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 Dear Diary of Gio.

Já se passaram dois anos desde a última vez em que troquei algumas mensagens com Tom e o resto da banda, confesso que ainda sinto saudade de tudo aquilo. Apesar de ter durado apenas dias, parece ter sido uma eternidade na qual eu não me importaria de ficar.

Conheci uma imensidão de pessoas nesse intervalo de tempo, boas e ruins. Algumas se foram em meses, outras permaneceram comigo, umas me fizeram chorar e outras me confortaram. Vivi fases afundadas em tristezas e fases felizes que me ensinaram uma boa lição, mas o pior? Tom não fazia parte disso, não me viu evoluir e não me viu melhorar em instrumentos que eu tanto queria. Não participou dos meus 18 anos e não esteve presente para ouvir canções e poemas escritos especialmente para ele. Não me viu sorrir quando fui a parques de diversão, não comeu seus doces preferidos comigo e não me protegeu em bairros e festas quando precisei.

Me pergunto se Kaulitz fez o mesmo, se pensou em mim durante esses anos, se fez coisas que gostaria de ter feito comigo, se achou outro alguém, se fez amigos bons e ruins ou se aprendeu instrumentos novos que tanto queria, assim como eu. Será que ele mudou de estilo ou continua usando roupas largas e bonés que combinam com suas camisetas? Será que seu cabelo estava igual e seu piercing continuava no canto da boca? Eu passaria horas pensando sobre como ele estava, em todos os sentidos. Será que ele ainda lembrava de mim?

Aproveitando o assunto sobre aspectos, meu estilo continua o mesmo, apenas deixei o cabelo crescer e fiz uma mecha colorida na parte de baixo de um dos lados. Meu corpo também mudou um pouco e eu fiquei mais adulta, porém, nada fora do comum. Tom provavelmente me reconheceria como se fosse a primeira vez.

"Será que encontrou uma namorada? Será que ficou com alguém?" Ademais, esses eram outros questionamentos presos na minha cabeça desde que tudo se foi. A resposta era óbvia, Tom não conseguiria ficar uma semana sequer sem beijar uma menina diferente, fala sério. As vezes nem sei o do porquê criar expectativas ou esperar algo bom e positivo vindo dele nesse sentido.

E eu? Eu nunca esperei alguém novo, sempre acreditei que Kaulitz voltaria para mim em algum momento, mesmo estando claro que não. Pelo visto continuo sendo totalmente ingênua e burra, não importa quanto tempo passe, mas além do mais? Sabia que minha vida não poderia parar, de qualquer forma, teria que seguir enfrente, mesmo que me pegasse todo dia pensando na mesma coisa. Aquele sorriso e aqueles olhos que me cortavam quando ele me encarava, sua delicadeza e força com a guitarra ao mesmo tempo, o dia em que saímos para rodar em bares da cidade, nosso beijo na chuva. Ah, tudo me fazia falta.

Sendo sincera, esses pensamentos nunca se foram e muitas vezes me sentia fracassada por simplesmente lembrar de alguém que não conseguiu me valorizar minimamente ao invés de viver sem olhar pra trás, mas por outro lado, toda vez que encarava o espelho encontrava uma garota forte e dedicada que conseguiu vencer todas as dificuldades para chegar onde está sem desistir de tudo.

Sobre os estudos? Dei início na minha faculdade de artes musicais no começo do ano, foi quando realmente tive certeza do que queria para meu futuro. Também andei trabalhando em uma lanchonete no horário de meio período para ajudar mamãe em casa e poder ter meu próprio dinheiro caso precisasse. No tempo livre, como sempre, gostava de escrever e relaxar um pouco ou até mesmo ir para algum lugar com minha família e meus amigos já que conheci vários colegas e pessoas importantes para mim. Era algo que pensei nunca conseguir, já que Beatriz, minha única amiga se mudou para outra cidade. Curioso pensar que se não fosse ela isso nunca teria acontecido, e de novo, lá estava eu, perdida no passado.

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