Capítulo 39

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Ino e Sai começaram a se envolver em algum momento entre agosto e setembro do ano passado.

Pelo que bem Sakura sabia sobre Ino, ela não fazia o tipo que sofria por amor; se fosse para sofrer por alguma coisa, preferia sofrer por ter visto um look bonito em uma revista e não ter pensado nele antes. A verdade era que Ino se concentrava nos trabalhos como modelo e, principalmente, na faculdade de Moda, antes mesmo de estar na faculdade de Moda. Ela era extrovertida, impulsiva e meio sem filtro às vezes; completamente desinibida sobre o que queria e o que não queria – Sakura sempre admirou isso nela –.

Sai já era um pouco mais misterioso, mas não tanto assim. Para Sakura, ele era um rapaz simples: concluiu o secundário em casa, ia para o estúdio gravar as cenas quando era solicitado, sempre pontual e com tudo na ponta da língua, e desenhava entre uma gravação e outra. Assim como o personagem dele – e isso com certeza não era coincidência –, ele tinha trejeitos sociais curiosos; um estilo de "sem filtro" diferente do de Ino, e isso devia ser por ter passado por maus bocados até chegar aonde chegou. Kishimoto-sama o apresentou há quatro ou três anos e, apesar de desde aquele momento todos comentarem sobre o quanto ele era parecido com Sasuke, Sakura nunca pensou o mesmo.

Segundo Ino, tudo começou quando um ex estúpido dela achou que a conseguiria de volta perseguindo-a na saída da aula.

Era noite, Ino tinha ficado até mais tarde no ateliê da faculdade terminando um trabalho e não havia ninguém por perto quando foi sair. O tal ex tentou intimidá-la e ela cedeu apenas por tempo o suficiente para pegá-lo com a guarda baixa e, assim, acertar um belo soco na cara dele – "do jeito que a Temari ensinou para mim e para a Sakura", segundo ela –.

E foi quando Sai apareceu, também saindo tarde, do ateliê do departamento de Artes.

Departamentos correlatos.

Ele também fez questão de acertar um soco no cara e depois guiou ela até o carro. Pararam em um posto de gasolina, onde compraram gelo para a mão dela e, depois daí, ele a levou para casa. No fim do trajeto, Ino deu um beijo na bochecha dele, em agradecimento pela carona – e apenas pela carona, porque, no tocante a socar o cara, ela achava que tinha ido muito bem se defendendo sozinha –.

A Voz de Tóquio tinha uma foto deles dois no posto de gasolina. Além disso, o atendente de plantão lembrava de tê-los visto naquela noite.

Daí em diante, eles se aproximaram, passando a conversar cada vez mais no set. Um fator que contribuiu foi as filmagens de cenas entre Ino e Sai da ficção; mesmo que ainda não soubessem se as tais cenas iriam entrar no corte final da temporada, dedicaram-se muito a elas.

Tornaram-se bons amigos.

Ino disse que estava tendo problemas com os croquis na faculdade, nessa mesma época. Aparentemente, ela sempre sabia o que queria desenhar, porém nunca conseguia, de fato, colocar no papel. Para alguém com tantas ideias, era triste ser considerada a pessoa com os piores croquis da sala.

Foi quando Sai se ofereceu para desenhar um para ela e ficou muito bom. Então, ele desenhou outro. E outro.

Um colega de turma de Ino, que não quis se identificar, disse à Voz de Tóquio que os croquis dela melhoraram muito em meados de outubro. Primeiro, apresentavam traços completamente diferentes dos anteriores; depois, traços similares aos anteriores, só que eram melhores.

Ino disse que Sai a ensinou a transmitir melhor as ideias para o papel. Eles passaram algumas tardes trabalhando nisso. Sakura concluiu que deve ter sido mais ou menos nessa época que ela começou a gostar dele. Afinal, como não gostar de alguém com que você passa tanto tempo junto?

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