Capítulo 32

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A cabana de figurinos ficava praticamente entre o chalé dela e o chalé dele, o que era peculiar, pois o lugar certo dela seria na ala de produção.

No caminho para a cabana de figurinos, logo após ter terminado a maquiagem, Sakura tinha três coisas em mente: primeiramente, continuava se questionando o que esperava de Sasuke e dela dali para frente, um questionamento para o qual não havia encontrado uma resposta exata ainda; segundamente, perguntava-se se Sayuri ainda estaria por ali, ainda que ela não tivesse aparecido no refeitório quando Sasuke estava lá; e, por último, questionava-se o motivo de Sasuke ter dito que a encontraria depois na cabana de figurinos, um local que era tão... Público.

Pensaria ele que não estaria tão público assim após o almoço? Impossível. Mais provável que ele não pretendesse que repetissem ali o que fizeram na madrugada, talvez ele quisesse só conversar.

Em posse dessa certeza, Sakura não se alarmou quando entrou no recinto e constatou que ele permanecia muito público. O espaço estava tomado por outros membros da produção e do elenco, tirando medidas e vestindo roupas que podiam ou não ser usadas nas gravações do dia.

Naruto acenou para ela e ela acenou de volta.

Ela chegou a procurar Sasuke, com o olhar, mas não o encontrou. Em verdade, só o que viu foi o camarim improvisado, cercado de cortinas abertas e com seu nome em uma placa ao lado.

Ao se aproximar, foi orientada a vestir a calça preta e a blusa rasgada na manga que a Sakura da ficção devia usar nas cenas daquele dia.

Quando se olhou no espelho, logo depois das figurinistas saírem, estava completa: traje de guerra no corpo e, no centro da testa, o byakugou, acompanhado de todas as listras negras que lhe cobriam do rosto até os braços. Havia se acostumado com esse visual, gostava verdadeiramente dele e do que ele representava para a Sakura da ficção.

— Você tem o sono pesado, não ouviu nem mesmo o despertador de manhã — ouviu a densa voz de Sasuke dizer.

Ela o viu pelo reflexo do espelho antes de virar para vê-lo propriamente, para saber se o reflexo que denunciava Sasuke estar vestido com um poncho era uma ilusão de óptica ou não.

E não era.

Qualquer comentário que pudesse fazer sobre o sono pesado foi deixado de lado, pois ela sorriu e estava prestes a perguntar o motivo do poncho quando ele a interrompeu:

— Não pergunte. Eu não posso responder.

Sakura levantou as mãos em sinal de rendição.

— Eu acho que cai muito bem em você — disse ela, em seguida.

Ele a olhou como quem não acreditava, mas Sakura estava sendo sincera: seja completamente despido ou com um poncho gasto nas bordas, Sasuke permanecia perfeitamente apresentável. Ao menos, era o que ela achava.

— É para o filme — explicou ele, ignorando completamente o "não poder responder" de antes. — Estavam fazendo alguns testes.

— E essa opção foi aprovada ou descartada?

— Ainda não sei.

Ela assentiu e olhou ao redor, buscando saber se alguém prestava atenção neles. Ninguém na cabana aparentava estar interessado, mas, mesmo assim, Sakura procurou fechar a cortina semiaberta de seu camarim improvisado.

— Quer privacidade? — perguntou Sasuke, atraindo-lhe a atenção.

— Não, não exatamente — respondeu Sakura. — É só para ninguém nos ver e pensar coisas que... Bem, coisas.

End GameOnde histórias criam vida. Descubra agora