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Se passaram 10 minutos naquele carro, oque sinceramente para a Bia parecia ser uma eternidade, eu nunca tinha visto ela tão ansiosa com alguma coisa antes porque além da sua inquietação ela perguntava se estávamos chegando a cada 20 segundos. Eu tentei acalma-la inúmeras vezes mas ela só parou quando viu toda aquela multidão esperando a mesma coisa no mesmo local. De primeira eu me assustei com tanta gente, eu não costumava frequentar muitos lugares porém de qualquer forma aquilo me impressionou. O carro finalmente parou e nós descemos deixando algumas notas de dinheiro para o pagamento do serviço.

- Vamos! - disse Bia correndo disparadamente igual uma louca.

- Se acalma Beatriz, porra. A gente já chegou! me espera.

Quando consegui finalmente chegar perto dela aquele portão se abriu e eu fiquei pasma com tanta gente correndo que me perdi na multidão sozinha e sem a Bia que provavelmente correu na mesma direção de todos. Sem saber o que fazer eu apenas segui aquele fluxo olhando para os lados e tentando encontrar algum sinal dela mas como de costume, não achei nada e além disso acabei errando o caminho, parando em um lugar que parecia ser um camarim. Eu tentei virar de costas para sair dali o mais rápido possível porque não queria acabar sendo expulsa ou presa por invasão de privacidade e ao me virar vi uma sombra grande na minha frente, ao levantar os olhos um homem alto que usava um terno me barrou e que com uma voz extremamente grossa e aparentemente irritada, segurou meu pulso firmemente e disse:

- Por qual razão você está aqui? Sabia que invasão de privacidade é crime garotinha? Vou ter que tomar algumas medi- 

Uma voz mais fina cortou a voz daquele homem alto que me segurava impedindo-o de terminar a frase que parecia ser cada vez mais dura.

- Solta ela! é difícil ver que tá machucando?

- Desculpa, chefe. - Disse o homem se retirando.

Eu estava paralisada e completamente sem reação, pensando que cada vez as coisas piorariam. Mas não foi exatamente isso.

- Cara, cê tá bem? - Questionou aquele adolescente que cada vez se aproximava mais de mim.

Respondi balançando a cabeça levantando-a lentamente, percebi que só aquilo não adiantaria e então com com uma voz trêmula completei:

- Tá tudo bem. Peço desculpas pelo mal entendido, viu? eu vim com minha amiga, ela saiu correndo no meio daquela concentração gigante de pessoas e acabou me deixando pra trás, eu já estou indo. Peço desculpas de novamente pelo mal entendido.

- Calma gatinha, quer um copo de água? 

Com vergonha, apenas sinalizei que não com a cabeça e mesmo assim ele insistiu, se virou contra mim e quando me dei conta o garoto já estava voltando com uma garrafinha cheia em minha direção. Eu agradeci e em seguida fui abri-la para tomar um pouco do líquido porque minha boca estava começando a secar. Porém foi uma tentativa totalmente falha, parecia cada vez mais impossível tirar aquele rótulo e pelo visto o menino acabou percebendo minha dificuldade e puxou a garrafa da minha mão, eu rapidamente olhei assustada para o mesmo e ao encarar vi que seus olhos já estavam fixados em mim junto de um sorriso de canto enquanto passava sua língua na parte interna da sua boca fazendo com que aquele piercing na lateral do seu lábio se movesse, nessa hora senti meu coração disparar errando todas as batidas que antes pareciam estar em ordem.

- Pronto gatinha. - Disse ao me entregar a garrafa.

- Obrigada - Agradeci olhando fixamente para sua boca, eu estava totalmente rendida ao movimento que aquele piercing fazia, contudo continuei: Qual seu nome? - Questionei a ele.

- Tom. Meu nome é Tom Kaulitz,- Respondendo com firmeza. -  Sou guitarrista da Tokio Hotel e o show é nosso hoje. Aliás pode me chamar de "Tom", lindinha. - Acrescentou chegando perto de mim sem remover aquele sorriso da boca.

Consegui sentir aquela respiração percorrer por todo meu rosto, estava entrando em pânico ao ver todo aquele charme e aquela beleza irresistível quase colada em mim, aqueles dreads, aquele piercing, aquelas roupas largas, aquele sorriso e aqueles olhos fixados nos meus... Eu fiquei totalmente paralisada, queria ficar ali pra sempre mas sabia que teria que sair afinal já estava na hora daquele show. Acabou que interrompi o momento e o alertei:

- Faltam 5 minutos pra... - Fui interrompida por um menino que estava totalmente de preto e incrivelmente era muito parecido com Tom.

- Tom? acorda cara a gente tem que entrar, ta todo mundo esperando - Disse o menino se aproximando, que ao ver aquela cena continuou:

- Quem é essa ai?

- Calma mano, ela só errou a entrada. - Explicou Tom voltando seu olhar para mim novamente e continuando: - Foi mal gatinha, tenho que ir. Vou mandar um segurança levar você pra grade e aliás foi mal pelo Bill te interromper, ele é nosso vocalista e também meu irmão caso você tenha se confundido com a gente por se parecer até demais. Te vejo lá  - Disse Tom se retirando com uma risadinha.

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