Mas Que...

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- É serio.
Tiro a minha blusa social.
- Já senti dor pior vai por mim, isso é cocegas.
Sento-me na poltrona.
- Só não fique nervosa, eu estou bem.
Por fim tiro a minha blusa deixando exposto os grandes arranhões nas minhas costas, sei que pelo menos 3 deles estão um pouco fundo, eu posso sentir.

- Meu Deus! Christofer.

Olho para ela, a mesma esta com a mão na boca, seguro no seu braço.

- Eu estou bem, serio.

- Não, não esta, se tudo o que aconteceu não tivesse acontecido, se eu não tivesse descobrido, ia ficar até quando com isso assim? Isso pode infeccionar.

- Eme.

- Como fez isso?

- Tropecei em uma pedra e sai descendo ladeira a baixo, a cena foi até engraçada.

- A situação de agora não parece nada boa.

- Se não estiver bem com isso podemos ir ao médico.

- Eu consigo, a não ser que a dor seja intensa para você.

Viro-me.

- Olha nos meus olhos e veja se estou a mentir.
Ela faz o que eu digo.
- Não esta doendo o quanto parece, eu consigo se você conseguir, e vai por mim como eu disse eu já passei pior, isso não é nem um terço.

- Impossível ser pior que isso.

- Tive um acidente, vai por mim, pior... eu aprendi a acostumar-me com a dor.
Levanto-me olhando em seus olhos.
- Estou a falar serio.
Ela fica a olhar-me por um tempo.

- Ta legal, se doer não de uma de durão, fala-me ta legal?

- Sim, senhorita.

- Bobo.
Ela da um tapa no meu braço, mas fica sem reação, tento decifrar o porque, foi aí que percebi que a mão dela estava em cima do meu bíceps.
- Você realmente malha nê? Parece uma pedra regida.
Ela almenta o meu ego de uma forma, e nem percebe...

- Foco, Ravel, foco.

- Engraçadinho, senta logo aí.
Dou um pequeno sorriso me sentando, sinto ela passar alguns algodões molhados, esta limpando as feridas antes de cuidar.
- Que foi fazer la em?

- Na onde?

- Na mata.

- Gosto de fazer trilhas pela manhã, bom para se exercitar, subir a correr, mas não com os sapatos errados.

- Se doer.

- Eu falo-te, prometo.
Começo a sentir a agulha entrar nas minhas costas, mas isso não me incomoda.
- A cachoeira daqui e incrível.

- Você foi até lá?

- Sim.

- Sabe que não pode nê?
Olho para ela.
- La tem muito lobo Christofer.
Então ela para, nego.

- Não, não foi um lobo, poderia mentir a falar que foi um para sentir-me o alfa aqui, mas não, a verdade e verhonhosa, mas real, um Homem de 28 anos lascou-se no chão.
Ela ri.
- E eu não vê nada, a não ser a bela cachoeira e o canto dos pássaros.
Volto a olhar para frente.
- Então o que gosta de fazer nas horas vagas.
Tento acalma-la entrando em outra conversa.

- Faço estátuas de cera, as vezes a de argila.
E a cada momento ela me surpreende.
- E você?

- Desenho em quadros, ou leio, ou...

- Malha, percebi.

Rimos.
Ela estava na segunda cicatriz funda agora.

- Posso fazer uma pergunta pessoal?

- Depende da intensidade, dependendo disso, respondo-te ou não.

- Ficou assim porque se sente culpado por algo?

- Assim como?

- A coisa toda de, não mereço ser amado.

- Talvez...

- Não se sente mal pela morte dos seus pais nê?

Viro-me.

Você Merece Ser AmadoOnde histórias criam vida. Descubra agora