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Eu estava assustada, olhava para um ponto fixo da sala da casa de Filipe

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Eu estava assustada, olhava para um ponto fixo da sala da casa de Filipe. Ele tem gente aqui, sempre teve gente aqui, como eu não vi que estava sendo vigiada, achava que no Alemão estaria segura de suas vistas, longe de suas mãos, mas ele sempre esteve aqui, sabia o que eu fazia e o que minha filha estava fazendo, isso me tira o chão, não consegui proteger a Ceci dele, sou uma mãe terrível.

Como escolhas estupidas te colocam no fundo do poço para sempre, " lide com suas escolhas " é isso que eles dizem, mas isso não é assim tão fácil.

-- QUE BUCETA MARQUINHOS, COMO VOCÊS DEIXARAM ESSE MALUCO ENTRAR? -- Ret gritava no celular -- não quero saber, correm atrás, quero a fixa dele na minha mesa.

Ele passa a mão no cabelo e respira fundo, seu rosto estar vermelho, seu punho serrado e sua mente a mil por hora.

-- desculpa, eu prometi proteger você -- Xamã passa seus braços ao meu redor.

-- não é culpa sua, sempre foi minha.

-- temos que ter um plano -- Filipe responde.

-- isso só vai acabar quando ele me ter de novo, eu tenho que me entregar, só preciso deixar minha filha segura.

-- NÃO, você não pode -- Xamã vem ate mim -- ela precisa de você.

-- mas eu a coloco em perigo, olha a porra de pai que eu dei para ela.

-- você não vai se entregar coisa nenhuma -- Ret diz -- eu não entro em uma guerra para perder.

-- o que você vai fazer então? não pode matar ele, sabe que se atacar ele sem um motivo os caras não vai te ajudar -- me levanto com raiva.

-- isso é verdade Filipe, quando você ataca-lo, ele vai dizer que você que deu o atacou primeiro quando ajudo a mulher do cara a se esconder dele -- Xamã fala pela primeira vez.

-- não temos para onde correr, eu só preciso que alguém cuide da minha filha.

-- temos sim -- Xamã diz --a aliança protege os dos nossos, se provarmos que a Paty agora é uma de nos, a aliança vai ter que ajudar quando for necessário.

-- como isso?

-- se a Paty casar ou ter uma união estável com um de nos-- ele diz.

-- isso não tem condição.

-- para isso da certo ela vai precisar estar com um cabeça cara, não pode ser qualquer um-- Filipe rebate.

-- vai ter que ser com o Ret -- Xamã diz com uma voz amarga.

-- O QUE ? VOCÊ TA LOUCO?-- como ele podem resolver isso assim.

-- a aliança ajuda na proteção das famílias dos nossos, se você ter uma relação com o Ret eles vão ajudar na sua proteção e se o Matuê vim atrás de vocês vai ser uma insulta ao dono do morro, sendo assim, uma ameaça a família do chefe -- Xamã tenta me explicar.

Mas isso é errado, eu prometi a mim mesma que não vou me meter mais nesse meio, apesar desse meio me ajudar ate agora, sei que eles só estão tentando me ajudar, mas ainda acho isso uma loucura, não tem como isso dar certo, eu e o Ret em uma casa para provar união estável para essa aliança me proteger.

-- e se eles descobrirem que é uma armação? -- digo.

-- não vai se vocês fazerem direito.

-- o Ret você acha o que ? --me viro para o mesmo que não falou nada.

-- eu falei que não entro em uma guerra para perder e se esse for a única forma de você e a menina estarem seguras eu ajudo, mas vamos ter regras -- ele só pode estar maluco.

-- aceita a ajuda dele, você e a Ceci precisam de ajuda e a aliança é a única que pode dar -- Xamã vem ate mim -- eu vou esta aqui para te ajudar.

Olho para o Filipe que estar com uma cara fechada para mim, olho para o Xamã que com sua expressão facial já diz que não estar nada feliz com toda essa situação, penso em minha filha e em como devo isso a ela, além de dever mil desculpas.

-- ta bom, já que esse é o melhor jeito.

-- esse não é o melhor jeito, é o único -- Filipe diz e se retira da sala.

Saímos da casa de Filipe e vamos cada um para sua casa, Xamã não da um piu se quer durante o caminho, ele estar perdido em seus pensamentos e eu prefiro assim, também não estou afim de conversa agora, só quero minha filha e minha cama. No meu quarto vou ate Ceci que estava dormindo agarrada em um urso que o Tz deu para ela, ela transmitia uma paz, uma sensação de que o mundo ia ter paz, sem miséria ou doenças, que tudo seria bom e belo.

Como eu queria que isso fosse verdade.

Eu vou ir morar com um desconhecido, que apesar de estar me ajudando eu não sei suas reais intenções, eu não sei como é o Filipe do dia a dia, não sei o que ele faz quando não estar na boca, ou como se comporta quando esta estressado. Além disso, eu vou tirar minha filha de um ambiente familiar para ela e leva-la para um lugar que nem eu sei como vai ser, espero que der tudo certo, que eu não meta a Ceci em umas um perigo, que eu esteja fazendo a escolha certa dessa vez.

No Morro Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora