ADANNA, 1915
"Primeiras impressões.
Uma das mulheres de casa me ensinou a ler e escrever, e me disse que era bom registrar nossos pensamentos porque eles nos permitem ter provas físicas de nós nesse mundo.
Sai tem dois dias. Faca, várias folhas de papel enroladas e cobertas por um pedaço de couro, um pedaço de carvão pra escrever, uma manta e duas mudas de roupa.
Minha mãe disse que o mundo lá fora era horrível. Tínhamos um papel que chamavam de documento que dizia que éramos livres finalmente. Mas viver escondida não era ser livre. Não conhecer o mundo não era ser livre.
Então mesmo contra a vontade, parti.
Me misturei com as pessoas que pareciam comigo, mas tinham uma expressão mais cansada no rosto.
Era tudo bonito e ao mesmo tempo confuso. Me sentia pesada andando ali enquanto vários me olhavam de jeito torto.
Tinha acabado de escrever quando noto que meu pedaço de carvão já estava diminuindo e tinha apenas mais três para durar a viagem. Guardei minhas coisas e voltei a andar pela floresta.
Já estava pronta pra passar só mais um dia nessa cidade antes de sair para outra. Não sei se encontraria algo diferente, mas a viagem era pra isso, pra encontrar esse algo que eu sabia que era importante.
Só não sabia o que era.
Estava tão absorta nos pensamentos que não notei o barulho a minha volta, os galhos partindo e passos apressados.
Me abaixo rapidamente no arbusto observando homens a minha frente. Eram homens de diferentes tons de pele, mais brancos do que pretos.
Um deles me chamou a atenção mais que os outros.
Ele era alto, tinha cabelo castanho escuro ondulado um pouco longo, a pele branca queimada pelo sol. Suas roupas era como todos os outros homens que vi por aí, mas ele tinha tirado algumas peças e parecia mais livre.
Ele estava sorrindo de algo e outros também.
Ele era diferente. Não sei o que era que me chamava tanta atenção nele, mas sei que eu estava mexida demais.
— DANTE! – Alguém gritou e ele olhou para a pessoa.
Dante.
O nome dele era Dante.
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Ahhh meu Dante 😫🤌🏾
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ENFIM, LIBERTA
RomanceSINOPSE: Ana sempre sentiu um vazio, uma desconexão com o mundo desde criança. Ela foi abandonada quando bebê na porta de um orfanato e adotada aos doze junto com sua irmã de coração. Mesmo assim, ela se sentia estranha. Esse vazio só aumenta quando...