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-- olá Dr

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-- olá Dr. Caio.

-- Filipe, quem foi preso dessa vez? --o engravatado se senta na frente da minha mesa.

-- ninguém, mas preciso de seus serviços extras -- abro meu melhor sorriso.

-- quais? -- ele se arruma na cadeira.

-- estou com uns conhecimentos de cargas de drogas vindo de Fortaleza para o Rio de Janeiro, na verdade, eu não sei quando, mas sei que todo mês vem -- segundo o Teto.

O moleque lembro apenas o nome do agente da policia federal que ajuda o Matuê.

-- como eu posso te ajudar nisso ?

-- você esta na linha com os agentes que colaboram comigo, preciso que tire de algum deles se eles conhecem o agente Silva, ele fica na fronteira do Rio e Espirito Santo, as cargas vem pela Bahia -- Teto falou que na Bahia ele que ajudava a transportar as cargas, mas hoje não sabe quem auxilia, então para roubar a carga de Matuê temos que pegar assim que entrar no Rio.

-- acho que consigo isso para você, vai demorar um pouco, ninguém gosta de se envolver com federal, mas eu vou da uma olhada.

Caio ficou por aqui mais um tempo, tínhamos outras prioridades para tratar além da investigação. Meu plano é roubar o máximo de carga do Matuê antes dele vim para cima, porque ele vem, ele não vai deixar barato isso, ele vai vim atrás delas e eu preciso estar um passo a frente dele, se não vou perder as duas.

Perde?

Por que essa palavra me deixa nervoso?

Eu me prometi ajudar Paty, não vou voltar atrás agora, mas agora não só pela segurança, agora é..... é porque.... é por...

-- o Ret-- Cabelinho entra na minha sala -- que cara essa irmão?

-- que irmão o que, sou filho único, tenho irmão não, passa logo a fita ai.

-- estressado, se liga, conseguir contato com Djonga, ele falou que vai vim no baile de amanhã, mandou você separar as melhores para ele-- Cabelinho ri -- aquele coroa safado.

-- ele vai ter é um pau no rabo dele, mas você já sabe, arruma isso ai -- ele concorda -- além disso temos uma reunião mais tarde, lá em casa.

Saiu da boca e subo para casa, Paty provavelmente estava no salão e a Ceci na creche, ou sei lá o que bebês fazem, parece ser louco, mas eu, um cara fodido, que já matei e torturei tanta gente que não consigo lembrar da metade, eu o dono do alemão troco a frauda daquele serzinho de madrugada quando, nem com seus grito, sua mãe acorda.

Eu gosto pra caralho disso

Mas do que deveria

Quando estou passando pela creche dela vejo que já tem criança saindo, Ceci fica em tempo integral, apesar de ser muito novinha, sua dificuldade na fala precisa tem mais atenção, então foi recomendado que ela tivesse um tratamento para auxiliar, que por sorte a creche aqui possui esse auxilio. Tem uma vez por semana que ela é liberada meio dia, só ficando na parte da manhã, como eu sei disso? bem, são nesses dias que o Teto não sai lá de casa para poder atazanar o juizo da Carol, a menina não tem um segundo de paz com ele.

-- bom dia, senhor -- uma mulher que deve ter seus 30 anos vem ate mim -- esperando alguém?

-- sim, eu queria saber sobre a Cecilia....-- como é o sobrenome de Patrícia? -- Cecilia Lima.

-- a sim, um minuto -- ela sai.

Olho para aquelas crianças gritando e me pergunto como esse povo não fica louco, lá na boca só com o retardado do Cabelinho eu já fico com vontade de matar ele, imagina um bando desse.

-- ela já esta liberada, mas eu preciso do nome do senhor para saber se esta apto para leva-la.

-- você sabe o meu nome -- inclino minha cabeça para o lado e olho fixo em seus olhos.

-- é um processo padrão senhor-- ela fica nervosa.

-- chama a dona disso aqui e manda ela me da a Cecilia -- falo.

-- eu....

-- senhor Ret -- a velha dondoca da Maria vem ate nos.

Logo ela é a dona, serio.

-- fala ai

-- arrumando confusão de novo ? -- ela cruza os braços.

--eu só quero a minha filha.

-- você é o pai da Ceci?

-- eu como a mãe dela, acho que isso serve -- ela fica horrorizada.

-- Ret, tenha modos, Luísa pode pegar a menina, ele é marido da mãe da Ceci -- a mulher sai para pegar a menina.

-- obrigada.

-- parece que após anos, você ainda não tem bons modos né, Filipe-- ela me olha serio.

-- sabe, a senhora bem que tentou, mas eu sempre te falei que a escola não era para mim-- digo rindo.

--ser sua professora foi um dos maiores desafios da minha vida -- ela diz e atrás dela posso ver Ceci vindo com a menina.

-- PAPA.

É o que?

Ela se joga em cima de mim e eu a seguro ainda paralisado com o que ela disse.

-- ela nunca te chamou assim não é? -- Maria sorri.

-- ela é uma garota de poucas palavras, não é princesa ? -- ela abre um sorriso.

-- ate mais, Filipe-- dou tchau para a dona Maria e sigo meu caminho.

Com a menina no colo tento fazer ela repeti o que disse.

-- papai -- balanço ela -- diz ai, papai.

-- papa -- ela sorri tímida.

-- ISSO -- grito no meio da rua e beijo a menina -- papai.

Chego em casa e não encontro sinal de ninguém, levo Ceci para tomar um banho depois de mandar alguém comprar comida para gente. Com banho tomado e pratos na mesa, eu e minha filha fomos comer, faço aviãozinho com ela que fica rindo de mim.

-- FILIPE -- o barulho da porta assusta nos dois.

-- que porra é essa?-- Patrícia vem no desespero ate a gente arrancando a criança de mim.

-- como você pega ela sem me falar, eu fiquei desesperada porra -- Cecilia começa a chorar em seu colo.

-- eu falei com a porra da dona da creche que peguei ela e conhecendo aquela velha, ela nunca ia me da a Ceci se não soubesse quem eu era -- digo me levantando da cadeira.

-- mas você tinha que me falar, imagina como eu fiquei quando Carol me ligou falando que o pai da Ceci tinha pegado ela-- Paty tenta respirar fundo para não chorar.

Droga

-- desculpas, eu me apresentei lá assim, foi mal pelo vacilo, foi meio que de ultima hora, eu passei lá para vê se hoje era o dia que ela sai mais cedo e por sorte foi então eu quis trazer ela, mas não deveria, desculpa -- como eu fui um merda, claro que quando ela soubesse que o pai tinha pegado a filha dela, ela ia pensar que foi o Matuê.

-- ta tudo bem, eu.... -- ela vem ate mim -- eu só estou meio pistola com tudo isso.

-- foi mal.

Ficamos um tempo calados.

-- então você é o pai dela? -- Patrícia brinca.

-- sim -- olho para a neném em seu colo -- se você deixar.

-- acho que ela precisa opinar sobre isso -- ela balança a bebê.

-- PAPA -- ela grita e se joga em mim.

-- bem acho que ela já decidiu -- beijo a cabeça da mini Patrícia.

-- eu realmente perdi minha filha.

No Morro Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora