Alfonso abriu os olhos lentamente ainda se sentindo zonzo. Ele não reconhecia aquele teto branco mas por sentir um cheiro asséptico muito comum em hospitais, imaginou que estaria em um. Fora então quando suas lembranças mais recentes vieram em mente e ele buscou no quarto a presença de Anahi.
A encontrou dormindo toda encolhida em uma poltrona logo ali ao lado. Não queria acorda-la então levantou o lençol que o cobria para ter idéia do quanto estava ferido. Ele levantou a camisola do hospital e viu um curativo no abdômen. Nessa mesma hora entrou um enfermeiro no quarto e Anahi despertou.
-Que bom que acordou. -Dissera o rapaz indo até Alfonso que voltou a baixar o lençol.
-Como se sente?. -Quis saber Anahi indo até ele.
-Estou bem. Mas e você? Como está?. -Ele devolveu a pergunta.
-Agora estou um pouco mais aliviada, mas você me assustou muito, Alfonso!. -Ela dizia em tom de repreensão.
-Desculpa. -Ele dissera. -Não foi minha intenção.
-Você é um homem de sorte.. -Dizia o enfermeiro mexendo em uma bolsa de soro. -Ela não saiu do seu lado para nada, esteve aqui cada minuto antes e depois da sua operação.
-É mesmo? Dei muito trabalho?. -Quis saber Alfonso.
-Pior que deu, achamos que ia te perder algumas vezes mas você lutou bravamente. -Dissera o enfermeiro mudando a bolsa de soro vazia para uma nova cheia.
-É, você quase me matou de susto. -Contou Anahi.
-Eu não poderia morrer agora, você disse que se eu não casasse com você, me mataria, lembra?. -Ele brincou e ela riu enquanto o enfermeiro sorria os observando.
-E eu não estava brincando. -Ela dissera sorrindo antes de se aproximar para um selinho rápido.
-Odeio ter que interromper, mas tenho que fazer alguns exames e deixar meu paciente a par de tudo. -Dissera um doutor que sequer foi notado quando entrou no quarto.
-Claro, me desculpe. -Dissera Anahi se afastando um pouco.
Do lado de fora, Chris e Mai aguardavam notícias enquanto Ucker estava ainda com Dul. Ela passaria a noite em observação e Ucker não queria desgrudar das duas, então se sentiu mais tranquilo quando os amigos disseram que assim que Poncho acordasse, lhe trariam notícias.
-Ainda tô sem acreditar que Velasco está morto. -Dissera Chris, para Mai que estava sentada ao seu lado, ouvir.
-Nem eu. Não consigo imaginar na Annie atirando nele, só de tentar, me causa arrepios. -Contou a morena.
-Os policiais não vão sair daqui. -Apontou Chris com a cabeça para dois policiais ao lado do quarto de Alfonso, parados. -E acho que não vão esperar mais muito tempo, combinaram com o advogado da Annie de deixar ela aqui até ele acordar. -Eles então rolaram os olhos até uma cadeira de espera ali próxima, onde o advogado de Annie, aguardava.
-Isso tudo está me deixando nervosa. -Mai se remexeu na cadeira. -Não é justo que ela ainda seja presa depois de ter feito esse favor de matar aquele asqueroso.
-Pois é. Mas imagino que ela não fique presa, ela estava sendo sequestrada e o Velasco tinha atirado no Poncho. Acho que o advogado dela vai dizer que foi legítima defesa. -Contou Chris. -Só espero que dê tudo certo.
-Ai, eu preciso dar uma volta. -Dissera Mai se levantando, se continuasse sentada ali a morena sentia que também iria precisar de atendimento médico.
-Tudo bem. -Dissera Chris vendo ela se afastar.
A morena passou pelos policiais e fora direto para a máquina onde vendia bebidas. Ela inseriu dinheiro na máquina e escolheu uma água com gás, esperou que a bebida fosse liberada e então depois de pegar e abrir a garrafinha, ela a levou até os lábios, dando uns bons goles.
-Com licença. -Chamou um homem.
Mai se virou lentamente e encarou o par de olhos que por muito tempo fora o foco de seus pesadelos intensos.
-Posso te pedir um favor?. -Pediu o homem sem saber que fora reconhecido por ela, talvez ele sequer se lembrasse dela e do que fez.
O homem tinha os olhos escuros, os mesmos olhos que ela mesmo bêbada no dia do terrível "encontro", se lembrava perfeitamente. Ele também tinha arranhões no pescoço que sua camisa com a gola levantada tentava esconder.
-Qual?. -Fora tudo o que Mai conseguiu dizer, ela na verdade não queria fazer favor algum àquele homem, mas queria se ver livre da presença dele o quanto antes.
-Uma amiga minha deu entrada, acho que ela está em algum quarto do andar de cima. Queria que fosse vê-la para mim. Queria saber se ela está muito machucada, sabe como é, né? Eu não tenho coragem de olhar, somos muito próximos. -Dissera o homem e Mai ficara quieta, então ele se viu forçado a continuar. -Ela tem cabelos pretos longos, a pele é clara e as sobrancelhas bem marcadas.
-Ta. -Fora tudo o que Mai disse antes de recolher suas pernas trêmulas e caminhar em direção ao elevador.
No andar de cima, as portas se abriram indicando que ela tinha chegado ao seu destino. A morena então saiu do elevador e caminhou em direção um quarto por vez. O andar estava que era uma loucura, várias pessoas andando apressadas de um lado para o outro, a maioria sendo médicos e enfermeiros. Mas ela parecia em outro mundo, os acontecimento passavam lentamente diante de seus olhos.
Uma possibilidade gritava em sua mente mas ela se agarrava ao último fio de esperança de que estivesse errada. Nunca torceu tanto por estar errada.
Entrou no primeiro quarto e não tinha paciente. Entrou no segundo e o paciente era um homem. Quando entrou no terceiro, uma mulher de cabelos escuros dormia tranquilamente mas suas sobrancelhas eram aparentemente normais, essa não era a mulher que ela estava procurando.
Quando saiu do terceiro quarto, notou que de repente muitos médicos apressados começaram a entrar no quarto de quarta tentativa. Ela sentiu um arrepio intuitivo, mas não conseguiria entrar no quarto nem se quisesse. Foi quando ela decidiu esperar um pouco. Um médico saiu de dentro do quarto gritando com uma pessoa que também usava jaleco mas parecia novata.
-Ainda não conseguiu localizar a família dela? -Gritou o médico que parecia o responsável pelo caso.
-Ela deu entrada sem documentos, estou fazendo o possível. -Respondeu o novato.
-Essa mulher possivelmente foi vítima de abuso sexual, dê as características dela aos policias que estão la embaixo e vê se conseguem encontrar alguma desaparecida de cabelos escuros, pele clara e sobrancelhas bem marcadas. -Pediu o médico.
Maite sentiu o mundo parar. Com as pernas ainda ameaçando falhar e a garrafinha de água balançando em suas mãos trêmulas, ela voltou para o elevador sabendo que possívelmente acabou de falar com o abusador daquela mulher, abusador esse que já a assediou quando estava bêbada em uma balada.
Poderiam se passar meses como esses que já se passaram, anos, décadas.. e Mai continuaria se lembrando daqueles olhos escuros. Ela tivera esperanças um dia de que aquele homem pudesse ter mudado e, agora que ela viu que não, se sentia culpada por não ter denunciado, mesmo que ela não tivesse culpa alguma. Ainda assim, lá no fundo, ela acreditava que se ela tivesse feito a denúncia e ele tivesse sido preso, ao menos essa mulher não seria mais uma vítima.
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PS: Gente desculpa a demora, cm essa história toda da turnê eu fiquei maluca, tive uma crise de ansiedade onde tive que ir pro hospital ser medicada mas gostaria de dar uma notícia pra vcs: passei 25 horas na fila do Pacaembu onde ocorreu a venda dos ingressos presenciais do dia 26 pro dia 27 de janeiro, passei vários perrengues entre eles: passar mal de calor durante o dia, não dormir a noite porque eu não tinha barraca, passei muito nervoso com os cambistas, teve uma confusão enorme onde rolou muita pancadaria, os ingressos acabaram muito rápido MAS FELIZMENTE EU CONSEGUI COMPRAR UM ALGUMA COISA 😭 só tinha sobrado pista comum mas mesmo assim eu peguei. É isso, gente, eu vou realizar meu sonho e vou pra um dos últimos shows do RBD que é a minha maior obsessão. 😭😭😭😭 Obrigada por tudo e por principalmente por estarem aqui me esperando até hoje. ❤
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Reencontro De Seis Almas - RBD
FanficSeis amigos, seis almas que já foram unidas no passado voltando a se reencontrar. Era véspera da véspera de Natal, quando Alfonso abrira a porta de sua casa e teve uma surpresa. As cinco pessoas que teve extrema importância em sua vida estavam ali...