48. Me Perdoe

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Han Jenie





— Por favor, me deixe sair! — Gritei e bati na porta do meu quarto incontáveis vezes. — Papai! — Gritei mais uma vez, sentindo meus pulmões arderem pelo esforço.


— Disse para tentar ficar com Lee Minho e não com Sophia. Ela não tem o poder que Lee Minho tem sob as empresas do pai. Eu lhe conheço, Jenie, está fazendo isso para me desafiar! Eu perdi o controle de Jisung mas não vou perder o controle de você! Ou você me obedece por bem ou me obedece por mal! Não consegue Lee Minho? Está bem, mas não espere que eu aceite seu relacionamento com a irmã dele. — Mark rosnou do outro lado da porta e deu um murro, fazendo a porta balançar e eu dar uma passo para trás. — Vai ficar aí por tempo indeterminado. Você tem que aprender a não me desafiar nunca mais. Eu lhe conheço, Jenie, não vou deixar enlouquecer dentro da minha casa!


— Não pode fazer isso! Sophia me ama, papai! Ela quer cuidar da gente e agora ela vai ficar me esperando. Não é justo comigo, você disse para eu arranjar um alpha e eu arranjei uma alpha Lee! — Choraminguei e chutei a porta com toda força que ainda me restava.


— Sophia já saiu da casa dos Lee, não vai nos beneficiar em nada, mesmo se casar com você. Eu não quero saber se será bom para você se não for bom para os negócios. Seu irmão já pulou do barco porque ele sempre teve atitude de perdedor, eu já sabia que ele faria isso, mas você? Você me traiu, traiu a nossa família. Você merece uma punição! Sem Minho, sem negócios e sem Sophia! — Ouvi seus passos se afastarem da porta e escorreguei para o chão, sabendo que seria inútil continuar a forçar a porta e gritar.


— Jenie? Jenie, você está bem? Vou tentar te tirar daí o mais rápido possível! — Ouvi Scarlett forçar a porta mas apenas a ignorei. — Eu vou atrás da chave reserva. Por favor, tome seu remédio, não deixe de tomá-lo por conta disso. — Vi a cápsula rolar pelo vão da porta mas apenas desviei o olhar para o teto.


— Não pode fazer isso, papai. Ela me ama. — Repeti como um mantra e senti meus olhos pesarem de cansaço pelo choro compulsivo. — Desculpe, Sophi. — Funguei e mergulhei na inconsciência.




Lee Minho




— Sophia! — Gritei quando a avistei na rua, de baixo de toda aquela chuva forte. — O que você está fazendo? — A segurei em meus braços e tentei achar algum lugar coberto.


— N-Não vai me a-amar. — Tremeu de frio e logo rosnou irritada e frustrada.


— Quem? — Franzi o cenho por sua frase cortada.


— Jenie. — Sibilou o nome.


— O que ele fez? — Olhei por todo seu corpo, tentando achar algum sinal de hematomas ou arranhões.


— Não apareceu. — Sussurrou. — Me deixou na praça sozinha e minha rosa morreu. — Mostrou uma pétala de rosa já murcha.


— Sophi... — A abracei e comecei a andar em silêncio até a esquina de seu apartamento.


— Eu vou sozinha a partir daqui. Eu realmente quero pensar um pouco. — Se soltou do meu abraço. — O que estava fazendo na chuva também? — Tremeu levemente de frio.


— Senti a necessidade de comprar algumas roupinhas, mesmo sendo cedo demais. Não achei que iria chover assim. — Me encarou confusa. — Jisung está grávido. É uma longa história e bem... — Sorri e a mesma desabou em lágrimas, parecendo totalmente destruída.


— Jenie também. — Chiou e eu fiz uma careta. — Fico feliz por vocês. Me desculpe por não estar tão animada agora. Prometo que passo na mansão Lee amanhã, até levo um bolo para comemorar. Estarei bem melhor depois de dormir. — Tentou sorrir e começou a andar com pressa.


— Sophi! — Dei alguns passos até ela estender uma mão para me fazer parar de andar.


— Até mais, Min. — Deu um sorriso fraco e voltou a andar.


...


Han Jenie




Eu corri o mais rápido que consegui depois que Scarlett me ajudou a escapar pela janela sem que Mark percebesse a fuga.


Scarllet, felizmente, sabia o endereço de Sophia, por conta de uma de suas conversas com Lee Minho. Ela sabia o nome do condomínio mas não do apartamento, e minha esperança era de que me informassem.


Corri sem parar até chegar na entrada do condomínio, completamente cansado e encharcado.


O porteiro não me passou informação alguma sobre o apartamento de Sophia, apenas explicou que ela não havia voltado.


Um desespero se apossou do meu corpo, me fazendo apertar várias vezes o interfone. Gritei para o porteiro me deixar falar com ela pelo menos pelo telefone, já que ela não me atendia.


Fiz isso até me cansar e receber uma ameaça por parte do porteiro, que jurou que chamaria a polícia se eu não parasse.


Sentei na calçada, decidido a esperar até que ela voltasse para o apartamento ou me desse uma chance de me explicar.


— Jenie? — Ouvi a voz de Sophia e me levantei rapidamente. — Aqui! — Puxou minha mão e colocou uma pétala murcha na palma. — Boa noite! — Se virou e fez sinal para o porteiro.


— Sophia! Espera! — Gritei, sentindo o pânico se apossar de mim. — Meu pai me trancou em casa, ele não queria que eu fosse te encontrar. Eu fugi de lá e somente por causa disso consegui chegar até aqui agora. Por favor, me perdoe! Você tem que acreditar em mim. Me dê apenas cinco minutos, prometo explicar tudo. — Abracei meu corpo tentando parar de tremer de frio. — Eu não vou sair daqui até decidir me ouvir.


— Você fugiu? — Perguntou, ainda de costas para mim.


— Eu queria ter ido, eu juro que queria, eu não menti quando aceitei sair com você.


— Você não pode ficar na chuva, vai fazer mal para o bebê. — Abriu o portão assim que o porteiro destrancou. — Entre! — Deu espaço para eu passar.


— Sophia, me perdoe. — Pedi mais uma vez e ela suspirou alto.


— Está chovendo, Jenie. Vamos entrar. — Entrei junto com ela e tentei abraçá-la, mas a mesma desviou dos meus braços e continuou a andar para dentro do prédio.


A dor de ser rejeitado por Sophia ultrapassou a dor de ser rejeitado por Lee Minho, e foi quando eu percebi o quanto meus sentimentos haviam mudado.


...

+10 comentários e eu volto ;) Acho que restam cinco capítulos para acabar :) 💙🌟

I'm Not Good Enough | Minsung | Gêmeos Han ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora