Capítulo 76

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-Acredito que Anahi não agiria diferente se tivesse tido escolhas!. -Respondeu Alfonso.

-Perdão, mas não foi essa a minha pergunta. -Dissera o promotor.

-Eu vou ser mais claro. Velasco tinha atirado em mim primeiro, ele estava tentando sequestrar e fugir com a réu quando ela teve coragem o suficiente para lutar por nossas vidas, assim como ela conseguiu livrar a Dul quando conseguiu convencê-lo a solta-la. Então depois que ele atirou em mim, ela conseguiu tomar a arma das mãos dele e aí sim, ela efetuou os disparos. -Respondeu Poncho.

-Então você assume que a vítima estava desarmada quando a réu efetuou os disparos?. -Indagou o promotor e Poncho quase não acreditou no que ele estava tentando fazer.

-Ela usou a arma dele. -Respondeu Poncho. -A mesma que ele usou segundos antes para atirar em mim, a mesma arma que ele também apontou para ela e a mesma arma que quase me matou. Quer que eu mostre a cicatriz que me deixou?

Poncho já estava começando a ficar nervoso, era difícil manter a calma quando aquele homem que não presenciou a cena do crime e muito menos conhecia o tipo de homem que Velasco era, tentava incriminar Anahi.

-Dou-me por satisfeito por ora, meritíssimo a testemunha pode ser dispensada. -Dissera o promotor.

As horas seguintes fora uma tortura, e se Anahi já não tivesse sido ouvida no começo do julgamento, ela não saberia se conseguiria se defender agora. Principalmente depois de ter ouvido as coisas que as outras duas testemunhas falaram. A empregada que trabalhou por um tempo na casa onde Anahi morou com Velasco, até que dissera a verdade nesse tempo, dissera tudo o que presenciou, de como Velasco as vezes era instável, de que se zangava fácil e as vezes era agressivo.

Já o homem que trabalhou com ele e era um de seus amigos íntimos, só fez mentir. Ele teve a coragem de jurar dizer somente a verdade diante daquele tribunal pouco antes de vomitar um monte de mentiras. E a pior delas? Ele disse que Anahi vivia traindo o ex marido com Alfonso, que eles mantinham um relacionamento as escondidas por anos e estavam planejando matar Velasco a tempos. Ele até levantou a questão de esse ter sido o caso. Que fora tudo premeditado e eles haviam conseguido o que queria. O homem até chorou, derramou lágrimas enquanto discursava em como o seu ex patrão e amigo era um homem bom. Ucker e Chris precisaram sussurrar palavras para Alfonso conseguir se manter calmo diante daquela cena patética.

Anahi sentiu vontade de vomitar naquele momento. Ela mais do que ninguém sabia aquele homrm estava fazendo de propósito porque Velasco já chegou a empurra-la na frente dele, que na ocasião, não fizera nada.

Ela não entendia como Velasco pôde comprar a lealdade dos que o rodeavam e nem como eles ainda se mantinham fiéis mesmo depois do dito cujo bater as botas.

Anahi àquela altura já não estava mais tão confiante, como esteve quando suas testemunhas foram ouvidas. Apesar de seu advogado ser muito bom e ter trago boas provas, o promotor também era bom, em níveis praticamente iguais, então ela não apostaria ficha nenhuma em quem ganharia essa batalha. Mas ela torcia para que quem ganhasse, estivesse do lado dela.

Com o julgamento chegando ao fim, foram para uma sala especial o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor da acusada, o escrivão e o oficial de justiça a fim de ser procedida a votação para enfim revelar o resultado.

Anahi não poderia estar mais nervosa, seu destino estava sendo traçado na sala logo ali ao lado. E sabendo que a decisão poderia não ser a esperada por ela, a loira não conseguia parar de pensar nos filhos, em Alfonso, nos amigos. Só em pensar que se a decisão não fosse a esperada por ela, ela possivelmente perderia os primeiros passos de Emi e o menino chamaria outra pessoa de "mãe", até seus ossos gelavam. Se ela não pudesse deitar mais uma noite com o filho Manu, encostar o nariz no narizinho dele para sentir sua respiração enquanto o mesmo dormia sereno, sem preocupações porque ela estava ali, então ela preferiria morrer.

Ela quase não aguentou passar alguns dias longe das pessoas que amava, então ela não suportaria passar anos. Sem sentir o cheiro de Alfonso, o sabor dos seus beijos. Sem ouvir os amigos rindo por alguma coisa engraçada que Chris havia dito sem pensar. Se essa fosse a sua nova vida, então ela talvez preferiria não viver...

Os exatos quarenta e cinco minutos parecia não passar, enquanto o pessoal que decidiria sua vida estava dentro daquela sala logo ali ao lado, mas quando abriram a porta e o juiz saiu com a decisão nas mãos, ela sentiu mais nervosismo ainda. Sua respiração ficou acelerada, suas mãos suando e seu coração batendo descompassado no peito, ela sentia que a qualquer momento ele fosse parar.

Todos se levantaram para ouvir a decisão do juri e quando a loira também se levantou, sentiu suas pernas bambas, nunca tivera tanto medo na vida. Nem mesmo quando puxou o gatilho da arma e atirou e matou seu ex marido, talvez o seu medo naquele momento se igualava com quando ela vira Alfonso baleado e ela pensou que fosse perde-lo.

-Peço a todos que façam silêncio. -Pediu o juiz se acomodando em seu posto. -Pela contagem dos votos proferidos pelo Conselho de Sentença, declaro que a réu agiu em legítima defesa, uma vez que a vítima atentou contra a sua vida momentos antes e proferiu um disparo de arma de fogo contra Alfonso Herrera, que estava presente na ocasião. Como agir em legítima defesa não configura crime, declaro a réu, Anahi Giovanna Puente Portilla, inocente.

Inocente.

Anahi sentiu um alívio tão grande ao ouvir aquela palavrinha de apenas oito letras, que nem em sonho ela poderia descrever como era.

Sua visão logo fora embaçada pelas lágrimas  que inundaram seus olhos, ela só viu um borrão vindo em sua direção e pelos pefumes e choros que sentiu e ouviu, ela sabia que eram Alfonso, Mai, Dul, Ucker e Christian que vieram a abraçar. Anahi chorava feito uma criança que havia ganhado o tão sonhado presente de natal, pelo qual esperou durante o ano todo.

-Eu sabia que tudo ia dar certo!. -Ela ouviu a voz embargada de Mai.

-Eu senti tanto medo de me afastar de vocês outra vez. -Contou Anahi entre um soluço e outro.

O abraço coletivo fora desfeito e depois de piscar os olhos algumas vezes, Anahi pode enfim olhar para os rostos dos amigos que estavam molhados de lágrimas assim como o dela.

-Ninguém nunca vai separar a gente!. -Prometeu Alfonso segurando na mão da noiva.

-Somos uma família e estamos mais unidos que nunca!. -Dissera Dul e Annie sorriu.

-Eu não via a hora desse julgamento acabar, parece que passamos dias aqui, estou faminto!. -Reclamou Chris que logo recebera um tapa na cabeça vindo de Ucker.

-Respeita o momento!. -Pediu Ucker e Annie riu, assim como os outros.

-Está tudo bem, se não tivesse nenhum comentário desse tipo vindo do Chris, então não seria a minha família! Amo vocês e obrigada por não largarem a minha mão!. -Agradeceu Annie.

-Somos uma família!. -Lembrou Ucker.

-Ninguém solta a mão de ninguém!. -Acrescentou Poncho.

-Perfeito. Mas eu também preciso agradecer ao meu advogado, ele foi o grande responsável por provar minha inocência. Vou agradecer ele e então a gente pode sair para comer. -Dissera Annie.

-Agora a loirinha falou a minha língua! -Dissera Chris fazendo os outros rirem outra vez.

-Agradeça a ele pela gente também!. -Pediu Dul enquanto Annie se afastava e ia na direção do seu advogado.

...

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