Capítulo 29

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A primeira semana na casa de Dul fora tranquila para Annie e os filhos. A maioria de suas coisas como, roupas e alguns pertences já estavam lá. Mai as visitava sempre que podia, e com Dul ali sempre por perto, a loura ganhara uma mãozinha para ajudar com os filhos, já que recusou a ajuda dos funcionários da amiga.

Com Poncho, as coisas só pioraram. Se antes estavam distantes, agora estão a um zilhão de distancia de se reaproximarem. O único contato que tiveram depois da alta de Annie e do bebê, fora mais uma rápida mensagem de agradecimento dela por ele ter os salvado. Annie estava constrangida com toda a situação, de como agora, Poncho sabia do relacionamento no qual ela se manteve com Velasco por anos. Ele parecia chateado, bom, pelo menos era o que ela imaginava. Então não insistiu ou se esforçou para estar por perto, sabia que o único que podia ajudá-los agora era o tempo.

Quanto a família dela, ainda não estava sabendo que a mesma estava morando com a amiga, ou do contrário, ela teria que explicar o motivo, e ainda não estava pronta para tocar no assunto "Velasco" tão cedo.

Falando nele, o mesmo ainda não tinha dado as caras, o que era estranho. Velasco odiava ser contrariado e odiava ainda mais quando o controle das coisas não estavam em suas mãos, ou melhor, o controle de Annie, não estava em suas mãos. Sendo assim, ele poderia usar qualquer desculpa para aparecer de supetão na porta de Dulce, até mesmo o nascimento do novo filho, seria uma boa desculpa. Más ele simplesmente não aparecera.

Até agora. 

Era domingo, fim de tarde. Annie estava no banho, e Manu e Emiliano tirando seu cochilo da tarde quando a campainha soou. Dul estava na sala então fora a mesma quem atendera a porta.

-Pois não. -Disse a ex ruiva com uma das mãos na cintura. A visita não era do agrado dela, e a mesma fez questão de deixar isso bem claro com a maneira nada discreta, como encarava Velasco parado ali em sua frente.

Ele vestia um terno e tanto a roupa quanto a gravata tinha uma cor sem graça. Seu cabelo claro estava completamente alinhado e cada fio em seu devido lugar. Seu perfume também chamava atenção, más não de uma forma agradável, era tão forte e marcante que Dul sentia o almoço de mais cedo revirar em seu estômago.

-Quero ver a Anahí. -Avisou.

-Não me diga. -O tom de Dulce era irônico. -Ela não quer te atender.

-Eu não me importo com as vontades dela, minha mulher está aí dentro com meus filhos, portanto, vou entrar. -Disse firma e Dulce mesmo espantada com o atrevimento, se manteve firme em sua pose confiante.

-Esta é a minha casa, portanto, você só vai entrar se eu permitir. Já poupando seu tempo, deixo claro agora que você não tem essa permissão. -Esclareceu.

-Você sabe com quem está falando?. -Perguntou em tom ameaçador.

-Meu querido, eu gostaria de não saber!. -O tom de Dulce ainda era calmo e confiante. Era claro que ele não a intimidava e ele percebera isso então suspirou.

-Meus filhos estão aí dentro, e se você não me deixar entrar eu vou....

-Vai o que? Me bater?.

-Velasco?. -A voz de Anahí soou ao fundo, fazendo os dois pares de olhos se dirigirem àquela direção.

Ela estava parada no primeiro degrau da escada, o cabelo cumprido estava solto. Estava começando a ficar frio, então ela vestia uma calça de malha preta e uma blusa de manga longa fina em um tom pastel.

-Annie, que bom que te encontrei. -Ele suspirou aliviado. -Pare com essa palhaçada, e me diz o que está acontecendo. -Ele ordena.

-Tudo bem, Dul. Eu me viro daqui. -Diz a loura ao se aproximar deles. .

-Tem certeza?. -Estava claro que Dul não queria deixar a amiga sozinha com ele.

-Sim, tudo bem. -Ela garantiu.

-Estou na cozinha. Qualquer coisa me grita. -A ex ruiva avisa, encara Velasco com uma cara feia por alguns segundos e se retira.

-O que veio fazer aqui?. -Pergunta Annie ao ficar sozinha com o marido.

-Você não é tão burra! Vim ver meus filhos. -Ele diz. -Meu segundo filho nasceu e você não vai me impedir de vê-lo. -Seu tom era irritado.

-Ele está dormindo, os dois estão. -Annie achou que isso o impediria e preferiu ignorar o insulto.

-Não importa, eu só quero vê-los.

Velasco era uma das pessoas mais teimosas e irritantes que Annie conhecia, e ela sabia bem que se não o permitisse entrar, o mesmo não sairia dali ou pararia de incomodar.

Depois de pedir a permissão de Dul, Annie subira com o marido para o segundo andar da casa. Era uma casa grande e havia várias portas pelo extenso corredor, e em uma delas, eles entraram.

Manu dormia como um anjo sapeca. Os fios do seu cabelo louro estavam desalinhados em sua cabeça. Vez ou outra seus lábios levemente se curvavam em um sorriso discreto, ele parecia estar tendo bons sonhos. Estava deitado de lado, e seus braços estavam seguros e protegidos do ar gélido por um casaquinho azul escuro.

Logo ao lado dele, seu irmão mais novo. Emi dormia de barriga para cima, más seu rosto estava virado para o irmão. Uma das mãozinhas estava pousada no alto de sua própria barriga, enquanto a outra, estava com o punho fechado sobre o colchão. A cama de casal era bem grande, então cabiam os dois perfeitamente.

Olhando a cena, Annie até esqueceu por breves segundos, que estava na companhia nada agradável de Velasco.

-Ele é a coisa mais linda. -Sussurrou ele se aproximando da cama.

-É sim. -Ela se limita a dizer, olhando da porta.

-Se parece muito com você. Tem sua boca e seu nariz. -Ele observa.

-Aham.

Velasco fica olhando os filhos por mais alguns poucos minutos e sai. Annie faz o mesmo e então fecha a porta, mas ao invés dele se dirigir as escadas e descer para ir embora, ele fica parado ali, como quem esperasse por alguma coisa.

-O que foi? Você já viu os meninos, pode ir embora. -Ela diz na defensiva.

-Pode me explicar agora que droga está acontecendo e por quê você veio com as crianças pra cá?

-Você não é tão burro!. -Ela usou a mesma frase que ele usou para isultá-la minutos atrás. -Está claro que eu estou me separando de você, eu cansei!.

-Não é você quem decide isso..

-Eu tenho controle da minha própria vida de volta. -Interrompeu. -Eu cansei de estar perto de alguém como você. Isso não é vida para mim e olha que eu aguentei por muito tempo.

-Pare de ser ridícula! Você não é a mulher empoderada que pensa que é, você é fraca e está ceninha é patetica. Volte agora para casa ou...

-Ou o quê? Vai me obrigar? Eu cansei de suas ordens e ameaças. Eu cansei de ser a esposa patética na qual você me transformou para fazer sua imagem. Eu cansei até mesmo dessa sua cara, ela não me da mais medo, me da nojo!. -Annie sentia a adrenalina correr em suas veias, nunca tinha confrontado Velasco desta maneira antes.

-Se você bem se lembra, temos um contrato!. -Ele usa a mesma carta na manga de sempre.

-Eu não me importo. Eu não ligo que me deixe sem nem um tostão, que roube tudo o que é meu. Você é o patético aqui. Alguém como você, que precisa ameaçar uma mulher para mantê-la ao seu lado é só digno de pena. E se para me separar de você custe até os últimos centavos que eu tenho, ainda assim, será um preço que eu pagarei com gosto. -Ela diz confiante. -Agora vá embora e não volte a me incomodar.

-Se pensa que isso tudo acaba aqui, eu não lamento informar que está muito enganada. Você ainda vai ter a minha resposta, cedo ou tarde. -Garantiu antes de se virar irritado e sair.

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