No Morro Filipe Ret

05

Me olho no espelho pela 1818277483 vez, estou com um vestido rosa pink coladinho em mim e um salto 15 nos pés, mas sinto que está faltando algo, olho mais uma vez.

— mais que porra — vou até o guarda roupa e tiro um short jeans e um cropped branco que eu não preciso usar sutiã.

Visto e coloco um cinto dourado no short, continuo com o salto e mudo os acessórios.

— ainda falta algo.

— seu perfume de piranha — Xamã diz.

— bem lembrado — vou até o armário e pego meu EGEO.

— você está nervosa hoje, o que ouve ? — ele se senta na minha cama.

— apareceu uma menina lá, um tal de Carla, parece ser putinha do Ret.

— é uma patricinha que ele tá comendo.

— após, ela chegou lá cheia de marra, pagando de mulher do dono, coloquei ela no lugar dela, mas.. ela me fez lembrar de mim mesma, quando eu.. — não preciso terminar, Xamã sabe a história melhor que qualquer um.

— eu sei, mas relaxa tá, você tomou suas decisões e ela vai toma as dela e o Ret não é ele — ele tenta me acalmar.

— eu sei que você sente raiva de mim — abaixo o olhar, o chão de porcelana brilham abaixo dos meus pés.

— Paty, esquece tá, vamos deixar no passado— ele beija o topo da minha cabeça— nossa esse é um perfume de piranha mesmo.

— idiota— bato nele.

Saímos juntos para a quadra, como sempre lotada, o que dificulta tentar achar Marina por aqui. O povo vai abrindo passagem para Xamã e eu vou me aproveitando disso para andar melhor.

Subo na área vip e encontro minha amiga conversando com TZ.

— sua puta, eu tava te procurando — digo quando chego mais perto dela.

— vixi, esqueci de avisar, da próxima vez mando um pombo correio— eu odeio essa menina.

— relaxa Paty, vamos beber — Cabelinho me dá uma latinha de Heineken.

— UM BRINDE A ESSE BAILE DE FUDER, FUDENDO — TZ grita.

Daí só foi ladeira abaixo, eu e Mari ficamos ali na área vip porque estava rolando as melhores cachaças e eu que não vou comprar nada tendo as melhores aqui de graça, Ret você vai bancar meu rolê hoje.

Mariana já estava toda soltinha com TZ grudado nela, eu conto ou vocês contam que ela é lésbica para ele, a filha da puta tá iludindo o cara.

— do que você tanto ri ?— uma voz rouca me assusta.

— que susto porra — olha para trás com a mão no coração.

— responde minha pergunta — Ret leva o beck até a boca.

— delicado igual um coice de cavalo — ele revira os olhos— TZ tá se iludindo com a Mari, mas da fruta que ele gosta, ela come até o caroço.

Ele se segura para não ri, mas já era tarde demais. Ret não é um cara feio, parando para olhá-lo agora, ele é alto, forte, tem umas tatuagens que deixa ele gostoso para um caralho, eu daria com muito, mais muito e com MUITO prazer para ele. Mas ele não vale isso tudo, não posso arriscar tudo de novo, " mas é só uma foda" eu sei, mas esse ele não tem cara que brinca em serviço, imagina pleno século da putaria, bandida vividona caindo no amor de pica? Tô fora.

— você adora falar esses ditados populares, né?— ele me oferece o beck.

Dou uma tragada e solto a fumaça em seu rosto, não temos uma grande diferença de altura, apesar dele ainda ser mais alto que eu.

— você consegue aprender muitas coisas com eles — dou de ombros.

— o que você não aprendeu no passado?— ele agora tem um sorriso sínico nos lábios.

— vai se foder Ret — digo saindo de perto dele.

— ninguém me manda me foder, caralho — ele segura meu braço.

— prazer, ninguém— solto meu braço e saiu andando.

Com isso ele pode me mandar embora ou ligar para o outro lá? Sim, mas fazer o que né, ele mereceu, babaca escroto do caralho.

Depois Ret ficou me matando com seu olhar, mas eu não dei muita bola, só voltei a dançar com umas meninas que estavam ali, porque Mariana foi dá uma de louca e entrou no quartinho com TZ, essa coca é Fanta.

— vai se foder — ela volta rindo.

Então eu percebo o que aconteceu, Mari só não entrou com o TZ, mas também com outra morena que estava aqui na área vip.

— eu fiz a mina gozar mais que o bonito lá, agora ele tá boladinho— olhamos para o TZ que estava com uma cara de poucos amigos — eu falei para ela e ele que eu sou boa no que faço, foram inventar de apostar comigo.

— Mariana do céu — digo rindo.

Eu sei bem como ela faz bem, sim eu já transei com ela, amizade de hoje em dia é assim.

— vi você conversando com o Ret, qual foi?

— ele que parece uma praga — bebo meu drink.

— a praga não para de te olhar— viro na direção dele, que estar com a menina de mais cedo no colo.

— bem, ele está precisando de um show.

Mariana da risada e concorda com a cabeça.

Nessa hora já estava tocando uma música que eu não faço a mínima ideia, mas reconheci a voz de MC Paiva, começo a mexer minha bunda no ritmo do grave, jogo o cabelo, passo minha mão por cima dos meus seios no cropped e desço de frente para o Ret.

Mariana vem se junta comigo e ficamos dançando bem coladas, rebolo me esfregando nela, enquanto mordo meu lábio, Ret já começa ficar inquieto na cadeira, passa a mão no pescoço e vira a bebida de uma só vez.

Vendo sua reação desço rebolando freneticamente até o chão, como se estivesse sentando em alguém, dando umas quicadinhas no final. Tenho uma bunda gorda, isso não nego, mas que me ajuda muito a chamar as atenções que preciso, talvez, até demais.

Fico totalmente de costas para ele dançando quando vejo Marina se afastando.

— boa sorte — ela diz mando beijo para mim.

— o que? Ah — solto um gritinho quando uma mão me puxa fazendo-me rodar em sua direção.

— tá louca porra — ele diz com sangue no olho.

— qual é Ret? Não tô fazendo nada — digo sem paciência para ele, que cara bruto, boas madeiras mandaram beijo para ele.

— meus inimigos também não fizeram nada, mas se encontro a sete palmos debaixo do chão— engulo seco — você se comporta, lembra que está aqui de favor.

— tá bom, amorzinho— mando beijo para ele.

Vai nessa gato, não vou engolir sapos para você, posso correr esse risco com o cu na mão, mas Ret você não vai brincar sozinho.