27. Babaca.

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Lara Maia

Cheguei no CT de Uber. Maddy mandou eu não ir de carona com Raphael, já que provavelmente teriam paparazzis me vigiando.

Suspirei fundo antes de sair do carro.

– Tudo bem moça? — o Uber me perguntou.

– Tudo sim. Desculpa a demora. — ele me ofereceu um sorriso e eu retribui.

Assim que saí do carro já senti os olhos do porteiro em mim, passei cumprimentando como sempre faço e ele apenas acentiu com a cabeça.

Fui direto pra minha sala de fisioterapia, nem quis dar bom dia pro resto do pessoal.
Passei a tarde toda trancada na sala, fingindo fazer algo muito interessante, quando na verdade eu só estou pensando o que minha vida se tornou desde o dia que voltei pro Brasil.

Voltei na intenção de ter paz e continuar sendo uma pessoa quieta que só interagi com quem tenho intimidade e acabei me tornando mais uma vítima do Leo Dias.

Perguntei Maddy se eu posso processa-ló por me expôr desse jeito, mas ela disse que por enquanto o melhor há si fazer é ficar quieta e calada.

– Pode entrar. — falei quando escutei alguém batendo na porta.

– Vim conferir como você está. — Veiga entrou pela porta há fechando em seguida.

– Bem.

Ele negou com a cabeça.

– Não precisa mentir pra mim Lala. — ele sentou na beirada da mesa. – Tenho uma notícia pra você.

– Boa ou ruim? Se for ruim, nem precisa falar.

– Seu irmão foi liberado do internato.

– Ah, que ótimo. Mais um pra tornar minha vida um verdadeiro inferno.

– Não fala assim Lala, ele é seu irmão. — bufei. – E ele já te pediu desculpas.

– Isso é o mínimo.

– Tenta olhar o lado dele. — suspirou. – Vamos supor que ele é a irmã da relação e você é o irmão... — se levantou da mesa e me ofereceu a mão pra que eu levantasse da cadeira. – E você pega ele na cama com dois homens. Qual seria sua relação?

– Eu poderia surtar, mas jamais bateria na minha própria irmã, principalmente sabendo de tudo que ela já passou com o pai.

Veiga engoliu seco e me abraçou pela cintura.

– Eu entendo você, e também entendo ele. Vocês vão precisar conversar. — colocou meu cabelo atrás da orelha. – Não se resolve as coisas se afastando.

– Fala isso pro seu amigo Richard. — Raphael riu pelo nariz.

– É outro também, tá precisando de uma surra de realidade. Porque surra de buceta você já deu. — gargalhamos juntos.

Ele me abraçou um pouco mais forte afundando o rosto no meu pescoço, e foi exatamente nesse momento que o diretor de futebol do Palmeiras entrou na sala.

– Ahrm... Ahrm... — raspou a garganta.

Veiga me soltou no susto e olhou pra trás, ajeitei minha roupa olhando pra ele também.

– Não é nada disso qu... — Anderson levantou a mão mandando Veiga parar.

– Leila está chamando vocês dois na sala da direção. — saiu deixando a porta aberta.

– É. Vou ser demitida.

– Não vai. Não vou deixar. — ele segurou na minha mão e me arrastou até a sala de Leila.

𝙏𝙀𝙈𝙋𝙀𝙎𝙏𝘼𝘿𝙀 𝙑𝙀𝙍𝘿𝙀 • 𝙋𝘼𝙇𝙈𝙀𝙄𝙍𝘼𝙎.Onde histórias criam vida. Descubra agora