05. Devendo favor.

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Lara Maia

Meu irmão acabou capotando no sofá depois de jantar. Dei graças a Deus, era uma ótima oportunidade pra sumir com as imagens da câmera. Mas eu não sei fazer isso. Sou tão idiota que provavelmente eu postaria o vídeo em algum rede social ao invés de apagar.

Então, tive que pedir ajuda do Raphael Veiga.
Segui ele até o banheiro e esperei ele sair.

– Você tá me seguindo assombração. — abriu a porta enquanto enxugava as mãos na própria calça.

– Eu preciso da sua ajuda. — ele deu um sorrisinho de lado como de quem já sabe o que eu vou pedir.

– Que tipo de ajuda? — cruzou os braços e escorou na parede.

– Porra, você não ouviu meu irmão falando que tem todas as imagens no notebook? — ele arqueou as sombrancelhas.

– E quando isso começou a ser um problema meu? — semi cerrei os olhos pra ele, que garoto irritante.

– Raphael pelo amor de Deus, eu não sei mexer nessas coisas. Apaga pra mim, por favor. — juntei as mãos pedindo por favor. – Eu fico te devendo uma.

– Uma o que? — umideceu os lábios.

– Um favor. Sei lá. Eu sou fisioterapeuta, quando você se machucar eu posso cuidar da sua lesão sem cobrar. — ele deu risada.

– Que desespero em Lala. — deu dois tapinhas de leve no meu rosto. – Eu vou te ajudar.

– Graças a Deus. O quarto dele é aquele ali. — apontei e Veiga foi andando até lá. – É melhor eu ficar aqui fora vigiando.

– Certo. Onde tá o notebook? — apontei pra gaveta da cômoda. – Vish. Tem senha.

– Que merda. Tenta o aniversário dele. — escutei Veiga digitar e negar com a cabeça. – Tenta o meu aniversário. — ele digitou de novo e negou. – Mas que buceta.

– Literalmente que buceta. — deu risada e eu fiz dedo pra ele. – Consegui aqui. É a data de aniversário do Palmeiras.

Revirei os olhos. Fala sério, meu irmão prefere o Palmeiras do que eu.

Veiga digitava alguma coisa, e os barulhos das teclas me deixavam nervosa. Ele demorava muito, e eu quase entrei em desespero imaginando que ele não fosse conseguir.

– Consegui. Apaguei todas as imagens do dia de hoje. — franzi o cenho. – O que foi?

– Todas? E se ele for conferir?

– Ele não vai acabar nada. — deu risada – Cadê o obrigado?

– Obrigado Veiguinha. Nem te odeio tanto mais. — abraçei ele.

– De nada. Mas eu ainda não esqueci do favor viu. — apertou minha cintura com as mãos.

– Não sendo nada sexual. Faço tudo que você quiser. — ele gargalhou.

– Não quero transar com você Lala. — ri debochando. – Por que? Parece que eu quero?

– Lógico. Você fica me olhando com esses olhinhos de cigano oblíquo. — e ele fez o olhar de propósito. – Esse olhar aí mesmo.

– É só brincadeira pô. Eu te respeito muito. — cruzei os braços. – A não ser que você queira que eu te desrespeite.

– Muito obrigado. Mas dispenso. Apesar de você ser um gatinho. — dei dois toques com o indicador no seu nariz e ele riu abafado.

Saímos do quarto e Veiga foi dormir na sua casa. É o mínimo né, quase mora aqui.

Joaquín Piquerez

𝙏𝙀𝙈𝙋𝙀𝙎𝙏𝘼𝘿𝙀 𝙑𝙀𝙍𝘿𝙀 • 𝙋𝘼𝙇𝙈𝙀𝙄𝙍𝘼𝙎.Onde histórias criam vida. Descubra agora