Richard Ríos
Chegando na sala, Maddy estava com as mãos pra cima segurando a chave em uma delas, enquanto Antony apontava uma arma pra sua cara.
– Me devolve. — esticou a mão pedindo a chave. Maddy negou com a cabeça. – Coloca essa chave aqui na minha mão Maddy.
– Olha, não precisa ser assim Antony. — Veiga falou se aproximando lentamente dele. – Abaixa a arma, senta, vamos conversar.
– Você não entende Raphael, você não tem irmã e não sabe o que eu passei. — as lágrimas escorriam pelo rosto de Antony.
– Eu posso entender cara. — se aproximou mais. – Eu sou sou irmão de outra mãe esqueceu!? Eu sempre vou te entender.
Antony abaixou a arma aos poucos e olhou pra Raphael.
– Não é certo oque você está fazendo com a Lara, isso não é proteção. — Veiga pegou a arma da mão dele e entregou Piquerez. – Você está parecendo um psicopata.
– Eu preciso de ajuda irmão, não quero ser igual ao meu pai. — as lágrimas escorriam com mais frequência em seu rosto, caindo até no chão.
Eu e Piquerez nos olhamos e chamamos Maddy pro nosso lado.
– Eu posso te ajudar. Olha pra mim. — levantou o rosto dele. – Do que você precisa?
– De descanso, eu estou esgotado. — suspirou fundo.
– Certo. Descanso. — Veiga nos olhou pedindo ajuda. – Só um minuto.
Andou até nós.
– Como assim descanso? — ele nos perguntou.
– Eu acho que ele se referiu a Lara.
– Mas não tem nenhum um mês que ela voltou. — Maddy me respondeu cruzando os braços.
– Não acho que seja em relação a Lara, ele pode estar cansado mentalmente. — Piquerez completou. – Mas isso não justifica o surto, e muito menos a agressão.
– Tive uma idéia. — Veiga falou e voltou a atenção ao Antony, que estava agachado chorando. – Que tal umas férias Antony?
– Férias?
– Sim. Um lugar pra você refletir sobre a vida, relaxar, comer coisas frescas, que tal?
– Tipo um internato? — Veiga engoliu seco.
– Não exatamente... — coçou a parte de trás da cabeça. – Na verdade sim, um internato.
– Mas eu não sou maluco pra ficar internado.
– Não é não,imagina. — falei por impulso e vi Veiga semi cerrar os olhos pra mim.
– Não é, você tem razão. Por isso pra você vai ser como tirar férias. — Veiga sentou ao lado dele. – Olha, amanhã não tem treino, eu posso ficar por conta de ajudar você a se inter...tirar férias.
– Mas e a Lara? Quem vai cuidar dela?
– Eu cuido. — me ofereci.
– Eu nem conheço você.
– Mas a Lara conhece. — ele ficou pensativo.
– Não. — olhou pra Raphael. – Infelizmente vai ter que ser você.
Veiga ficou mais um tempo conversando com ele, enquanto eu e Piquerez prestamos atenção. Maddy subiu pro quarto de Lara.
Lara Maia
Acordei com alguém me sacudindo.
– Lara, amiga você tá bem!? — abri os olhos com certa dificuldade e me afastei por impulso. – Sou eu, Maddy.
Meu corpo ainda doía e minha cabeça girava. Senti meu olhos lacrimejando.
– Maddy?
– Sou eu amiga. — ela me abraçou com força e eu desabei de chorar. – Tá tudo bem, eu tô aqui com você.
– E-ele me bateu muito. — minha voz saiu trêmula. – Eu lembrei, eu lembrei do papai.
Meu pai, como não se lembrar do primeiro homem que me trouxe traumas na vida. Ele sempre foi machista e sempre me tratou como se eu fosse a empregada dele ao invés de filha, ao contrário da minha mãe, que sempre me deu amor, carinho e me ensinava ter educação.
Antes dela morrer fez um pedido pra que Antony cuidasse de mim e não deixasse meu pai me maltratar. No começo ele me protegia, mas ao longo dos anos até ele perdeu as forças pra me defender.
Quando minha mãe morreu, meu pai enfiou a cara na bebida e virou um alcoólatra de carteirinha. Então os xingamentos que até então eram só verbais, começaram a ser corporais.
Meu pai me batia por tudo, principalmente por causa de nada, aliás, ele dizia que porque eu era mulher merecia apanhar.
Na última vez que Antony me defendeu ele apanhou muito, mais do que eu. Nosso pai bateu nele com cinto e depois deu banho nele com água e sal. Dali em diante ele não batia só em mim, mas no Antony também.
Até o fatídico dia em que meu irmão se cansou, e empurrou meu pai no chão, que bateu a cabeça e morreu na hora. E no mesmo dia que ele morreu, Antony soltou a pior frase que eu já ouvi sair da boca dele; "Eu vou te proteger assim como o papai".
Ele está cumprindo com isso, não é mesmo!?
– Eu sinto muito por isso Lara. — me aprofundei mais ainda chorando nos braços de Maddy enquanto ela fazia carinho na minha cabeça. – Eu prometo que ele nunca mais vai encostar o dedo em você.
Funguei o nariz e fiquei ali nos braços de Maddy escutando suas palavras confortantes.
{....}
Acordei em um quarto desconhecido e com a blusa do Palmeiras no meu corpo. Olhei ao meu redor não reconhecendo nada e me levantei de uma vez da cama.
Antes de sair pela porta, passei em frente ao espelho, avistando minhas pernas roxas e meu rosto inchado. Suspirei fundo e abri a porta do quarto, agora sim reconhecendo o lugar, estou na casa do Raphael.
Desci as escadas dando de cara com Piquerez, Ríos e Veiga sentados no sofá conversando, assim que me viram, levantaram e me olharam com certa cara de preocupação.
– Você está bem? — Richard perguntou.
– Trouxe um croissant quentinho pra tomar café com você, sei que você gosta. — Piquerez falou apotando pra mesa de café montada.
– Eu te dei minha casa e um manto, já tá ótimo. — Veiga continuou e eu dei risada.
– Eu tô... — engoli seco e segurei o choro. – Eu tô bem.
– Aqui, seu irmão te mandou. — Veiga me entregou um buquê de tulípas brancas, minha flor preferida. Mas como vem do meu irmão, devem morrer hoje mesmo. – Entenda como um pedido de desculpas.
Peguei e ofereci um sorriso falso.
– Por acaso essas flores vão tirar as marcas do meu corpo?
Um silêncio se instalou no ar, e eu coloquei as flores no sofá. Andei até a mesa de café e me sentei, eles me acompanharam.
– Por que eu acordei aqui? — perguntei com a voz mais doce que eu consegui fazer, sem parecer ingrata com o Veiga.
– Você vai morar comigo por um mês. — me respondeu na maior empolgação. – Não é legal? Vamos relembrar os velhos tempos. — dei risada.
Não questionei mais nada pro Raphael. Nem sobre meu irmão, nem sobre porque eu vou ficar aqui por um mês, nem nada. Eu não quero falar sobre nada do que aconteceu ontem, vou fingir que foi um pesadelo.
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.Autora: Esse um mês na casa do Veiga, hmm.. 👀🗣️
Gostaram do caos gente? Quem leu a outra fic do Raphael Veiga sabe que a autora é assim, quando tá tudo tranquilo eu vou lá e estrago😁
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𝙏𝙀𝙈𝙋𝙀𝙎𝙏𝘼𝘿𝙀 𝙑𝙀𝙍𝘿𝙀 • 𝙋𝘼𝙇𝙈𝙀𝙄𝙍𝘼𝙎.
Fanfiction𝐇𝐎𝐓'𝐒 𝐏𝐄𝐒𝐀𝐃𝐎𝐒, 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐈𝐍𝐔𝐄 𝐏𝐎𝐑 𝐒𝐔𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐀 𝐄 𝐑𝐈𝐒𝐂𝐎!!! "Ao invés de brigar, vamos nos divertir" Richard Ríos e Joaquín Piquerez terão maturidade pra sustentar um triângulo amoroso com a jovem fisioterapeuta Lara Maia? ...