32. Longa Conversa

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Lee Minho




Jisung estava calado àquela manhã, como se estivesse triste mas ao mesmo tempo pensativo.


Eu podia até mesmo ver as engrenagens da mente de Jisung trabalhando, tentando de alguma forma arranjar outra solução para o problema.


Ele acreditava que seria um sacrifício morar na mesma casa que meu pai e eu, mas era a única opção que tínhamos.


Meu pai até podia fazer errar várias vezes e ter atitudes questionáveis mas não acreditava que ele negaria um lugar para Jisung, ainda mais após ser praticamente expulso de casa.


Mark se arrependeria, qualquer um se arrependeria de fazer mal a Jisung. Ainda mais que sem Jisung, Mark não tinha um herdeiro a altura para assumir a empresa algum dia e teria que colocar Jenie. Ele, com certeza, lamentaria muito por esta troca.


— Eu vou ligar para o meu primo. Tenho certeza que ele vai entender e me ceder um espaço por algum tempo, Niall é uma ótima pessoa e sabe que... — O interrompi pela terceira vez.


— Já conversamos sobre isso e eu já disse que não vai ser problema ficar na minha casa. — Ele suspirou.


— Mas caso você não lembre, seu pai me expulsou de lá ao saber que minha mãe é Carolina Han. Eu não quero voltar lá e escutar a mesma coisa que escutei de Mark.


— Meu pai só ficou atordoado com a lembrança e se ele te expulsar de novo, vamos ter muitos problemas para lidar.


— Como assim? — Arqueou uma sobrancelha.


— Eu vou precisar de um lugar para ficar também, porque se isso acontecer, eu não fico lá. — Dei de ombros.


— Eu já disse que não precisa tomar as minhas dores. Posso resolver isso sozinho, sempre resolvi e não é agora que vou jogar todos os meus problemas em você. — Fechou a última mala e olhou ao redor do quarto com certo pesar.


Fiquei em silêncio por alguns instantes, sabendo que Jisung estava tentando absorver todas as informações que foram jogadas tão bruscamente em cima dele.


Jisung não conseguia entender que tudo que eu fazia era porque o amava e queria ajudar. Por mais difícil que fosse admitir, tinha quase certeza que ele era o meu imprint, que ele estava destinado a mim.


"Mas talvez ele não sinta a mesma coisa que eu sinto... Ainda." Suspirei com meus pensamentos.


...


Han Jisung


— Minho? — Ouvimos a voz de Robin assim que entramos na casa da família Lee. — Meu filho, me desculpe. Nunca mais faça algo assim, eu fiquei extremamente preocupado. Eu não sabia onde você iria ficar e se estaria com muita raiva de mim, realmente achei que não voltaria para casa. — Abraçou Minho e me encarou por cima do ombro dele.


— Olá, senhor Lee. — Cumprimentei sem graça por ainda voltar para a casa de quem uma vez me expulsou.


— Me desculpe pelo modo que agi com você, rapaz. — Me abraçou e eu fiquei paralisado por sua ação repentina.


— Eu que devo desculpas. — Disse meio incerto das minhas palavras.


— Como assim? Claro que não! Eu o expulsei e você não havia me feito nada. Eu deveria ter separado as coisas. O passado é o passado, e você é um jovem que nem ao menos sabe dele. — Minho sorriu para o pai, parecendo satisfeito com suas palavras.

     
Notei que Minho observava tudo com um certo brilho nos olhos. Robin estava agindo como um verdadeiro pai preocupado e isso de certa forma me deixou um pouco desconfortável.


Eu queria tanto que Mark me tratasse daquela forma, mesmo não sendo seu filho biológico. Vi Jenie ser tratado muito bem e ter tudo que precisava, incluindo carinho e atenção, de um jeito torto e desleixado mas ainda sim muito mais do que eu tive.


Mas Jenie é ambicioso, invejoso e mimado. Isso me fez pensar que se talvez eu fosse tratado que nem ele desde que éramos crianças, eu não seria o Jisung, seria que nem eles ou até mesmo pior.


Minho teve esse carinho e atenção mas foi interrompido pelo trabalho e o desejo que seu pai tinha de crescer na vida e dar um futuro para seus filhos.


Querendo ou não, Minho tinha que admitir que Robin não se dedicou somente ao trabalho por si mesmo e sim por toda família. Havia um abismo gigante entre Mark e Robin.


— Vocês estão bem? Querem almoçar ou comer alguma coisa? Acho que devo isso a vocês. — Perguntou ainda nervoso e receoso com a atitude de Minho.


— Na verdade, eu preciso que nos ajude com uma coisa. — O mesmo mordeu o lábio um pouco receoso.


— Pode falar, meu filho! — Deu um sorriso fraco e ajeitou a própria blusa.


— Jisung vai ficar aqui por um bom tempo, e eu quero saber se vai ser um problema. — Robin me encarou mais uma vez e eu senti meu rosto queimar de vergonha.


— Claro que sim, ele é bem vindo, mas... Posso ao menos saber o motivo? Eu não sei se eu deveria estar perguntando... Me perdoe se eu estiver sendo inconveniente mais uma vez.


— Mark o expulsou de casa. — Minho respondeu por mim.


— Expulsou? O próprio filho? — Perguntou parecendo realmente incrédulo.


— Não é como se você não tivesse feito isso ontem. — Minho alfinetou e revirou os olhos.


— Mas estamos falando de expulsão permanente, estamos falando de negar moradia ao filho. Eu te disse para passar um dia fora de casa pois teríamos problemas, nunca te pedi para não voltar.


— Filho? — Eu ri de forma sarcástica e amarga. — Ele não é meu pai, não sou filho dele. Nem de sangue e nem de consideração.


— Minho...? — Robin encarou o filho e o mesmo assentiu como se confirmasse a suspeita do pai. — Sentem, vamos ter uma longa conversa. — Apontou para o sofá e nós nos sentamos.


...

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I'm Not Good Enough | Minsung | Gêmeos Han ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora