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Agora que a Paty e a Ceci estão longe do morro eu e os caras já vamos colocar o plano em prática

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Agora que a Paty e a Ceci estão longe do morro eu e os caras já vamos colocar o plano em prática.

Primeiro- temos que chamar a atenção do Matuê para ele vim aqui para o morro.

Afinal ele no meu território é mais funcional para mim do que eu ir para o território dele.

Segundo - ele precisa entrar na armadilha de achar que as meninas estão aqui.

Se ele quer pegar elas, tenho que garantir que ele acredite que elas estão aqui, pois apesar de ser um lugar bem escondido o Matuê não anda sozinho, ele pode achar elas de alguma forma.

Eu não posso deixar ele tocar nelas, Patrícia e Cecília se tornaram minha vida, uma parte de mim, na verdade elas se tornaram meu mundo inteiro e ninguém nesse mundo vai machucar elas novamente, não enquanto eu estou vivo e garantindo a segurança delas.

— bora lá, o Matuê morre agora — digo com sangue no olho.

— é o Tuê vai de Americana — Cabelinho diz rindo.

— o que ?— Tz olha para mim.

Até parece que eu entendo o que o Cabelinho diz.

— tipo a Americanas, a loja, faliu aí tipo... quer saber, esquece — o gibi saiu porta fora.

— é mole ? — Tz diz rindo.

— esse bateu a cabeça quando nasceu -- digo.

-- vamos focar no cara lá, porra, lidar com velho é foda -- Cabelinho sai resmungando.

Fico sozinho em minha casa, as engrenagens da minha mente começam a girar sem parar, a vida estando no trafico não é fácil, eu sempre soube, mas agora que eu tenho a quem proteger tudo estar dez vezes pior, porém eu vou fazer ele pagar por isso.

Já era a noite quando eu começo a me arrumar, coloco o colete aprova de balas e minha arma, coloco duas nas costas, pego uma canivete e prendo na lateral da minha perna direita, olho no espelho respirando fundo, depois de uma certa idade você começa a entender o que real importa, quem estar ali com você, sempre achei que estava sozinho, desde criança, no meio peito sempre esteve um buraco onde nada nesse mundo conseguia tapar, a sensação de não pertencer a lugar nenhum, não ter ninguém quando mais precisar, mas de uns anos para cá venho olhando mais ao meu redor, falo que não tenho ninguém, mas o Xamã sempre esteve ao meu lado, digo que estou sozinho quando o Tz esta tentando estancar o sangue que corre pelo meu braço, estou sozinho quando o Cabelinho esta me enchendo o saco porque ele sabe que é meu aniversario e temos que comemorar, estou sozinho quando o Teto me faz ri e querer bater nele em um dia ruim que ele me faz sorrir.

Estou sozinho quando estou nos braços de Paty e ela me chama de filho da puta quando conto o fim do filme, estou sozinho quando vou a noite no quarto da Ceci me acalmar com seu cheiro após um pesadelo.

Não estou sozinho

E para isso continuar eu preciso me livrar dele, ninguém vai tirar de mim tudo que tenho.

-- tudo preparado chefe -- Zezinho vem ate mim.

-- fiquem de olho -- os seis que estavam perto de mim concordaram.

Descobri que Matuê sabe que sua carga preciosa esta aqui no morro e disse que iria vim pegar e eu quero que venha. Assim que me coloco em posição no alto de uma laje vejo os fogos de artifícios, dando o sinal que precisava.

-- CHEFE ELES TÃO ESTRANDO -- Cabelinho grita pelo radio.

-- todos, AGORA-- dou a comanda.

Então em um estalo tudo começa, gritos e tiros são escutados por toda a parte, me sinto em paz em saber que as meninas não estão aqui, tenho mais liberdade. Pela rua D encontro dois e meto bala na cabeça, me escorando pela parede vou ate o final, na principal muitas motos sobem e descem, olhando de canto de olho vejo mais um descendo em minha direção, ele me vê e atira, me esquivando encosto na parede e tento atirar nele, o primeiro vai no pé e o segundo vai na garganta, ele cai de uma vez, continuo a minha caminhada ate chegar no ponto que encontro o Cabelinho.

-- ALGUÉM VIU O MATUÊ ? -- grito, mas todos negam.

-- CHEFE -- meu radinho toca.

-- FALA PORRA -- digo.

-- ESTOU AQUI COM UM DOS CARAS DELE, QUER QUE LEVAMOS PARA O SENHOR? -- alguém vai ser promovido.

-- traz agora.

Ainda debaixo de bala vamos para o galpão, pelo radinho descubro que os caras estão com tudo em controle, mas eu sinto que tem merda ai.

Cadê o Matuê?

-- estou achando isso estranho-- digo para o Xamã.

-- cadê ele ? -- ele pergunta.

-- essa é a questão -- Tz sai de perto da gente e fala algo no telefone.

-- CHEFE AQUI? -- PH entra puxando um cara -- FALA FILHO DA PUTA.

Ele joga o cara no chão e chuta deu abdômen, o cara cospe sangue e ele chuta mais uma vezes.

-- vocês acham que meu chefe é otario igual vocês ? -- ele diz rindo-- o Tuê ta bem longe daqui.

Respiro fundo.

-- onde ele ta?-- pergunto calmo.

-- não vou falar -- ele ri.

-- ONDE ELE TA PORRA ?-- grito sem paciencia.

-- ADIVINHA -- saco minha arma e atiro no meio da sua testa.

-- FILIPE PORRA -- Xamã grita.

-- ele ta com ela e agora? -- Cabelinho vem para perto de mim.

Passo minhas mãos pelo meu cabelo, começo a suar frio.

Porra

Porra

Porra

Bato em minha cabeça.

-- eu já liguei para o Teto, Djonga já estar a caminho, sabia que isso estava estranho -- Tz diz.

-- VAMOS TODOS PRA LA AGORA-- grito já saindo correndo.

-- FILIPE PORRA, FICA A QUASE 2 HORAS DAQUI -- Xamã me chama.

-- CHEGO LA EM 30 MINUTOS -- pego minha moto e saiu voando dali.

Se ele acha que vai ser fácil assim ele esta muito enganado, nem que eu tenho que vender minha alma para o satã ele não vai pegar elas.

No Morro Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora