perda?. -Perguntou o promotor. -A vítima era amiga de alguém, era filho de alguém e principalmente, pai de uma criança que vai crescer sem ele por perto. Faço outra pergunta, onde está previsto que o crime cometido pela réu não seja imitado? Desde já, peço a pena máxima para alguém que tirou a vida de um homem e, sendo assim, pois um ponto final em sua vida que tinha tudo para ser longa. Meritíssimo, deixo as minhas considerações para que os jurados reflitam sobre elas. Que ninguém compactue com a violência que tanto desumaniza a nossa raça. -Concluiu ele.

-Que se apresente a primeira testemunha. -Chamou o juiz. -Senhora Saviñón, jura dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade?

-Juro. -Disse a ex ruiva.

-A senhora tem ciência de que se tal não ocorrer, sera incriminado por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?. -Perguntou o juiz.

-Estou ciente. -Dissera Dul.

-Senhora Saviñón, há quanto tempo conhece Anahi?. -Perguntou o advogado da loira.

-A conheço há bons longos anos, desde que éramos crianças. Trabalhamos juntas em muitos projetos e a mais de dez anos, ela é uma das minhas amigas íntimas.

-Então você a conhece tempo suficiente para nos falar um pouco sobre sua personalidade, suponho. -Dissera o advogado de Anahi.

-Sim. Anahi é a pessoa mais doce que conheço, ela é justa e faz de tudo para não fazer mal a uma mosca sequer. -Respondeu a ex ruiva.

-Certo. Quando estavam em cárcere privado, no qual a vítima as manteve por horas, vocês pensaram que iriam morrer ainda naquele dia?.

-Pensamos várias vezes. -Respondeu Dul.

-E como foi o comportamento da vítima durante essas horas?.

-Sempre agressivo. As vezes com deboche, ele tentava nos intimidar. -Lembrou a ex ruiva. 

-Meritíssimo, me dou por satisfeito. A testemunha está dispensada por ora. -Dissera o advogado de Anahi voltando a se sentar. 

-A testemunha está dispensada. Que entre a próxima testemunha de defesa. -Pediu o juiz. -Senhor Herrera, jura dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade?

-Juro. -Disse Poncho.

-O senhor tem ciência de que se tal não ocorrer, sera incriminado por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?. -Perguntou o juiz.

-Estou ciente. -Dissera Poncho. 

-Peço a testemunha que se apresente.

-Me chamo Alfonso Herrera Rodriguez, sou noivo de Anahi Giovanna e principal testenunha do caso, eu presenciei tudo. -Ele comunicou.

-Com a palavra agora a promotoria, para que faça as perguntas a segunda testemunha de defesa. -Autorizou o juiz.

-Excelentíssimos senhores que compõem o corpo de jurados nessa presente sessão. Observem que a primeira testemunha dissera que a réu seria incapaz de fazer mal a uma mosca, mas como poderia isso ser verdade, se agora temos um homem morto por conta de seus atos?

-Protesto, meritíssimo. O nobre colega da promotoria esta fazendo juízo de valor e o pior, antes mesmo de interrogar a testemunha. -Disse o advogado de Anahi.

-Protesto concedido, sugiro a promotoria que indague a testemunha. -Dissera o juiz.

Anahi respirou fundo e então esperou pelo o que viria a seguir.

-Como é o temperamento de Anahi Giovanna?. -Perguntou o promotor.

-Ela é doce. -Poncho dera a mesma resposta de Dul. Mas ele assim como a amiga, fora sincero. Anahi de fato, era doce.

-E quando está irritada? Ela costuma ser violenta? -Perguntou o promotor.

-Todos nós ficamos violentos quando estamos irritados. -Respondeu Poncho.

-A ponto de matar alguém?. -Questinou o promotor.

Iniciou-se um burburinho na plateia e o juiz precisou intervir.

-Silêncio na plateia! Se não houver condições, terei que evacuar o prédio. -Disse o juiz fazendo todos ficarem em silêncio. -Peço ao promotor que continue.

-Vou acrescentar algo a minha pergunta. A Anahi em seu mais alto nível de irritabilidade, seria capaz de tirar a vida de alguém se tivesse uma arma de fogo em mãos?. -Perguntou o promotor e a loira sentia o coração bater acelerado dentro do peito. Talvez a resposta de Alfonso fosse o ponto alto do julgamento.

O triunfo ou a ruína de Anahi.

...

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