CAPÍTULO 36

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Perdão pela demora, gente.
Eu fiquei muito MUITO ocupada e minha mente não conseguia pensar em nada...
Mas tirei esse feriadão pra botar a história em dia e deixar minha mente pensar.
Boa leitura!

ANA

Comer e beber só me rendeu uma pequena dor de cabeça e nenhuma decisão.

Então resolvi deixar tudo isso de lado por enquanto e ir ocupar a minha mente.

E como provavelmente eu estava doida, qual foi a melhor maneira que escolhi ocupar minha mente?

Ir trabalhar.

Provavelmente eu continuava errada das ideias, porque eu iria trabalhar logo no lugar que ocupava a minha mente. Mas por incrível que pareça, menos de dois dias e eu morria de saudades da pequena Maya.

É uma loucura pensar que em tão pouco tempo eu tinha me apegado dessa maneira aquela menina. Hoje consigo entender todas essas ligações que são maiores que nós duas, mas tem uma coisa tão genuína, tão minha e dela...

Foi pensando assim que me arrumei e pedi para que minha irmã –um pouco contrariada com a minha decisão – me levasse até a mansão.

— Apesar de saber que o Dante concordaria com você e que eu tenho que descansar, também quero espairecer a mente e essa é a melhor forma. Me distraindo dos problemas.

Ou tecnicamente fugindo deles.

Minha tia havia me mandado mensagem, mas eu não tinha cabeça para responder e ainda não tenho.

Me abandonarem do jeito que fizeram, mesmo que olhassem por mim de longe... eles não tinham ideia do que passava na minha mente.

Nunca se sentir pertencida a alguém ou algum lugar, sempre pensar como se fosse uma pessoa rejeitada, indigna...

Pensava que algo de errado existia em mim e esse era o único motivo para ninguém me querer por perto.

Eles não sabem como foi encontrar minha mãe. Como ela me fez pertencer a esse mundo vasto e solidificou a irmandade que eu já tinha com a minha irmã Sara. Não sabem como eu precisava disso, dessas duas mulheres até que perder uma delas me fez cair em um modo robótico pela vida.

E agora falam que tudo daria certo no final? Tudo não parecia tão certo assim para mim.

Foi pensando nisso que eu sai do carro depois de me despedir da minha irmã e caminhei até a mansão pensando nesse sentimento de pertencimento e como me sentia assim com o Dante e a pequena Maya.

Eles pertenciam a mim e eu pertencia a eles.

Era loucura pensar isso? Não sei. Mas era nisso que fiquei até chegar na porta e ouvir vozes altas. Ela estava entreaberta, então foi com facilidade que entrei que vi a cena se desenrolar na minha frente.

Uma mulher alta, cabelos loiros na altura do ombro, de alfaiataria da cabeça aos pés e com saltos que eu daria minha vida pra usar. Ela era elegante e linda.

E estava abraçando o Dante pelo pescoço com intimidade.

Podia sentir meu estômago se embrulhando e uma vontade repentina de vomitar.

Podia ver que Dante parecia chocado com o abraço – ou talvez até com a aparição da mulher?- até olhar para cima e me ver ali em pé.

Ele rapidamente e talvez até mesmo sabiamente se afasta e vem até mim.

Pude ver várias coisas ao mesmo tempo, a expressão magoada e curiosa da mulher em direção a mim, a expressão tentado ser neutra da mãe do Dante e a expressão preocupada do Dante em relação a mim.

— Não que eu não queira te ver, mas o que você está fazendo aqui? Não devia estar descansando? – Dante murmura baixinho antes de dar um beijo na minha testa e me puxar para o seu lado. Instintivamente eu me colo com ele me sentindo muito melhor.

— Devia, mas algo me dizia que tinha que vir pra cá e parece que meu instinto nunca falha. – Eu murmuro pra ele que sorri pra mim em retorno.

— Para de bobeira, você sabe pra quem eu só tenho olhos. – Ele diz baixinho no meu ouvido antes de se endireitar e falar alto. — Ana, essa é uma amiga de longa data da família, Cora Dantas Monjardim. Cora, essa é a Ana, minha namorada e babá da Maya.

Namorada?

Eu podia ver as interrogações na cabeça de todos. Inclusive na minha, afinal, em que momento ele havia peço minha mão em namoro? Dante era muito do sorrateiro e eu sabia o que ele estava tentando fazer.

Pela cara da tal Cora, era claro que isso também havia pego ela de surpresa.

Agora eu estava lembrando... essa era a ex que a mãe do Dante queria tanto que voltasse.

Cora se apruma e vem até mim, um sorriso tenso e a mão estendida.

— Prazer, Ana! Eu sou uma amiga íntima da família.

Amiga íntima... sei.

Sempre tive uma política muito certa em questões de rivalidade feminina, mas caramba, tinha umas que restavam minha noção de irmandade.

— Prazer! – Devolvo o aperto de mão com o mesmo sorriso falso.

Estava prestes a dar uma desculpa barata pra sair dali quando ouço passinhos pela escada e depois no nosso andar.

Maya.

Meu coração se alegra a ver a pequena correndo até mim e me abraçando pelas pernas.

Agora eu sabia que algo estava errado. Eu a amava, mas a Maya queria me eliminar desde o primeiro dia.

Quase rio com o olhar que ela me dá escondido. Revirando os olhos enquanto ouve a tal Cora voltar a falar com a mãe do Dante.

Dante se aproxima, mas eu me afasto por um centímetro, o que o suficiente para ele perceber que não queria ele perto agora.

Peço licença e saio com a Maya dali.

— O que vamos fazer com essa moça aqui? Podemos jogar tinta nela? Uma meleca gigante? – Maya começa a murmurar pra mim e eu até penso em ceder as vontades de uma menina.

Mas precisava ser a adulta dessa dupla.

— Que tal se a gente se trancar no seu quarto com um monte de guloseimas gordurosas e ver diversos desenhos ou filmes de ação?

Maya grita de animação, o que me anima por dentro.

Pelo menos minha tarde seria incrível.

ENFIM, LIBERTAOnde histórias criam vida. Descubra agora