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— Relaxa Paty, vamos apenas dá uma voltinha — ele sorri

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— Relaxa Paty, vamos apenas dá uma voltinha — ele sorri.

— Wiu por favor — digo já segurando o choro.

— não dificulta Patrícia — ele diz firme me levando para o carro.

A van era preta e os vidros tinham filmes que escondiam quem estava dentro, a cada passo que eu dava algo em mim morri, meu coração batia mais rápido, minha respiração acelerada, um medo me corroía sem saber o que me esperava lá dentro.

Será que ele estar aqui ?

Será que vai invadir o morro ?

Ele vai conseguir pegar minha filha ?

Dúvidas e mais dúvidas, mas que inferno, eu não aguento mais isso, não aguento mais morrer de medo a cada segundo do meu dia, mas aqui estou eu, mais um vez morrendo de medo Dele.

A van é aberta e Wiu me joga dentro, lá só tinha dois homens vestidos de preto que eu não sei quem é, pelo tempo o Matuê deve ter trocado alguns do pessoal que ele tinha.

— senta aí que temos recado para você — ele diz ligando um notebook — aqui chefe.

Então após um ano eu estou vendo ele, mesmo que seja pela tela de um notebook estamos cara a cara.

meu amor — sua voz arrepia cada célula minha.

Não digo nada, permaneço em choque, não estava preparada para vê-lo após tanto tempo, ainda mais nessas condições.

não vai me cumprimentar? Cadê nossa filha ? — seu sorrio sínico me apavora.

— minha filha — minha voz sai baixa, quase que por um fio.

nossa, afinal você não fez sozinha e muito menos com o Ret — já era de se esperar que ele soubesse sobre meu caso com o Ret, afinal esse era o plano — muito esperto da sua parte, sabia? Afinal agora sendo uma fiel, família, a aliança te protege....

Ele passa a mão no queixo, uma mania que ele tem quando estar pensando ou armando algo.

mas ninguém vai me impedir de ir atrás da minha filha — o desespero bate em meu peito — nem você, nem a aliança E MUITO MENOS O MERDINHA DO RET

Seu grito ecoa pelo automóvel, meu coração bate tão rápido que consigo ouvi ele. Ele não pode pegar minha filha, o Ret prometeu que ia me ajudar, ninguém vai tirar ela de mim, ele não tem esse poder.

Ou será que tem ?

eu vou atrás de você Patrícia, vou pegar a minha filha — ele sorri sínico mais uma vez — sei que o filho da puta do Teto está com você, sempre o tive como um irmão, agora veja como ele me recompensa, você acha isso certo? Pois eu não acho... mas é isso que dá confiar nas pessoas.

Como em um filme de terror o sorriso macabro de Matuê é o que mais me assusta, ainda mais quando ele da essas pausas nas hora que fala, pausas lentas e que me torturam.

agora vejamos, você está com o Teto, como conseguiu perdoa ele e não me perdoar ? — ele faz uma cara triste.

NOJENTO

— do que está falando ?— mais uma vez minha voz sai em um fio.

horas, eu matei seu pai e o Teto sabe, ele não te contou ?— SÍNICO.

Como assim ele matou meu pai? Eu sei que meu pai me colocou para fora, disse que não era mais sua filha, que eu tinha morrido para ele, mas antes do Matuê ele era meu pai, ele era meu herói, estava comigo quando cai de bicicleta, quando o primeiro garoto partiu meu coração, quando meu primeiro dente caiu.

E agora ele estava morto, foi morto pela mão de quem disse um dia que me amava, que eu era seu mundo e que me prometeu o mundo.

Lágrimas rolam pelo meu rosto, o grito de dor sai pelas minhas cordas vocais, meu corpo treme, ele se foi sem ao menos eu me desculpar com ele, sem eu dizer que ele estava certo, de como fui burra de ter ido contra ele.

Após uns meses ele foi atrás de mim, pediu para mim voltar para casa e sair de perto de Matuê, porém mais uma vez eu não escutei a voz de quem só queria me ajudar.

Desculpa pai

não chore meu amor, ele só queria tirar você de mim, assim como o Ret quer ....... Mas assim como seu pai... — ele faz uma pausa dramática — o Ret também vão morrer e você vai ser minha, a Cecília vai vim para o colinho do papai, como era para ser desde o início.

Eu não queria mais ouvir suas ameaças, eu não queria mais estar ali, eu não queria mais essa vida, ele vai tirar tudo de mim, ele vai acabar comigo, não sei se tenho forças para aguenta isso, eu não sei se consigo mais.

até breve meu amor — a tela do notebook fica escura.

— vamos liberar ela — Wiu diz.

Eu não faço nada, eu apenas choro, sinto o remoço e o arrependimento tomar meu coração e meu peito, minha alma dói, meu espírito está machucado.

Eu matei todos aqueles que um dia me ajudaram, que só pensaram em mim, eu matei meu pai, por minha causa o Filipe vai morrer, machuquei o Xamã, mentir para minha amiga, quem sabe o que ele fez com minha mãe.

Choro

Choro

Sinto o carro diminuir a velocidade, mas não chegou a parar, a porta da van se abre e Wiu me segura pelos braços.

— até a próxima

Então ele me joga para fora com o carro em movimento, nesse momento meu corpo se desliga, sinto a dor do impacto do meu corpo com o chão, cada arranhão, cada batida de meu corpo com o concreto, tudo isso não foi nada comparado a dor no meu peito.

O que eu fiz da minha vida ?

No Morro Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora