Não consegui dormir durante a noite, até tentei por um tempo mas acabei acordando e não consegui mais apagar. Desci até as escadas e fiquei na sala até que me desse sono novamente, mas isso não aconteceu. Fiquei assistindo televisão e até acompanhei o nascer do sol.
É difícil quando tenho esses problemas para dormir, principalmente com tudo que aconteceu no último ano. Meus remédios acabaram e não tenho receita para comprar novos, então o jeito é encarar a noite acordada.
Assim que o sol nasceu, fiz café para mim. Peguei alguns cadernos da escola para poder colocar algumas matérias em dia, eu estava muito atrasada em várias coisas.
———— Bom dia, que horas você acordou?
———— Três horas. ———— me beijou ———— Não consegui dormir e meu remédio acabou.
———— Você quer que eu compre?
———— Não tenho a receita.
———— Por que você não me acordou?
———— Você tem sono pesado, era impossível te acordar. ———— digo.
E talvez eu precisasse ficar um pouco sozinha para poder entender o que estou sentindo nesse momento que para mim, é delicado. Acho que preciso de mais cinco dias para poder entender tudo.
———— Se eu te pedir uma coisa, promete não me achar louca?
———— Não te acho louca.
———— Não foi isso que eu perguntei.
———— Tudo bem, prometo. ———— diz.
———— Você se importaria de me levar ao cemitério?
Ficamos em silêncio por um longo tempo. Ele se sentou ao meu lado e acariciou meu rosto. Suspirou.
———— Tem certeza disso? Pode acabar sendo muita coisa para você...
Neguei com a cabeça.
———— Não é.
———— Tudo bem, posso te levar.
Saímos de casa e entramos no carro. Não queria conversar então apenas fiquei olhando a paisagem pela a janela. Eu realmente precisava fazer isso.
Assim que o carro parou, sei que era a hora. Pensei em desistir e ir embora, mas já estávamos aqui.
———— Você quer que eu vá junto?
———— Não precisa. Vai ser rápido. ———— o beijei ———— Já volto.
Saio do carro e ando até que chegasse na lápide do meu pai. A última vez que estive aqui, a sensação era diferente e agora parece que está tudo tão pesado.
Pensei muito no que dizer durante o caminho, mas estando aqui já nem sei mais o que estou fazendo. Suspirei fundo.
———— Oi, pai.. ontem fez um ano que você morreu, não sei dizer o que estou sentindo. Eu sinto tanto a sua falta e a ficha parece que não cai, mesmo eu sabendo que você não está mais aqui comigo.
Já podia sentir as lágrimas rolando pelo rosto, limpei na mesma hora. Olhei para as flores que estavam perto da lápide, só tinha flores que eu deixei, ninguém vem o visitar. Somente eu.
———— Eu te amo muito, pai.
Saio o mais rápido possível do cemitério e entro no carro. Não quero chorar de novo.
———— Não precisamos falar disso, só vamos para casa.
———— Tudo bem.
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ᴍʏ ʙᴇsᴛ ғʀɪᴇɴᴅ's ᴄᴏᴜsɪɴ
FanfictionApós perder a mãe durante um incêndio, Bailey e sua irmã se mudam para a Califórnia para morar com a prima, Sabina. Quando chegam, conhecem a melhor amiga de sua prima, Shivani. Os dois não se dão bem assim que se conhecem, e conforme o tempo isso...