57. Um com um da dois.

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Richard Ríos

Não, eu não vi o Piquerez a muito tempo. Na verdade foi quase no final, quando eu girei Lara de volta pra pia.

E a primeira pergunta que me veio na cabeça foi; A quanto tempo ele tá ali?.

– Anda Piquerez , saí logo. — me escorei na pia e cruzei os braços, esperando ele abrir a porta.

E ele abriu, todo encolhido, provavelmente de vergonha. Me deu vontade de rir, mas eu segurei.

– A quanto tempo você me viu? — ele me perguntou balançando o corpo de frente pra trás.

– Tempo o suficiente pra saber que você tava gostando do que viu. — ele coçou a parte de trás da cabeça e eu ri. – Que coisa feia Piquerez, eu podia te processar sabia?

– Me processar?

– Sim, por invasão de privacidade.

– Invasão de privacidade? Isso aqui é um banheiro público. Se você quer transar, você vai pra sua casa. — ele me respondeu aparentemente indignado.

– Tem razão. Mas e você? Da próxima vez você quer que eu filme e te mande? — perguntei rindo e ele passou por mim igual um furacão e saiu do banheiro.

Confesso que achei hilária toda essa situação e ao mesmo tempo constrangedora, pra ele. Porque eu não tô nem aí que me peguem transando, ainda mais se for com Lara que o final é sempre feliz e satisfatório.

Falando nela, saí do banheiro ao seu encontro e a encontrei sentada bebendo água.

– Por que demorou? — ela me perguntou semi cerrando os olhos.

– Por que? Já sentiu minha falta? — sentei ao seu lado e abracei seus ombros.

– Não deu tempo ainda. — respondeu rindo e me deu um selinho.

Corri meu olho pelo lugar e pousei em Piquerez escorado no vidro do camarote com as mãos inquietas e os pés trançados. Ele me entreolhou e eu gargalhei.

Joaquín Piquerez

Eu preciso ir embora. Preciso trocar de roupa.

Minha cueca tá melando, deve tá puro pré gozo.

Que vergonha, eu só queria me enfiar em um buraco e não sair nunca mais.

Esse filho da puta do Richard ainda ficou me olhando e zombando da minha cara.

Pega leve karma, eu já entendi que vacilei com a Lara, mas vamos com calma na lei do retorno.

– O que aconteceu mula? Que cara é essa? — Veiga me perguntou enquanto se aproximava de mim. – Todo suado, que isso em. Tava transando no banheiro?

Senti meu sangue ferver com essa pergunta, mas não posso descontar isso no Veiga, ele não tem nada haver com isso.

– Eu preciso ir embora.

– Tomar um banho né sem vergonha, tá puro gozo. — fez careta pra mim e cutucou minha barriga.

Eu estou puro gozo mesmo Veiga, mas não da maneira que eu queria.

– Para de ser idiota cara. Vou embora. — virei as costas pra ir embora, mas ele segurou meu braço.

– Calma mula. — reviro os olhos. – O que aconteceu? Conta pro pai aqui. — bateu no próprio peito.

– Amanhã, quando você estiver são, a gente conversa. — lhe ofereci um sorriso sem mostrar os dentes e me soltei do seu braço.

Aliás, nem sei se a gente convesa. Não sei se vai ser bom contar pro Veiga, ele vai me zuar pro resto da vida.

𝙏𝙀𝙈𝙋𝙀𝙎𝙏𝘼𝘿𝙀 𝙑𝙀𝙍𝘿𝙀 • 𝙋𝘼𝙇𝙈𝙀𝙄𝙍𝘼𝙎.Onde histórias criam vida. Descubra agora