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Minha cabeça está doendo muito, meu corpo por inteiro está doendo, porra, tento abrir meus olhos mais estão muito pesados, parece que tem uma tonelada em cima deles, mas com dificuldade eu consigo abrir

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Minha cabeça está doendo muito, meu corpo por inteiro está doendo, porra, tento abrir meus olhos mais estão muito pesados, parece que tem uma tonelada em cima deles, mas com dificuldade eu consigo abrir.

A luz dificulta um pouco eu ver alguma coisa, mas quando minha visão fica melhor eu consigo ver um teto branco, ao meu lado um som insuportável está me deixando com dor de cabeça.

Onde eu estou ?

Tento lembrar de algo, porém só consigo lembrar de está no mercado ai.....

Matuê

O Wiu me levou para uma van, me fez ficar em vídeo chamada com o Matuê. Ele ameaçou pegar a minha filha.

Cadê a minha filha ?

Entro em desespero, a máquina apita cada vez mais alto e mais rápido, meu coração esta muito acelerado, o desespero toma meu peito, tento gritar, porém nada sai, minha garganta dói. Começo a me debater sobre a cama, esses fios ligados a mim está me deixando agoniada.

Eu preciso ver minha filha.

— opa, calma — uma homem jovem vestido de jaleco entra no quarto — ENFERMEIRA AJUDA POR FAVOR

Continuo me debatendo.

— oi, calma tá bom, eu sou o Juliano — ele abre meus olhos e coloca uma luz bem no meu olho — eu sou o seu médico, você sofreu um acidente, foi jogada de um carro em movimento e o Ret te trouxe para cá.

Ele desliga a máquina que ainda apitava.

— você está na Rocinha e o seu marido já foi chamada tá bom — ele fala com calma.

Nessa hora uma enfermeira chega e eles começam um procedimento para vê se está tudo bem comigo.

— CADÊ ELA ?— a voz do Filipe no lado de fora chama minha atenção.

— você quer algo querida ?— a enfermeira vem até mim.

— água — falo baixinho.

— já venho — então ela abre a porta e sai junto com o médico.

Logo após o Filipe entra desesperado.

— Paty — ele vem até mim — porra preta não me dá esse susto mais não.

Dou risada dele.

— vai rindo de mim — ele beija minha cabeça — com você tá ?

A enfermeira entra com um copo de água na mão e o médico vem logo atrás dela.

— quem deixou você... esquece— o médico balança a cabeça para o Filipe — Patrícia você fraturou um braço e teve algumas lesões pelo corpo, nada muito grave, o carro não deveria estar em alta velocidade quando você caiu, mas vamos passar um raio-x para você para podemos ver a gravidade do braço tá bom, de resto você vai ficar de observação.

Concordo com a cabeça, se ele não tive falado eu nem ia notar meu braço quebrado, minha mente está em outro lugar.

— Ret eu vou permitir que fique aqui por alguns minutos, mas aqui é uma área de UTI, você só tem 20 minutos — Juliano diz sem medo da cara do Filipe.

O homem sai da sala e o Filipe mostra o dedo do meio.

— criança — falo com a voz fraca ainda, a água me ajudou, porém ainda dói.

— o que aconteceu lá ?— ele me olha preocupado.

— o Wiu me fez ficar em uma vídeo chamada com o Matuê, ele disse que vai pegar minha filha Filipe — digo já por um triz de chorar.

— ele não vai tocar na nossa filha, eu já coloquei o plano em prática— ele diz com raiva — o Matuê não sabe com quem tá brincando.

— o que vocês fizeram ?

— a gente roubou uma carga muito importante dele, além de um caderno com o número de vários compradores, não foi muita coisa, mas já deu para dar uma prejudicada nele — ele suspira — os meninos estão atrás de pistas do Wiu e o Djonga já foi falar com os contados dele de Fortaleza para ficar de olho no Tuê.

— cadê a Ceci ? — Filipe fica brincando com a minha mão.

— está em casa com sua tia, eu mandei Carol ir para casa, não vou colocar ela em risco também — ele leva a minha mão a sua boca e beija.

— tem vez que eu acho que ela está mais segura lá em casa do que na casa dela — penso alto.

Ela anda muito de roupa comprida, está sempre assustada e até o Teto que é meio lerdinho já percebeu isso.

— eu já pensei isso também, ela é muito estranha — Filipe fica pensativo — mas vamos focar em outra coisa agora, eu vou mandar você e a Ceci para uma casa que eu tenho na serra por alguns dias, só até eu atacar o Matuê ou ele atacar a gente, o Teto vai com vocês, ele e mais uns caras de confiança minha e do Djonga.

— eu não quero ficar longe de você — digo.

Parece loucura, mas eu me apeguei ao Filipe, na verdade eu acho que estou muita mais do que só apegada ao Filipe.

Amo nossos momentos de família com a Ceci, mas amo ainda mais estar com ele, sentir seus braços ao meu redor quando eu acordo, dormir ao seu lado, amo até quando ele fica sussurrado safadezas no meu ouvido quando estando assistindo filme de criança com a Ceci.

Amo ver ele chamar ela de filha.

— eu também não quero, mas não quero sentir o que eu sentir, não quero a sensação de que vou te perder, meu mundo desabou quando te encontrei no chão, estou morrendo a cada segundo que você está aqui deitada nessa cama, morro a cada hora que o Matuê passa te ameaçando.... Eu morreria sem você, Paty.

Lágrimas já embaçam minha visão, escutar essas coisas vindo do Filipe é demais para mim, saber que o que eu sinto por ele também é recíproco.

— Paty, eu não sou lá essas coisas, sou tão ruim quanto o Matuê, mas fica comigo quando isso tudo acabar, não vá embora quando ele estiver morto, quero que fique ao meu lado, quero ver a Cecília crescendo junto com você, quem sabe ver até um moleque nosso crescer em seu ventre, eu faço qualquer coisa, mas diz que no fim de tudo você vai ser minha, vamos ser um filme de cinema onde ninguém aplaude.

— isso tudo é uma ilusão — dou um sorriso para ele.

— eu vivo como eu quis e quero você vivendo isso comigo. Aceita ser mim ?

— eu sempre vou ser sua Filipe Ret.

No Morro Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora