Capítulo 09

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Karen Faria...


- Não Karen. - Ela disse retirando minhas mãos dela e se afastando de mim. - Você sabe muito bem, já conversamos sobre isso... Vamos, já terminei. - Disse se levantando da banheira e se enrolando na toalha, abriu a porta e fomos para o quarto.

Fiquei mal, estava tão perto. Será que eu me enganei e ela realmente não quer nada comigo? Não, não poder ser, eu sinto que ela quer. Mas como pode relutar tanto assim desse jeito? Sei que ela está com meu pai mas acho que ele nem se importaria se ela largasse ele para ficar comigo, ninguém sabe dos dois ainda fora da mansão. Como esse relacionamento vai funcionar com ele fora quase todos os dias? E mesmo quando está em casa só fica no escritório. Ela não vai aguentar e meu pai vai ser corno, só espero que pelo menos ela faça isso comigo... Meu Deus o que eu estou pensando? Essa mulher está me deixando maluca! Melhor dar uma segurada mesmo, mas não vou desistir fácil assim. Nunca quis ela como madrasta, mas como mulher estou pensando seriamente...

- Vou ao quarto do seu pai rapidinho, esqueci de trazer roupas para mim.

- Tudo bem, não vou me matar se sair 5 segundos do meu lado sabia?

- Tenho minhas dúvidas... - Falou saindo do quarto.

Ela saiu e eu me vesti com um pijama bem fofinho, o tecido dele me fazia sentir que estava dormindo em nuvens, era branco com manchas pretas como a pele de dálmatas. Precisava vestir algo confortável e quente já que assim que ela voltar e deitar vai me tirar toda a coberta. Faz alguns minutos que ela foi e ainda não voltou, será que acabou dormindo por lá mesmo? Tentei não me importar, deitei e liguei a televisão. Já faz quase meia hora que ela saiu, minha curiosidade está me matando. Resolvi vir até o quarto do meu pai ver o que aconteceu, no corredor encontrei Cíntia uma das nossas empregas, estava com uma cara estranha, logo passei dela e quando ia abrir a porta do quarto ouço gemidos e tapas, mas não, não podia ser.

- Ahhh filha da puta. - Ouvi um tapa forte ser dado, a voz não me era estranha.

- Ohhhh isso... isso! - Agora era a voz dela, senti como se meu coração fosse um dos vasos de flores da casa, que alguém tivesse esbarrado e derrubado, fazendo quebrar em vários pedaços. - Vai! Me fode! Oahhhh isso... Anderson.

Meu pai? Meu pai tá aqui? Que voz diferente... Mal chegou e já está transando com a Elizabeth, claro que se fosse eu faria o mesmo, mas porra, gostei disso não. E pior ela, esperando ela no quarto e ela aqui transando com meu pai. Nem para fazer baixo, ninguém é obrigado a ouvir os dois enquanto passa pelo corredor. O sem noção não foi nem no quarto dar um oi, foi logo se deliciar na minha ex futura mulher. Sim, isso mesmo, estou desistindo dela. Eu sou maluca de beijar uma boca que chupou o saco do meu pai? Eca! Deu até ânsia só de pensar. Mas é isso, chega de pensar nessa mulher, vou acabar com esse meu sentimento por ela nem que seja na marra.

Sai dali e voltei para o meu quarto, fechei a porta, fui para o banheiro e me tranquei lá, me sentei no chão com as costas na parede e chorei como não chorava a muito tempo. Me sentia uma idiota, queria expulsar ela daqui de qualquer maneira quando a conheci, e não demorou muito para querer ela aqui, cada vez mais perto de mim. Mas eu quis isso da forma errada, quis ela como mulher mesmo estando com o meu pai, como eu pensei que isso poderia dar certo? Meu pai é um gato, super inteligente e aplicado, carinhoso e atencioso, chegou aonde chegou mesmo com a vida difícil que teve, o cara é foda. Enquanto eu, uma pirralha de 18 anos, que vai mal na escola porque não quer se aplicar, porque o pai tem dinheiro e não precisa fazer esforço, não como nada, não bebo água, não cuido da minha saúde, com a cabeça toda fodida, como eu fui burra em pensar que ela ia me escolher? Ou corresponder o que sinto por ela? Eu sou muito otária mesmo.

Querida ElizabethOnde histórias criam vida. Descubra agora