Acordamos por volta das 09:00 da manhã. Bom, eu pelo menos havia acordado essa hora. Os meninos já estavam se preparando para ir embora. Aquilo infelizmente acabaria daqui alguns instantes, senti um aperto gigante em meu peito por ter que ver eles saírem daqui algumas horas. Toda a dor que senti na noite passada triplicou de tamanho ao lembrar disso.
— Bom dia garotos! - Falei espreguiçando enquanto soltava um longo bocejo
— Ah, bom dia Gio! Tá melhor? - Perguntou Gustav enquanto arrumava alguns potinhos dentro de uma bolsa
— Acordei melhor, Gustav. Obrigada por perguntar. E você, tá bem?
— Um pouco cansado, tirando isso me sinto muito bem. Obrigada por perguntar! - Ele respondeu voltando a atenção para a organização da bolsa.
— Oi lindinha, que bom que você melhorou - Comentou Tom se aproximando entristecidamente. — Não vou poder te acompanhar por completo até chegar aos seus 100 porcento, mas fico feliz que esteja bem.
— Tudo bem, Tom. Queria que você pudesse. Mas vou lembrar de fazer isso por você durante o processo. — Continuei insinuando um meio sorriso para desviar minha tristeza logo cedo
Observei os meninos por um bom tempo enquanto se preparavam e retiravam algumas coisas deixadas no quarto do hospital. Vários pensamentos cruéis rodeavam minha cabeça naquele momento: "E se não conseguir mais vê-los? E se não conseguir cumprir minha promessa? Tom vai esquecer de mim?". Me segurei ao máximo para não chorar ali mesmo, mas percebi que seria quase impossível. No mesmo instante comecei a derramar longas lágrimas que corriam como uma cachoeira desamparada.
— O que aconteceu? - Perguntou Bill aproximando-se rapidamente após perceber meu comportamento inusitado.
— Tô bem, relaxa... é só emoção do momento. Fico triste que vocês tenham que ir daqui algumas horas. - Respondi enxugando minhas lágrimas deixando-as menos notáveis.
— É? O Tom também vai ficar. Nunca vi meu irmão tão bobo de um dia pra noite. Pode ter certeza que você acertou uma flecha bem no centro do coração dele, ou talvez tenha sido toda a munição de uma metralhadora. - Ele disse rindo. — Vai ficar tudo bem, tá? Aposto que vocês irão se ver em breve de novo.
— Fico feliz por ouvir isso. Que o universo te ouça, não é?
— Quem sabe ele vai, com certeza - Continuou Bill passando os dedos sobre meu rosto na tentativa de secar todas aquelas gotículas de água enquanto se levantava novamente.
Quando Tom terminou de organizar algumas coisas veio logo em minha direção, sentando-se ao meu lado instantaneamente logo após Bill se retirar. O mesmo sugava minha alma apenas com os olhos que se localizavam inteiramente aos meus. Não falamos nada por alguns segundos até o mesmo interferir o silêncio:
— Vou sentir saudade. Obrigado pelos momentos que passamos juntos. - Ele disse encostando sua mão na minha. — Pelo visto vou levar a viagem toda pra raciocinar esse mínimo tempo como se fossem anos.
— Digo o mesmo, vou sentir sua falta mais do que imagina. Me entristece ter que ficar de cama e não poder sair correndo te dar um último abraço e um último beijo em pé. - Suspirei sorrindo
— Não mesmo, hein? Mas nada impede você de fazer isso agora - Disse o mesmo passando a língua ao redor de seu piercing enquanto se aproximava lentamente da minha boca
Tom me calou no mesmo instante, me dando um longo e demorado beijo ao mesmo tempo em que passava uma de suas mãos na minha nuca, subindo até meu cabelo e o puxando firmemente. A outra mão permanecia sobre a minha.
Senti que durante o beijo centenas de lágrimas caíram, e não eram só minhas. Tom se afastou passando a mão nos olhos para tentar enxugá-las, mas eram totalmente perceptíveis.
— Preciso ir princesa, espero te ver de novo. - Ele sussurrou levantando-se da cama
Foi a expressão mais triste que eu vi nos últimos cinco anos, a partir daí instantaneamente percebi que o tempo seria muito cruel pelos próximos meses, ou semanas, ou centésimos...
Minha tristeza era evidente, mas tentei segurá-la o máximo possível para me despedir do resto da banda, apesar de ter passado só algumas horas com todos eles além de Tom, me senti em casa o tempo todo, os meninos eram incríveis com seu próprio jeito, cada um deles. Parecia que eu os conhecia á anos.
— Ficamos por aqui Gio, qualquer coisa já sabe, né? - Falou Bill beijando minha bochecha com um lindo sorriso.
— Tchau aí Giozinha, valeu pela noite divertida! Espero que possamos fazer algo parecido de novo - Comentou Gustav acenando de longe
— É isso aí! Valeu Gio, melhoras gatinha - Completou Georg sorrindo
— Qual foi, cara? - Tom disse o encarando com seriedade enquanto se aproximava para um último abraço
Todos apenas riram, exceto Tom que se agarrou em mim exalando uma energia assustadoramente triste. Me segurei para não ter uma crise de choro infinita durante aquele tempo cruel que parecia não acabar nunca, então apenas voltei meus olhos para o mesmo erguendo sua cabeça logo em seguida.
— Vai ficar tudo bem, de novo. Vou acompanhar cada passo seu mesmo que seja daqui, certo? Olha pra mim, Tom. Eu não vou esquecer de você, nunca. - Suspirei fechando os olhos ao abraçá-lo mais forte.
Tom acabou molhando toda minha blusa de tanto chorar. O aperto que eu senti naquela hora foi gigante, mas não havia nada a ser feito senão simplesmente aceitar.
— Vai morar aí camarada? - Perguntou Georg abrindo a porta
Kaulitz afastou-se rapidamente sem olhar muito para trás, saindo pela porta com o resto dos meninos logo depois. Ver ele daquele jeito foi como tomar um tiro.
Como as coisas acontecem, não? É tudo tão inesperado, tudo tão rápido. Como desenvolvemos a capacidade de se atrair por alguém que nem fazíamos ideia de que existia a alguns dias atrás? As coisas são tão cruéis e ao mesmo tempo tão únicas e lindas com sensações prazerosamente inexplicáveis. Qual a razão? Por que acontece? Com qual finalidade? Como? Isso muda toda a nossa história ou altera apenas um parágrafo dela?. De qualquer forma, devemos aproveitar cada segundo ao invés de tentarmos entender o motivo. É assim que as coisas são.
ps; não sei se foi notável mas eu mudei um pouco meu modo de escrita, comecei a ler alguns livros e percebi que seria melhor assim. Talvez eu reescreva ou mude um pouco os capítulos anteriores quando eu ter mais tempo :) obrigada por lerem até aqui!
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RomantizmGiovana levava uma genérica adolescência sem emoção ou festas, até sua amiga convidá-la para um show da banda que ela gostava. As coisas aconteceram rápido demais e tiveram consequências um tanto quanto graves e decisivas que tiverem o poder de alte...