Capítulo 2

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Quando finalmente o último sinal tocou e todos ficaram livres para fazer o que quer que quisessem pelo resto da tarde, um sol escaldante surgiu, tornando o estacionamento tão quente que Sakura podia jurar que iria derreter se Naruto não chegasse logo para irem ao estúdio, onde finalmente poderiam obter suas cópias do roteiro da temporada final.

Em partes, ela entendia a demora, pois se ela própria ficava nervosa em pensar no final, não podia julgar o nervosismo de Naruto, cujo nome estaria para sempre ligado ao seriado ou, pelo menos, seria muito difícil de se desvincular dele.

Ocorre que, quando Naruto ficava nervoso, costumava comer doces, e foi justamente dizendo pretender comprar um doce para comer que se separou de Sakura e Hinata, alegando que as encontraria no estacionamento em cinco minutos. Sakura, inclusive, havia lhe implorado para que não demorasse, pois sabia que Hinata era uma ambientalista fervorosa que jamais ligava o ar-condicionado do carro quando não estava com ele em movimento.

— Onde ele está? — perguntou Hinata arrumando um rabo de cavalo de forma improvisada.

— Provavelmente ainda no refeitório comprando o tal doce — respondeu Sakura. —, acho que teremos que procurá-lo se não quisermos chegar atrasadas.

— Ah, concordo com qualquer coisa se for para sair desse calor.

"Até mesmo com ligar o ar-condicionado?", Sakura pensou em perguntar, mas se conteve.

No entanto, não foi necessário procurar Naruto, pois logo em seguida ele pôde ser avistado deixando o prédio com uma barra de chocolate nas mãos – e na boca, acrescente-se – e Sasuke em seu encalço.

Por um momento, Sakura chegou a pensar que ele viria na direção do carro também, pretendendo ir junto deles para o estúdio, entretanto, quando os dois ainda estavam longe, despediram-se, e Sasuke foi para outro lado, enquanto Naruto seguiu seu caminho até elas.

— Não disse que seriam só cinco minutos? — disse ele enquanto se acomodava no banco do carona.

— Acredito que tenha demorado um pouco mais do que isso — respondeu Sakura, irônica.

— Uns dois minutos a mais talvez.

— Um pouco mais — retrucou Hinata.

Cinco – verdadeiros – minutos depois, os três já haviam deixado o estacionamento para trás e, assim sendo, Sakura já havia recuperado o fôlego para falar.

— Acho que assim que nos entregarem, vou ler diretamente a página final — anunciou devaneante.

— Acho que você está sendo ingênua — respondeu Naruto. —, Kishimoto-sama jamais deixaria as coisas fáceis para nós.

— O que ele pode fazer? Nós saberemos o final de qualquer jeito.

— Mas provavelmente não vai ser tão fácil quanto você pensa.

— Tenho que concordar, Sakura — completou Hinata. — Você sabe como ele gosta de nos surpreender.

Sakura pensou por um momento e conseguiu entender do que eles estavam falando, bastava lembrar que frequentemente qualquer membro do elenco podia ser surpreendido e levado a improvisar por atos de colegas de cena. Ainda, quando os questionavam algo como "Ei, de onde isso veio?", os mesmos colegas respondiam "Estava no meu roteiro, não estava no seu?".

Kishimoto-sama tinha técnicas curiosas, mas Sakura não via motivo – além de sua ansiedade para conhecer o final de sua personagem – para reclamar, pois foram essas técnicas que tornaram o programa um sucesso e, antes mesmo disso, permitiram-na estudar sempre nos melhores lugares possíveis de Tóquio.

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