Capítulo 43

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Assim que passei pelas chamas e adentrei a casa Black parei no batente da cozinha ao ver Sirius e Elizabeth sentados à mesa, parecia que estavam conversando. Elizabeth assim que me viu ficou surpresa.

- O quê está fazendo aqui? Não deveria estar em Hogwarts?

- Dália... - Sirius se levantou da cadeira. - Você está bem?

Além de estar suja de fuligem também estava suando frio, tossi antes de começar a falar.

- Eu que pergunto, o quê está acontecendo aqui?

  Os dois se olharam confusos.

- Harry teve uma visão! De você, Sirius! Que Voldemort havia pegado você! E ai eu pensei: se pegou o Sirius pegou a Elizabeth! E então eu vim o mais rápido que pude pra cá e quando chego aqui vocês estão tranquilos!

  Os dois ainda estavam me encarando atônitos. Novamente outra tosse, desta vez mais forte.

- Dália você não está nada bem, por favor venha aqui.

- Não! Por quê estão parados me encarando? Temos que fazer alguma coisa.

Elizabeth não se aproximou de mim, foi então que escutei um movimento atrás de mim e Moddy apareceu atrás de mim.

- O quê estão fazendo aqui? Anda! Harry e outros alunos estão no ministério da magia e tem comensais lá, vamos logo!

- Eu disse!

(...)

Não demorou muito para que chegassemos ao ministério da magia e imediatamente uma luta começou assim que chegamos. Eram feitiços sendo lançados para todos os lados. Fiquei próxima de onde os alunos estavam e quando avistei um comensal se aproximar deles imediatamente lancei um feitiço que o jogou para longe.
Observei de longe Sirius e Harry lutando lado a lado e em um piscar de olhos Elizabeth se juntou à eles quando um outro comensal havia se aproximado deles.

- Então você é a mulher do Snape?

Um comensal se aproximava de mim, me olhando de cima à baixo.

- Tá gostando do que está vendo? - Ele sorriu de forma nojenta. - Que pena que não irá ver por muito tempo.

Eu e ele começamos em uma luta até que eu finalmente o venci deixando-o desacordado. Olhei na direção de Sirius, Harry e Elizabeth ao mesmo tempo em que Bellatrix Lestrange apareceu lançando um avada na direção de Sirius e em um piscar de olhos tudo pareceu lento. No que era para o feitiço ser lançado em Sirius, acertou em Elizabeth.

- Não...

  O corpo de Elizabeth caiu no chão e eu corri para junto do corpo dela.

- Não, não... - Segurei o rosto dela. - Elizabeth por favor, não... Não!

Um grito saiu de minha boca e comecei a chorar descontroladamente. A minha amiga, minha melhor amiga. Minha companheira de comunal, amiga de quarto, roubavamos as comidas que sobrava da cozinha juntas, desde os onze anos juntas.
Senti os braços de Sirius ao redor dos meus ombros me segurando para perto dele, ele também estava chorando, ele soluçava e segurava a mão de Elizabeth.

- Ela estava grávida... - Murmurei entre soluços para Sirius, que pareceu paralisar com as minhas palavras. - Vocês iam ter um filho de novo, Sirius...

O choro de Sirius pareceu maior depois do que eu disse.

Ela havia descoberto à um mês, havia me mandado uma carta contando que depois do Natal eles começaram a se resolver aos poucos, estavam brigando mas ainda sim, estavam tentando concerta o casamento e foi ai que ela descobriu... ela queria fazer uma surpresa para ele...

Agora não havia mais bebê... e muito menos uma surpresa.

(...)

Eu estava em silêncio. Os dias que se passaram me fizeram estar em um luto que para todos que estavam ao meu redor pensavam que eu havia perdido a voz. Eu não queria falar, não queria conversar com ninguém, eu me isolei na casa dos meus pais.
Não voltei para Hogwarts, não queria entregar a notícia à Adhara de que a mãe dela havia falecido, eu não queria ver a minha sobrinha chorar e chorar pela morte de sua mãe, por que se eu a visse chorando, eu entraria em choro também.
Haviam cartas, muitas cartas na janela do meu quarto, o qual eu dividia com o meu filho, era o único que de fato eu deixava estar comigo. Estas cartas eram todas de Sirius, Harry, Adhara e Severo. Eu não fiz questão de responder nenhuma delas, queria que me deixassem em paz e sofrer o meu luto sozinha. Minha mãe sempre deixava comida na porta do meu quarto, que algumas das vezes eu nem tocava e deixava lá mesmo.

- Eu preciso ver ela!

- Ela não quer que ninguém à pertube!

- Já faz um mês! Um mês que ela está trancada naquele quarto! Eu esperei! Eu dei tempo à ela o suficiente.

A voz de Severo e de minha mãe discutindo chegou aos meus ouvidos, olhei no relógio e era três da madrugada. Me levantei da cama e quase como um rastejo, andei pelos corredores e desci as escadas devagar. Quando ambos me viram pararam de discutir.

- Essa barulheira toda vai acordar o bebê.

  Minha voz saiu rouca e arrastada pelo tempo em que estive calada. Severo nada disse e apenas veio em minha direção me abraçando com força, me aconcheguei em seu peito, sentindo uma lágrima traiçoeira cair pelo canto dos meus olhos. Severo se afastou para me olhar de cima à baixo.

- Meu amor... olhe para você.

   De fato eu deveria estar só os trapos. Eu estava magra, muito magra. Eu tinha perdido a cor que antes tinha e estava mais pálida do que o normal. Meus olhos estavam fundos e sem brilho, a morte de Elizabeth me afetou demais.

- Eu vou ficar bem...

- Que bom que saiu do quarto, querida. - Minha mãe apareceu ao lado de Severo. - Irei preparar uma comida para você.

- Não precisa, mãe. 

- Precisa sim, Sra. Brown. - Severo olhou para minha mãe que logo caminhou para a cozinha. - Você precisa comer.

- Eu vou ficar bem.

- E vai mesmo... pois agora que saiu do quarto, o que foi o primeiro passo. - Ele levantou minha cabeça com sua mão em meu queixo. - Eu te dei tempo demais para passar o seu luto mas agora ele acabou e eu vou estar aqui para cuidar de você.

- Severo...

- Eu vou cuidar de você! Está entendendo? E não adianta reclamar, eu não sairei da sua cola por nada, serei a sua sombra apartir de agora.

A sombra de um sorriso triste transpassou meus lábios e o abracei. De fato, eu precisava voltar à minha vida normal, precisava rever meus amigos. Precisava viver novamente... Elizabeth não iria gostar que eu vivesse trancada em um quarto definhando, ela iria querer que eu vivesse, por ela. E era isso que eu tentaria fazer.

Always? Always! { Severo Snape }Onde histórias criam vida. Descubra agora