Capítulo 35

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Na manhã seguinte, Sakura acordou sozinha. Não devia se surpreender – afinal, não era como se Sasuke pudesse sair do quarto dela, pela manhã, sem que isso levantasse suspeitas e certezas –, mas se surpreendeu.

Talvez tenha sido porque lembrava perfeitamente de ter dormido acostada ao ombro dele, logo depois de pedir que ele ficasse e ele ter aceitado.

Devia suspeitar que a concordância com a proposta possuía um limite de tempo implícito.

Após suspirar, um tanto frustrada pelo cenário em que se encontrava, ela se levantou e caçou na mala a camisola que foi impedida de colocar na noite anterior. Em seguida, pegou o celular e voltou para a cama.

Eram dez da manhã.

A julgar por como muitos estavam mais para lá do que para cá ao fim da festa, era de se suspeitar que o café da manhã não tivesse ocorrido até então. Assim, ela decidiu arriscar e passou a dedilhar as notificações que ignorou na noite anterior.

Havia muitas marcações relacionadas à festa de aniversário de Naruto, especialmente na foto com o elenco que ele fez questão de publicar.

"É tão triste saber que em breve eles não estarão mais juntos", diziam alguns comentários. De certa forma, Sakura achava triste também, porém preferiu seguir com seu plano de sempre: só pensar nisso quando gravassem a última cena, no casamento de Naruto e Hinata da ficção, ainda naquele mês.

Assim, logo em seguida, passou a ver as mensagens não respondidas.

A primeira delas era uma de Sasuke, datada da noite anterior: "Você ainda está acordada?"

Um sorriso de canto se formou nos lábios dela.

E como estava acordada! Se não estivesse, não estaria agora com dois chupões marcados no pescoço e com a parte interna das coxas doloridas.

Ah, Sasuke...

Então ele de fato mandou uma mensagem antes de ir até lá. Que engraçado.

Irônica e ignorando completamente o fato de ele ter enviado a mensagem há muito tempo, Sakura digitou uma resposta e enviou: "Estou".

De repente, o celular começou a tocar incessantemente. No entanto, não era Sasuke que ligava: era uma ligação de Aiko-san!

— Aiko-san! — ela atendeu.

— Sakura! — respondeu ele do outro lado. — Pelo visto, não esqueceu de mim.

— Impossível! Como o senhor está?

— Muito bem, e você?

— Muito bem também.

O silêncio breve que se instalou entre os dois em seguida permitiu que Sakura ouvisse a movimentação do outro lado da linha: um adulto dizia "você devia ter colocado dois ovos apenas" e uma criança respondia "mas eu coloquei só dois". Talvez Aiko-san tivesse dado uma pausa em um sábado de manhã com a família para ligar.

— Desculpe estar lhe incomodando no final de semana — continuou ele e permaneceu falando antes que ela pudesse dizer que não era incômodo algum: — Estou apenas ligando para informar pessoalmente que voltaremos com as sessões na segunda-feira.

— Ah, minha mãe havia mencionado que poderíamos acabar retornando essa semana mesmo.

— Pois é.

— No horário de sempre?

— Isso mesmo.

— Certo — concordou Sakura. — E que bom! Havia sentido falta de trabalhar com o senhor.

End GameOnde histórias criam vida. Descubra agora