I'm Not Good Enough | Minsung | Gêmeos Han ✔

30. Anne e Carolina

Han Jisung

Minho decidiu se manter calado quando retornamos ao quarto. Qualquer conversa que eu tentava começar, ele simplesmente ignorava ou desconversava.

Ele prometeu me contar a história de minha mãe e a mágoa que seu pai nutria por ela, só não esperava que a mãe dele estava no meio da história.

Não queria que ele se sentisse pressionado mas desejava a verdade. Odiava me sentir alheio a um assunto que, aparentemente, envolvia toda a minha família. Era como se eu fosse uma criança a ser protegida de uma verdade que tiraria minha inocência, mas no caso, já não era essa criança, era um adulto e precisava da verdade.

— Min... — O chamei depois de um tempo mas o mesmo se virou para o outro lado da cama e fechou os olhos. — Amor... — Sorri divertido quando ele ameaçou virar. — Que pena que não quer falar comigo, eu ia pedir um beijo. — O mesmo virou em abrupto, com um biquinho nos lábios, e eu cruzei os braços. — Somente para o seu interesse, hum? — Ele bufou e eu desmanchei a expressão divertida do meu rosto. — Você prometeu. — Murmurei e abaixei a cabeça.

— É muito complicado, Jisung. — Passou as mãos pelos cabelos. Um tique nervoso que ele vinha repetindo muito.

— Tente me explicar! Eu sei que a minha mãe deve ter feito algo para a sua família mas eu não vou ficar com raiva dela. Passado é passado, não posso julgar nenhum dos envolvidos. — Suspirei cansado. — Também não vou julgar a sua família.

— Não é, exatamente, algo de errado mas... Não foi a coisa em si e sim o modo como foi escondida, você entende? — Neguei com a cabeça lentamente.

— Apenas me conte o que houve. Eu sei que aguento saber. — Sentei de frente para ele.

— Vou começar pela parte mais crítica da história... — Respirou fundo e ficou de frente para mim. — Anne era a melhor amiga de Carolina, se tornaram inseparáveis por conta do segredo que compartilhavam. Sua mãe passou dificuldades financeiras ainda grávida de gêmeos, então teve que arranjar um emprego antes da barriga crescer demais, o único que achou foi em uma boate conhecida por seus programas. — Arregalei os olhos. — Foi lá que ela conheceu a minha mãe.

— Espere... É muita coisa para a minha cabeça. Por que meu pai a abandonou? — Minho me olhou com pesar, como se estivesse sentindo dor ou pena por mim.

— Seu pai a abandonou e nunca mais voltou.

— Minho...

— O pai de vocês não é o Mark, nem de sangue e nem de coração. Ele nunca foi um pai para você, de forma alguma.

— Você está mentindo. — Senti meus olhos se encherem de lágrimas. — Se ele não fosse o nosso pai seria óbvio desde sempre. Eu com certeza saberia.

Eu não queria ouvir mais sobre àquela história mas eu ainda precisava saber tudo que aconteceu com minha mãe e Anne.

— Por que ela mentiu? Quem é o meu pai? Eu não me considerava um Han mas saber que eu realmente não sou é algo totalmente diferente.

— Parabéns, Minho! Eu sabia que seria fraco, sabia que contaria a Jisung. Você sabia que isso afetaria tudo mas mesmo assim o fez. — Mark abriu a porta e o encarou com frieza. — Seu pai foi outro fraco, por te contar tudo isso. Eu quero você fora da minha casa amanhã cedo. — Me encarou com dureza. — Quero os dois fora. E não pense que vai escapar da responsabilidade de ser pai, eu ainda considero Jenie meu filho.

Mark não era meu pai. Ele aceitava Jenie mas não me aceitava. Meu pai biológico abandonou minha mãe quando ela descobriu estar grávida.

Minha mãe era uma prostituta.

"Não tenho para onde ir e Minho ainda nem terminou de contar sobre Carolina."

...

+5 comentários? :)